A Influência Lingüística do Latim na Língua Inglesa: Uma Breve Discussão.
De acordo com informações encontradas no Oxford Advanced Learner’s Dictionary ([1]),
a língua inglesa é a primeira língua de mais de 400 milhões de pessoas
residentes na Inglaterra, Irlanda, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia,
Canadá e África do Sul. Isso ocorreu porque no século XVII o idioma inglês se
espalhou juntamente com os colonizadores que partiram da Inglaterra para as
Américas, nos séculos XVIII e IXX, com a expansão do império britânico. Com
isso, muitos países que faziam parte do império britânico estabeleceram a
língua inglesa como língua oficial após suas independências.
Essas grandes conquistas nos remetem às conquistas militares do Império
Romano que se deram por causa do avanço e desenvolvimento da ciência militar.
Isto significou o enaltecimento de um povo que viveu, talvez, a fase mais
famosa da história da humanidade, a expansão
do Império Romano. Com a expansão
do Império, os romanos
impuseram a sua cultura e sua língua – o latim. Através dessa expansão, o latim se espalhou por toda a Europa. Como conseqüência, várias línguas
surgiram, outras enriqueceram linguisticamente. O idioma inglês, (primeiramente
o inglês antigo), desde então, vem enriquecendo até os dias atuais. O grande
prestígio da LI, atualmente, pode ter sido por decorrência também da influência
do latim na língua.
Preocupados com o aperfeiçoamento pedagógico e com o ensino dessa
língua, resolvemos nos dedicar à pesquisa mais aprofundada sobre as influências
lingüísticas do latim na língua inglesa. Com o intuito de nos preparar melhor
para a atuação no ensino dessa língua, acreditamos que sempre devemos buscar
novos conhecimentos, pois somos eternos aprendizes.
Além disso, é necessário
adquirir uma visão global mais ampla da língua, uma vez que é fundamental, para
que possamos – como sugerem os Parâmetros Curriculares Nacionais ([2]) –
atingir a missão das instituições de ensino: ir além de formar cidadãos; e
também promover aprendizagem de várias áreas do conhecimento através da língua
inglesa ([3]).
Além dessas exigências, a
legislação brasileira, especificamente a LDB ([4])
9394/96, sugere a importância do ensino de uma língua estrangeira moderna; e os
PCNs (1998, p. 49) adotam a língua inglesa como opção de língua estrangeira e
reconhecem a importância de seu aprendizado, como disciplina indispensável que
contribui para a formação do indivíduo ao longo do processo de
ensino-aprendizagem.
A nosso ver, além das várias influências estrangeiras, boa parte do
prestígio e importância da LI existe porque o latim e o grego enriqueceram e
proporcionaram mudanças que, lingüisticamente, desenvolveram várias línguas no
mundo. Apesar de mencionarmos o grego, desde já queremos deixar claro que, em
nosso trabalho, vamos focar apenas nas influências latinas, que há séculos
adentraram a língua dos povos britânicos.
Para falarmos do grego, precisaríamos fazer uma outra pesquisa. Contudo,
queremos mostrar que essas línguas clássicas sempre serviram de modelo para as
línguas necessitadas (ou seja, línguas linguisticamente não estabelecidas e que
dependem de línguas mais desenvolvidas nesse sentido), principalmente no que
diz respeito a vocabulários.
Tanto Crystal (1995) quanto Baugh e Cable (2002) afirmam que a LI, por
exemplo, já foi uma língua muito pobre linguisticamente, porém através de
inúmeras influências, empréstimos de vocabulários de outras línguas, ela se
desenvolveu e enriqueceu, intensamente, do ponto de vista lingüístico. Hoje é
uma língua internacional. É a primeira
língua de mais de 400 milhões de pessoas ao redor do planeta.
Nesse sentido, queremos mostrar que o latim deu grande contribuição.
Talvez ele tenha sido a língua que mais contribuiu, lingüisticamente, para o
desenvolvimento da LI. Para tanto, se o leitor almejar se aventurar, ao longo
desse trabalho indicamos bibliografias que podem ser de grande valia para
aqueles que se interessam pelo tema “As
Influências Lingüísticas do Latim na Língua Inglesa”. Para tratar deste
assunto, inevitavelmente abordaremos aspectos relevantes na história da língua,
as origens e as influências lingüísticas que contribuíram para o desenvolvimento
e têm enriquecido a LI desde sua formação.
Como profissionais, sempre fazemos uso da LI, por isso, concordamos com Baugh
e Cable (2002, p. 1) quando afirmam:
(...) it is reasonable to assume that a liberally educated person should
know something about the structure of his or her language, its position in the
world and its relation to other tongues, the wealth of its vocabulary together
with the sources from which that vocabulary has been and it is being enriched,
and the complex relationship among the many different varieties of speech that
are gathered under the single name of the English language. The diversity of
cultures that find expression in it is a reminder that the history of English
is a story of cultures in contact during the past 1,500 years. ([5]).
Nessa
concepção, acreditamos que o fato de nos debruçarmos sobre esse tema nos
enriquecerá muito, intelectualmente; além de nos tornarmos melhores
profissionais. Acreditamos
que no processo de ensino-aprendizagem de uma língua devemos levar em
consideração a importância de um maior aprofundamento nessa língua-alvo, já que
com o melhor domínio e maior conhecimento dela, teremos condições de oferecer um
bom aprendizado da língua para todos os alunos. Para tanto, faremos uma investigação para compartilhar as descobertas,
pois precisamos explorar e aprender mais sobre essa língua considerada fruto de
uma história complexa que envolve invasões, conflitos e conquistas que
ocorreram entre tribos germânicas – anglo-saxões.
Com esse fim, o trabalho está organizado da seguinte forma: no primeiro
capítulo discutimos as origens e o desenvolvimento da LI, como também,
abordamos acontecimentos que proporcionaram um cruzamento entre diferentes
povos e as influências que a LI recebeu de outras línguas, além de inúmeras descobertas, as quais nos mostram possíveis evidências que
consideram o latim como a língua que mais influenciou o idioma inglês desde os
primórdios de sua formação.
No segundo capítulo,
discutimos as influências do latim e as mudanças que ocorreram na LI e as
conseqüências na língua, por causa das forças da analogia e das influências
estrangeiras. Nosso objetivo é mostrar que as marcas do latim prevaleceram
devido à fusão de diversos povos na Inglaterra. Como o latim já apresentava
padrões definidos de língua, os povos se apropriaram do modelo latino. Além
disso, tratamos da presença dos missionários cristãos na Inglaterra, o que
provocou várias mudanças na cultura britânica; e promoveu a civilização nas
ilhas.
Ao final da pesquisa,
analisamos trechos de diferentes obras para mostrarmos que existe uma forte
tendência ao uso de construções essencialmente latinas em sua estrutura. Veremos
que, no geral, informalmente, a sintaxe do discurso coloquial é preferida,
porém em discursos formais, os falantes preferem construir seus discursos com o
uso de vocábulos latinos.
Sabemos que
fazer uma abordagem completa da LI aqui seria impossível, pois não seriamos
capazes de explorar essa língua em sua totalidade. Nesse sentido concordamos
com Crystal (1995, p. 425) quando ele afirma que It is a subject which never
ceases to amaze, as we unravel layer after layer of complexity. And
it is a subject which seems never-ending, because people are always finding new
contest and applications for this knowledge. ([6]). Apesar de tais afirmações, esperamos
contribuir com os estudos dos interessados em conhecer mais sobre a LI.
Origem e Desenvolvimento da Língua Inglesa.
Nas obras e autores
pesquisados encontram-se informações que apontam que a LI se originou das
línguas germânicas. Possivelmente, a LI teve sua história enraizada às origens
germânicas; no entanto, não se sabe ao certo, ou seja, existem contradições em
relação às evidências encontradas pelos estudiosos da língua. Contudo, apesar de
existirem contradições entre alguns estudiosos, as evidências nos levam à seguinte
conclusão: a LI realmente é, provavelmente, de origem germânica.
O nascimento da história do
povo inglês se dá com os celtas, pois segundo Schütz ([7]), durante muito tempo (700 a .C. – 100 a .D)[8],
os povos celtas habitaram as regiões hoje conhecidas como Espanha, França,
Alemanha e Inglaterra. Entretanto, com o cruzamento de vários povos nas ilhas
britânicas, suas culturas, dialetos e línguas diferentes contribuíram para o
surgimento e o desenvolvimento da LI.
Ao explicar sobre as
invasões e confrontos entre os povos, Lerer (2007, p. 305) afirma:
English essentially began with the
Germanic language of the Anglo-Saxons. The Anglo-Saxon invasion of Britain constituted part of the wider Germanic
invasions of the Roman Empire . The
Anglo-Saxons, after the departure of the Roman Legions, overwhelmed Roman
Britain and drove the Romanized Celts into the remote west. Thus the
Anglo-Saxon Germanic tongue became the foundation for the English language. ([9]).
Nossa pesquisa mostra que
vários povos passaram pelas ilhas britânicas, porém, os anglo-saxões foram os
responsáveis por levar a LI a ser reconhecida como tal. Segundo Schütz, antes
do anglo-saxão só existiam dialetos, línguas funcionais que deram origem ao
anglo-saxão cujo vocabulário só dava conta de descrever fatos concretos e
atender necessidades de comunicação diária; no entanto, com as influências
estrangeiras latinas, o vocabulário da língua expandiu a linguagem anglo-saxônica
na direção de conceitos abstratos.
Na medida em que lemos,
também nos deparamos com informações que indicam que a LI passou por etapas
fundamentais desde suas origens: Inglês Antigo, Inglês Médio e Inglês Moderno.
Entre essas diferentes etapas, de uma maneira ou de outra, o latim proporcionou
contribuições para desenvolvimento lingüístico na língua, pois ao longo de
muitos anos, através de suas ramificações (as línguas românticas), ele tem
influenciado o idioma inglês tanto lingüisticamente como também culturalmente.
Nesse sentido, para reforçar
nosso entendimento, Baugh e Cable (2002, p. 11) acrescentam:
English is classified as a Germanic
language. That is to say, it belongs to the group of languages to which German,
Dutch, Flemish, Danish, Swedish, and Norwegian also belong. It shares with
these languages similar grammatical structure and many common words. On the
other hand, more than half of its vocabulary is derived from Latin. ([10]).
Para Baugh e Cable, a LI
apresenta características lingüísticas semelhantes às presentes em outras
línguas de origem germânica. Isso, portanto, nos leva a crer que a LI,
provavelmente, também surgiu dessas mesmas raízes. Entretanto, apesar de não
ter suas origens enraizadas no latim, a língua apresenta um acervo enorme de
palavras cujas origens são latinas em sua maioria.
A maioria dos autores
pesquisados aponta que a LI tem suas origens no idioma germânico. Contudo,
Mario Pei (1972, p. 7) apresenta argumentos que contradizem a visão de que o
idioma inglês tem suas raízes, puramente, nas línguas germânicas. Para
justificar sua teoria Pei
diz:
Linguistically, all we can do is to
reconstruct a proto-Germanic tongue from which our three known branches of
Germanic Languages stemmed. This proto-Teutonic was, like primitive Celtic,
Latin, Greek and Slavic, itself a branch of a much vaster Indo-European
linguistic system, extending in ancient times from Iceland
and Ireland on the west to
northern India
on the east. This means that our West Germanic English is genetically related,
more or less closely, with such widely diversified tongues as Celtic Welsh and
Irish, Romance French and Spanish, Slavic Russian and Polish Indo-Iranian,
Persian and Hindustani. In addition, it is more closely related to Kindred
Germanic tongues of the northern branch, like Swedish, Norwegian, Danish and
Icelandic, and most closely of all to the other West Germanic languages,
German, Dutch, Flemish and Frisian. ([11]).
Pei pondera que faltam
informações concretas sobre as origens da LI, pois em sua visão, ao analisar
documentos antigos de autores clássicos (Tacitus e Martial) Pei explica que
encontrou evidências que reforçam essas incertezas. Contudo, acaba por concluir
que, lingüisticamente, é possível dizer que o inglês seja geneticamente um
idioma ligado a uma grande diversidade de línguas, pois a LI apresenta
proximidades estruturais semelhantes a outras línguas, além das línguas
germânicas. No entanto, essa proximidade é maior em relação às línguas
germânicas. Portanto, as contradições são mínimas, e os autores acabam chegando
à mesma conclusão: a LI tem suas origens, de fato, enraizadas às línguas
germânicas.
Não sabemos quem está certo
ou errado sobre a história da LI. Entretanto, antes de a LI se tornar a língua
dos britânicos, através dos romanos, o latim já circulava pelas ilhas
britânicas; Baugh e Cable (2002, p. 45) asseguram que desde cedo as influências
do latim já faziam parte da história da LI. Esses autores deixam claro esse
fato, quando afirmam:
Celtic was probably the first
Indo-European tongue to be broken in England . One other language, Latin,
was spoken rather extensively for a period of about four centuries before the
coming of English. Latin was introduced when Britain
became a province of the Roman Empire . ([12]).
Baugh e Cable, através dessa
investigação, enfatizam que o latim, sem dúvida, deixou uma marca de suma
importância história da LI; eles ponderam que o latim e seus inscritos eram
muitos prestigiados por causa de seus valores para a aristrocacia da época.
Ao discorrer sobre a questão
dos empréstimos estrangeiros, Sharon White (on-line) divide a historia da LI em períodos. Sobre o primeiro período, White afirma:
This period includes words borrowed
during Julius Caesar's English adventures (55 BC) and the Roman Conquest
(43-449 AD), but almost none of these survived the Teutonic and Norman
invasions. In fact, most Celtic words in Modern English either were borrowed
recently (slogan, shillelagh) or continued as place names (Kent , Devon, Cumberland ). The most interesting Latin-Celtic-Old
English path is that of -chester , with its
variants -cester and -caster, as found in Manchester ,
Gloucester , and Lancaster . In Celtic, it is
ceaster, from the Latin castra. ([13]).
Nessa visão, as palavras de
origem celta reapareceram na LI, possivelmente, através das forças lingüísticas
do latim, pois quase nenhuma evidência da língua celta aparece na LI; e as que
existem sofreram influências lingüísticas do latim.
A influência dos romanos, no
inglês antigo, contribuiu bastante para o uso do latim, em geral, nas produções
escritas da época. Assim, para esclarecer sobre as contribuições, mais uma vez Baugh
e Cable (2002, p. 47) afirmam:
Among the other evidences of
Romanization must be included the use of the Latin language. A great number of
inscriptions have been found, all of them in Latin. The majority of this preceded
no doubt from the military and official class and, being in the nature of
public records, were therefore in the official language. They do not in
themselves indicate a widespread use of Latin by the native population. Latin
did not replace the Celtic language in Britain
as it did in Gaul . Its use by native Britains was
probably confined to members of the upper class and some inhabitants of the
cities and towns. ([14]).
Baugh e Cable ponderam que nem
todos tinham acesso ao latim; este era usado apenas pela alta sociedade, apenas
pessoas de alto nível social é que tinham acesso à educação em latim. O uso dessa língua
clássica nas ilhas britânicas já começou com uma ampla quantidade de palavras. Com o
objetivo de destacar este fato, Strevens (1978, p. 29) afirma:
In British English the first new
material to come into use was a great quantity of learned words, mostly taken
in from Latin and Greek sources, as a result of revival of learning which was
already going on throughout Europe by the time
of Shakespeare’s birth. ([15]).
De acordo com Strevens, o
latim e o grego já tramitavam na LI, muito antes do nascimento de Shakespeare.
Ele enfatiza que antes de 1600 palavras de origem latina e grega como “apparatus, formula, complex, veto” e
centenas de outras já estavam presentes na LI, nessa época.
Mario Pei (1972, p. 9) diz:
The Germanic invaders who overran
the Roman Empire in the fifth century A.D.
were therefore related to the Romans themselves, as well as to those other
inhabitants of the classical world, the Greek and the Celts. Their tongues
displayed the same structure as Latin, Greek and Celtic, with nouns and
adjectives declined for gender, number and case, verbs showing by their endings
person, number, tense and mood, and numerous related words, like the English
“father” that corresponds to Latin “pater” Greek “pater” and Sanskrit “pita”,
or the foot that correspond to Latin ped, Greek pod and Sanskrit pad. It is
evidence, however, even for these few examples, that Germanic had undergone a
special differentiation from the other tongues, consisting of the regular substitution
of certain consonant sounds for other sounds of similar quality: F for P, T for
D, etc. ([16]).
Segundo Mario Pei, os invasores
germânicos tinham relações próximas aos romanos, pois seus dialetos
apresentavam algumas características lingüísticas semelhantes às das línguas
clássicas como o latim e o grego. Pei pondera que na língua dos invasores
germânicos existiam apenas substituições de algumas consoantes e isso enfatiza
essa aproximação entre os povos; ou seja, havia consciência dos fatos
referentes às invasões. Eram ações e
conflitos pre-planejados entre os povos invasores e os que já estavam nas
ilhas, os romanos.
Se os conflitos ocorreram
desse modo ou não, não sabemos ao certo, porém muitas influências estrangeiras,
principalmente, as das línguas latinas ficaram na LI. Para mostrar como ocorreu
o desenvolvimento social dos britânicos e ao mesmo tempo, o desenvolvimento lingüístico
da LI, Baugh e Cable (2002, p. 2) afirmam:
The English language of today reflects
many centuries of development. The political and social events that have in the
course of English history so profoundly affected the English people in their
national life have generally had a recognizable effect on their language. The
Norman Christianizing of Britain
in 597 brought England
into contact with Latin civilization and made significant addition to our
vocabulary. ([17]).
Podemos perceber que desde
cedo já se buscavam palavras para a LI, pois havia a necessidade de comunicação
entre os povos. O vocabulário existente não supria ou não satisfazia os
falantes em seus discursos. Baugh e Cable argumentam que essa necessidade
existia porque muito se falava sobre ciências e tecnologias. Para essas áreas,
muitos dos povos não possuíam conhecimentos de vocabulários específicos para
discutir temas relacionados a essas áreas.
Dessa maneira, a necessidade
de palavras novas foi o ponto de partida para a abertura ao uso de palavras de
outras línguas, por exemplo, o uso de palavras de origens latinas. Tudo isso é perfeitamente
natural, pois é normal o fato de uma determinada língua buscar em outra (ou
várias línguas, através de empréstimos), as palavras não existentes de que
necessita;
Em sua obra The Cambridge Encyclopedia of the English
Languag, David Crystal (1995) discorre sobre o período de contato cultural
entre o povo anglo-saxão, romanos e celtas. Segundo Crystal, esse encontro
promoveu desenvolvimento e mudanças consideráveis no Inglês Antigo. Alguns
exemplos são: pise = pea / plante = plant / disc=dish / win = wine / cyce =
cheese / catte = cat / entre outros exemplos.
Whatever we might expect from such
a period of cultural contact, the Celtic language, of Roman Britain influenced
Old English hardly at all (...) Latin has been a major influence on English
throughout its History (...) and there is evidence of its role from the
earliest moment of contact. ([18])
Crystal considera que,
apesar de o contato entre esses povos ter contribuído para a evolução da LI,
poucas palavras de origem celta foram inseridas no Inglês Antigo. Contudo,
muitas palavras do latim entraram no idioma por intermédio de missionários
irlandeses. Crystal ainda acrescenta que os exércitos romanos e comerciantes
deram novos nomes a vários objetos locais, experiências do dia a dia, como
também a vários conceitos inexistentes no inglês antigo.
Mario Pei (1972, p. 5)
considera as esferas de influências estrangeiras como sendo uma conquista
direta das ilhas britânicas, pois muito antes, por volta de 55 a .C, os romanos comandados
por Julius Caesar (Julio César) já procuravam obter informações sobre a
geografia, as características do lugar e o tamanho dos exércitos que lá havia.
A conquista das terras britânicas, porém, não se deu por completo com a invasão
dos romanos; apenas séculos depois, após vários conflitos e repressões, é que a
conquista ocorre de fato. Com suas palavras, Mario Pei diz:
The roman conquest of Britain was
not completed till the time of the great general Agricola, over a century
later, and it was marked by episodes of savage revolt, such as the brief war
unleashed by Queen Boadicea in 61
A .D., and equally savage repression. But by the end of
the first century of our era Celtic Britain had ceased to exist as a political
entity, a Roman Britain had taken its place. ([19]).
Mario Pei ainda pondera que
não se sabe ao certo se a conquista completa ocorreu, pois havia muitos povos
em conflitos, os quais tinham poder de guerra. Em meio à agitação, as pessoas
procuravam aprender o latim; muitos poemas em latim, por exemplo, eram lidos.
Deste modo, se muitas pessoas buscavam aprender essa língua clássica, existiam
razões maiores, como por exemplo, o prestígio do latim para a alta sociedade, o
que, possivelmente, levou essas pessoas a mostrarem interesse em aprender
língua.
Assim sendo, as pessoas
deveriam fazer parte de uma camada social mais culta e privilegiada, pois o
latim era ensinado para esse público. Isso porque o latim sempre foi
considerado uma língua rica em todas as áreas do conhecimento. Acreditamos que,
quando as pessoas passaram a aprender latim, deram indícios de que a língua já
estava assumindo posição mais importante na região.
Como conseqüência,
naturalmente, as mudanças na LI foram inevitáveis. Pei (1972, p. 3) afirma:
Unless we choose to accept the
doctrine of predestination, it is chance that makes history. The panoramic
future of men, nations, races, religions, languages, often depends upon the
cast of a die, the turn of a card, the whim of a historical moment (...) The
fact that you are you, and not someone else, hinges upon a series of
concatenated events reaching back to the dawn of the human race. Your parents
had to meet, and their parents before them, for countless generations. ([20]).
Para Pei, por causa das
influências, a mesma coisa acontece com as línguas, pois existem diversos
fatores que provocam mudanças inevitáveis na língua. São esses fatores lingüísticos
que decidem como a língua pode se apresentar no futuro. Um desses fatores foi a
influência latina, pois o latim por muito tempo teve muito prestígio para a
alta sociedade; consequentemente, sua influência se fez presente na LI.
Um fato interessante que
muitos autores mencionam é que muitos falantes da LI não têm conhecimento das
origens das palavras usadas em sua língua. Baugh e Cable
(2002, p. 12) afirmam:
We are not conscious that the words
brandy, cruller, landscape, measles, aproar, and wagon are from Dutch. And so
in many other words in daily use (...) From Italian come balcony, canto, duet,
granite, opera, piano, umbrella, volcano; from Spanish, alligator, cargo,
contraband, cork, hammock, mosquito, sherry, stampede, tornado, vanilla; from
Greek, directly or indirectly, acme, acrobat, anthology, barometer, catarrh,
catastrophe, chronology, elastic, magic, tatics, tantalize, and a host of
others; from Russian, steppe, vodka, ruble, troika, glasnost (...) and
ultimatly from Pearsian jasmine, paradise, check, chess, lemon, lilac, turban,
barox, and possibly spinach. ( [21])
Esses são apenas alguns
exemplos, pois Baugh e Cable finalizam dizendo que basta alguns minutos em um
bom dicionário de etimologia e o leitor facilmente descobrirá que inúmeras línguas
contribuíram para o enriquecimento da LI. E, para concluirmos, a nosso ver,
apesar de ter uma história conturbada por influências lingüísticas, invasões e
conflitos, a LI ganhou seu espaço entre as línguas européias modernas. Ao
discutir sobre trocas de influências lingüísticas entre línguas, David Crystal
explica que a língua pode ser afetada por três fatores: variação social,
temporal e regional. Em relação às variações, Crystal (1995, p. 3) afirma:
Society
affects language (...) People
belongs to different social classes, perform different social roles, and carry
on different occupations. Their use of language is affected by their sex age
ethnic group, and educational background (...) Time affects a language (...)
giving rise to several highly distinctive processes and varieties (...)
language change is an inevitable and continuing process, whose study is chiefly
carried on by philologists and historical linguists (...) Geography affects
language, both within country and between countries, giving rise to regional
accents and dialects, and to the pidgins and creoles which emerged around the
world whenever English first came into contact with other languages. ( [22])
Para Crystal, o desenvolvimento,
a evolução e a ascensão da LI à posição de língua mundial têm proporcionado
cada vez mais o contato entre culturas. Para Crystal, esses são fatores que
causam mudanças e transformações nas línguas, quando expostas à pessoas e
culturas diferentes. Crystal diz ainda que, no começo da história da LI, os
falantes, constantemente, ficavam expostos a um grande acervo de vocabulário, e
que a metade das palavras latinas que entraram no idioma inglês eram relacionada
a plantas, animais, comida, bebida e itens caseiros. As evidências
aparecem quando Strevens (1978, p. 15) afirma:
there is a body of prefixes, roots
and suffixes, all borrowed from Latin or Greek, which are used in nearly
identical ways in many languages. From among the prefixes, these will serve as
illustrations: anti-, auto-, contra-, micro-, poly-, etc. Roots include calor,
chrono, geo, tele, zoo, and many others. Sufixes include –able, -ation,
-ic, -logy, -meter, etc. ([23]).
Segundo Strevens, o
vocabulário de origem clássica (palavras de origem latina ou grega) está, de
fato, presente em várias línguas, pois são palavras correntes no campo da
ciência ou fazem parte de um grupo de vocabulários de campos específicos.
Consideramos esses campos como sendo, principalmente, a medicina, a geografia,
a filosofia, teologia, astronomia etc. Portanto, com base nas afirmações de
Strevens, acreditamos que muitas das palavras presentes nessas ciências, suas origens
estão enraizadas nas línguas clássicas, foram inseridas em várias outras
línguas, de maneira quase universal, ou seja, quase todas as línguas faladas no
mundo apresentam palavras vindas das línguas clássicas para facilitar a
comunicação dentro de campos específicos, como os já mencionados. Sem essa
universalidade clássica, cada ciência poderia ser independente ao se utilizar
das palavras para descrever seu objeto de estudo. Entretanto, todas apresentam
vocábulos latinos. Provavelmente, Isso também ocorre em línguas não latinas,
como as línguas germânicas.
A LI em geral, com certeza
está entre essas línguas, pois, possivelmente ela adquiriu todo o prestígio que
tem hoje devido a influências das línguas clássicas, sobretudo as do latim uma
vez que essas línguas tinham grande influência nas várias áreas do
conhecimento. Agora, a LI assumiu esse papel, provavelmente, por causa das forças
da influência latina desde sua formação.
Inglês Antigo e Medieval (500-1100): as
contribuiçoes do latim
As tribos germânicas que migraram para a Inglaterra há
muito tempo falavam diversos dialetos que deram origem ao “OLD ENGLISH”, Ingles
Antigo. Possivelmente, os dialetos eram apenas falados e só ganharam a forma
escrita após a cristianização desses povos, o que ocorreu em meados de 597,
tendo como base o alfabeto latino, o qual foi adaptado para o Old English, pois
este também se utilizava de letras rúnicas
para a escrita da língua. Contudo, o latim ainda continuava a ser usado em
áreas administrativas, intelectuais entre outras.
Uma
marca bastante forte deixada pelos anglos saxões é o caso genitivo. Os termos
associados à posse com o uso de apóstrofes (ex: “boy’s ou boys' book” em vez de
estrutura que é próxima de línguas latinas, por exemplo, “the top of the hill”) surgiu através do Inglês Antigo, características
que permanecem até aos nossos dias. TOM McARTHUR (1998)[24]
expõe muito mais sobre essas características da LI.
O Inglês Antigo, às vezes, é chamado por muitos
linguistas de “Anglo-saxão”. Era uma língua muito diferente do inglês moderno,
pois apresentava correlações próximas entre pronúncia e ortografia, diferentes
do inglês moderno, cuja pronúncia se distancia muito da ortografia e
vice-versa.
Segundo Schütz ([25])
O Inglês Antigo, comparado
ao inglês moderno, é uma lingua quase irreconhecivel, tanto na pronúncia,
quanto no vocabulário e na gramática. Para um falante nativo de inglês hoje,
das 54 palavras – do Pai Nosso – em Old English , menos de 15% são reconhecíveis na
escrita, e provavelmente nada seria reconhecido ao ser pronuciado.
Algumas
características do Inglês Antigo nos levam a pensar que a LI era uma língua
invariável em relação à escrita e pronúncia das palavras, porém talvez apenas
nesse sentido, pois apesar dessa proximidade, a língua não era uniforme. Na
visão de MacCrum et al. (2002) mesmo com um grupo pequeno de falantes na época,
se comparado ao número atual de falantes, na LI antiga já existiam vários
diferentes sotaques e pronúncias variadas da mesma palavra. Vejamos informações
a esse respeito nas palavras dos próprios autores (MacCrum et al., 2002:58);
Old English was
not a uniform language. From the beginning it had its own local varieties, just
as today, on a much larger scale the English of California differs from the
English of Auckland or of London .
The regions of Old English correspond with surprising accuracy to the main
varieties of contemporary spoken English in the British
Isles . ([26]).
Crystal
também mostra algumas características do inglês antigo, como também algumas
mudanças na estrutura das palavras. O leitor sem conhecimento das mudanças que
ocorreram no idioma inglês, possivelmente, não entenderá um texto em “Old
English”.
Vejamos
algumas das mudanças na estrutura da LI, por exemplo, quando Crystal (1995, p.
19) afirma:
In Old English,
the plural of ‘book’ was ‘bec’, but this has not come through into Modern
English beek: the forces of analogy have taken over, and caused a change to
regular books (...) Latin ‘caseus’ became cyse ‘cheese’ in Old English, but
castellum became castel ‘village’. ([27]).
De acordo
com Crystal, além dessas mudanças, muitas outras ocorreram por causa das forças
da analogia e de influências estrangeiras. Várias palavras emprestadas do latim
para a LI não mudaram suas estruturas de origem; porém, outras sofreram algumas
alterações. Podemos perceber no final da citação acima que no exemplo, a
palavra “caseus” do latim se tornou “cyse” que significa queijo no Inglês
Antigo; logo em seguida, “castellum” passou a ser “castel”. Percebemos que no
primeiro caso, a vogal “a” mudou, ao passo que, no segundo caso, não houve
alterações. Nesse caso, podemos afirmar que esse é um dos exemplos fortes das
influências do latim na LI.
Acreditamos
que essas marcas do latim prevaleceram devido à fusão de diversos povos e,
principalmente, pelo fato de não haver uma língua bem estabelecida na
Inglaterra, nem padrão sonoro das palavras; então, como o latim já apresentava
padrões definidos de língua, esses povos se apropriaram do modelo latino de
língua.
Com relação
às influências do latim na LI, Baugh e Cable (2002, p. 77) enfatizam que,
Latin was not of
conquered people. It was the language of a highly regarded civilization, one from
which the Anglo-Saxon wanted to learn. Contact with that civilization, at first
commercial and military, later religious and intellectual, extended over many
centuries and was constantly renewed. It began long before the Anglo-Saxon came
to England
and continued throughout the Old English period. ([28]).
Esses
autores afirmam que, por muitos séculos, as tribos anglo-saxônicas continuaram
habitando sua terra natal, a atual Alemanha, enquanto os povos germânicos, mais
tarde se tornaram os Ingleses. Baugh e Cable destacam que essas tribos tinham
muito contato com os romanos e através dessa relação, os germânicos adquiriram
muitas palavras de origem latina. Quando os anglo-saxões chegaram à Inglaterra,
eles perceberam as evidências do latim, as quais ocorreram por causa do domínio
romano sobre os povos celtas, que também se apropriaram de grande quantidade de
palavras latinas.
Por causa
do domínio romano na Inglaterra, as influências do latim se tornaram ainda mais
fortes, pois cremos que através da convivência, os povos adquiriram muitas
palavras cuja origem era latina e, essas, logo após a chegada dos missionários
romanos à ilha, foram ainda mais reforçadas. A cristianização desses povos e as
influências lingüísticas e culturais do latim resultaram na adoção de vários
elementos latinos na LI.
A presença
dos missionários cristãos na Inglaterra provocou várias mudanças na cultura
britânica, pois muitas igrejas e escolas foram construídas com a chegada desses
povos cristãos o que promoveu a civilização nas ilhas. Baugh e Cable (2002, p. 84) enfatizam sobre
esses acontecimentos, afirmando,
The introduction
of Christianity meant the building of churches and the establishment of
monasteries. Latin, the language of the services and of ecclesiastical
learning, was once more heard in England . Schools were established
in most of the monasteries and larger churches. Some of these became famous
through their great teachers, and from them trained men went out to set up
other schools at other centers. ([29]).
Conforme
Baugh e Cable ponderam, a presença dos missionários começou em 669. Eles também
se dedicavam muito ao ensino de literatura e a maioria tinha total domínio do
grego e do latim, além do conhecimento de línguas derivadas dessas duas línguas
clássicas. Portanto, acreditamos que esse tenha sido um fator, extremamente,
importante e decisivo no processo que influenciou lingüisticamente o idioma
inglês. Além disso, a chegada de mais pessoas para trabalharem na construção de
igrejas, escolas e na agricultura contribuiu ainda mais para esse processo e
para economia doméstica do país.
Aos poucos
a igreja, como mediadora da civilização romana, passou a influenciar o curso de
vida dos ingleses em várias outras direções, sobretudo no período denominado
“Old English”, com o empréstimo de vocabulário de origem puramente latina.
Entretanto, antes disso, já por volta de 597, termos do latim gradualmente já
estavam começando a penetrar na LI.
Ao discorrerem sobre empréstimos do latim, Baugh e
Cable (2002, p. 91) afirmam: “To be sure, the extent of a foreign influence is
most readily seen in the number of words borrowed. As a result of the
Christianizing of Britain some 450 Latin words appear in English writings
before the close of the Old English period”. ([30]).
De acordo
com esses autores, essa quantidade de palavras não inclui palavras derivadas
das palavras latinas, que já haviam entrado na língua, nem os nomes próprios ou
bíblicos, que já eram numerosos na época. Eles ainda afirmam que no segundo período
do Old English, as influências latinas foram tão fortes, que a LI criou o
hábito de se acomodar e incorporar os elementos lingüísticos estrangeiros em
seu acervo lexical.
Sob o ponto
de vista de Crystal (1995, p. 24), muitas das invasões lexicais que ocorreram
no Inglês Antigo se deram por causa das repetidas invasões e vindas de outros
povos para as ilhas britânicas. Os invasores trouxeram com eles suas línguas e
dialetos quando saíram de sua terra natal. Crystal acrescenta e faz referências
aos cristãos vindos da Irlanda e de Roma para a Inglaterra com o objetivo de
pregar o evangelho seguindo os mandamentos da Igreja Católica. Crystal
enfatiza que,
(...) the
missionary influence resulted in hundreds of new words coming into the
language, and motivated many derived forms. The new vocabulary was mainly to do
with the Church and its services theology, and learning, but there were also
many biological, domestic, and general words, most of which have survived in
Modern English. ([31]).
Com base
nos apontamentos de Crystal, podemos dizer que as influências do latim
proporcionaram a criação de um acervo gigantesco de palavras que ainda permeia
o idioma inglês.
Mario Pei
(1972, p. 17), ao comentar sobre as turbulentas influências do latim na LI,
afirma:
Once the storm and
stress of Anglo-Saxon invasion were over, the Christianization of the new
inhabitants of Britain took
place by precisely the same instrumentality that had served in the case of all
other barbarians: Christian missionaries, coming either from Rome or from already converted countries
(...) By the end year of 700, most of the Anglo-Saxons were Christians. ([32]).
Segundo o
autor, com o processo de invasão das ilhas britânicas, as influências do latim
se deram principalmente pelo grande número de obras traduzidas do Latim para o
Inglês Antigo. Muitas das obras eram consideradas de suma importância para todo
homem inglês ler e estudá-la; por isso, foram traduzidas para o Inglês Antigo;
um exemplo disso é a obra Book of Gilda,
Historia Ecclesiastica Gentis Anglorum.
Mario Pei
articula que o dialeto anglo-saxão (Old English) era repleto de palavras
naturais do latim ou de outras línguas influenciadas por essa língua clássica. Pei (1972, p. 94)
diz,
(...) a certain
number of naturalized words which it had borrowed from Latin or other sources,
like street from strata, cheese from caseus,
and, cheap from the verb ceapian, which goes back to Latin caupo, ‘merchant’. Other Anglo-Saxon
words of Latin origin gave way to new French importations after the Conquest; cirs and persoc, from cerasia and persica, were supplanted by cherry and peach, which were taken from French, and which French had developed
from precisely the same Latin sources. ([33]).
Pei reforça
nossa hipótese ao afirmar que muitas dessas influências ocorreram através de
outras línguas latinas (francês italiano etc.); cujas palavras (ou boa parte
delas) entraram no inglês, de maneira a modificar, enriquecer e aumentar o
prestígio da LI.
A maioria
dos autores fala que a contribuição do latim para a LI sempre foi muito ampla.
Apesar disso, existem contradições em relação a essas contribuições no inglês
antigo. Em sua obra, Crystal (1995) assegura que a influência do latim nesse
período foi muito limitada, pois apenas 3% das palavras era estrangeira. Só
depois de muito tempo o latim passou a ser fonte de empréstimos para o idioma
inglês. Com suas próprias palavras, ele nos expõe os argumentos que explicam
sua visão em relação à influência latina da época.
Dessa
maneira, Crystal (1995, p. 27), então afirma:
About 85 per cent
of Old English words are no longer in use. Moreover, only 3 per cent of the
words in Old English are loan words, compared with over 70 percent today. Old
English vocabulary was thus profoundly Germanic, in a way that is no longer the
case. Nearly half of Modern English general vocabulary comes from Latin or
French, as a result of the huge influx of words in the Middle English period.([34]).
A
contribuição do latim, de uma maneira ou de outra, colaborou para o
desenvolvimento da LI. Lyons (1981), em sua obra Language and Linguistics: An Introduction, explica o
desenvolvimento histórico das línguas com mais detalhes. Lyons argumenta que
estudiosos em geral ponderam que mudanças nas línguas de vários países
transformaram o latim em francês, italiano, espanhol etc. Poderíamos dizer em
outras palavras, que as línguas se desenvolvem e naturalmente se apropriam de
palavras cuja origem é latina, pois o latim, de fato, sempre serviu de
referência para milhares de línguas, quando os assuntos são: literatura, artes,
educação etc. Portanto, podemos dizer que, na medida em que as línguas se
desenvolvem, elas se apóiam num modelo de língua já existente, como o fizeram
as línguas latinas em geral.
Na visão de
Lyons (1981, p. 12), o latim serviu de modelo para várias outras línguas, principalmente
como modelo de língua escrita, pois já era língua com regras gramaticais
estabelecidas e estruturadas lingüisticamente. O autor ainda afirma que as
línguas em geral são derivadas de línguas previamente faladas, só depois passam
a ser línguas escritas. Em suas palavras ele afirma:
All the great
literary languages are derived, ultimately, from a spoken language of
particular communities and that, consequently, the dialects of other regions or
of other social classes should now be regarded, as they often are, as inferior,
or substandard, varieties of the language. ([35]).
É
importante repetir que a influência latina na LI ocorreu primeiramente com a
chegada dos missionários às ilhas. Ao mesmo tempo, isso ocorreu também através
dos comerciantes estrangeiros, pois Mario Pei (1972, p. 24) assegura que,
The first large
influx of foreign loan-words into English came with the Latin of the
missionaries, as well as through cultural and trade relations with the
continent. The latter give us ‘cheese’ (Latin caseus), ‘mint’ (Latin moneta),
‘bishop’ (Anglo-Saxon biscop, from episcopus, originally Greek), ‘seal’
(Anglo-Saxon sigel, from Latin sigillum), ‘street’ (Latin strata), ‘kettle’
(Anglo-Saxon cytel, from Latin catillus), ‘kitchen’ (Latin coquina), ‘church’
(...) ‘abbot’, ‘candle’, ‘chapter’ (...) ‘school’, ‘máster’, (...) In the time
of Alfred, such words as ‘cell’, ‘prime’, ‘accent’, ‘paper’, ‘term’, ‘title’,
and ‘elm’, entered English from Latin, and this despite the fact that Alfred
himself says ‘few know Latim’. ([36])
Relembrar
que o francês ajudou o latim nessa missão é de suma valia, pois no período
“Middle English” várias palavras do latim entraram na LI através do francês e
duplicaram palavras que já existiam no inglês antigo. David Crystal (1995, p. 46)
sugere alguns casos:
(...) in most
cases the French Word replacing an Old English equivalent; for example, ‘leod’
gave way to people, wilting to beautiful, and stow to place. Hundreds of Old
English words were lost in this way. But at the same time, Old English and
French words often both survived with different senses or connotation, such as
doom (OE) and judgement (F), hearty (OE) and cordial (F), and house (OE) and
mansion (F). ([37]).
Ao falar dessas influências,
Mario Pei (1972, p. 96) argumenta que sem esses fatores, a LI seria uma língua
muito pobre. Esse autor afirma:
Yet the English language would be a
poor thing indeed if those hundred of thousands of borrowed words were
eliminated from it. We have seen the property of the language before the time
of Chaucer. It is scanty use as a literary medium may have been at once the
cause of the effect of the property. It is only when the full, rich stream of
French, Latin, Greek and the other great western languages join the eddying
current of English that our tongue begins to assume the majestic aspect of a
great river flowing tranquilly toward the sea. ([38]).
Pei diz que o francês é um
dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da LI, pois esse idioma se
apropriou de várias palavras do latim e do grego, que se desenvolveram no
francês a partir do movimento (já mencionados anteriormente,) chamado
“Renaissance” ([39])
(porém, agora com mais detalhes).
Por influência dos
franceses, grande acervo de palavras do latim e do grego passou a ser usado
pelos falantes do idioma inglês; porém as palavras são de origem greco-latina.
Consideramos que nesse processo de duplicação a LI se enriqueceu intensamente
como língua, pois essas duplicações proporcionaram um enorme acervo de
palavras, o que libertou os falantes do Inglês Antigo da dependência e das
limitações no que diz respeito à comunicação propriamente dita, principalmente
na comunicação em situações formais, cuja linguagem usada deveria ser à altura
dos falantes, nesse caso, os nobres e os reis, entre outras pessoas da alta
aristrocacia.
Muitas
mudanças lingüísticas ocorreram no Inglês Antigo. Isso provocou uma
transformação na LI que passa a ser chamada de Inglês Médio. De acordo com
Baugh e Cable (2002, p. 169), as palavras de origem francesa entraram na LI como
suplemento, pois aos britânicos faltavam palavras para a comunicação com a
aristocracia. Esses autores explicam porque isso ocorreu, dizendo,
Whether to supply
deficiencies in the English vocabulary or in their own imperfect command of the
vocabulary, or perhaps merely yielding to a natural impulse to use a word long
familiar to them and to those they addressed, the upper classes carried over
into English an astonishing number of common French words. In changing from
French to English they transferred much of their governmental and
administrative vocabulary, their ecclesiastical, legal, and military terms,
their familiar words of fashion, food, and social life, the vocabulary of art,
learning, and medicine. ([40]).
A partir
dessas justificativas, podemos dizer que, por causa das influências
estrangeiras, os ingleses aprenderam a desenvolver sua própria língua. Neste
caso, isso se deu por causa de situações inevitáveis e a necessidade de
comunicação com os franceses. Nesse processo, indiretamente, através do
francês, muitas palavras do latim entraram na LI; que aos poucos, foram
penetrando e substituindo as palavras já existentes na LI, de maneira a somar as
palavras com as que já existiam. Isso proporcionou um maior acervo de léxicos
para suprir as necessidades e multiplicar as opções de uso da língua pelos
falantes da LI.
Na visão de Bizzocchi, o fato de a LI ter recebido inúmeras influências
do latim não devemos nos surpreender, pois segundo Aldo Bizzocchi (On-line)[41]
Uma vez que todas as línguas literárias
européias beberam na mesma fonte greco-latina, que foi a principal influência
lingüística sofrida por elas, o caráter ideológico do léxico de cada uma delas
vai se mostrar principalmente na forma particular assumida pelos incontáveis
empréstimos de vocábulos gregos ou latinos efetuados desde a Idade Média até os
dias de hoje.
Esse ponto
de vista nos relembra o que já foi discutido anteriormente. De acordo com essa
visão, no processo de influência lingüística do latim, todas as línguas
européias se beneficiaram; conseqüentemente, a LI também passou a gozar da
grande contribuição e prestígio dessa língua clássica, o latim. Antes das
contribuições lingüísticas do francês, centenas de palavras do latim já haviam
entrado na LI. Para
complementar essas informações, Mario Pei (1972, p. 26) afirma que,
It is estimated
that about 450 Latin words came into Old English before the Norman Conquest.
This is a surprisingly large total to those who think of the Anglo-Saxon era as
the period of pure Germanism in the language. If to these words we add those
that would normally have entered English from 1066 on, we see that even without
the French cultural importations present-day English would not be altogether a
simon-pure Germanic tongue. ([42]).
Ao falar
das influências do latim na LI, Sharon White (on-line)[43]
divide a história da LI em
períodos. Ao falar do segundo período ela diz,
This period,
dating from Augustine's mission of 597, is divided into two main sub-periods,
the Early and the Benedictine. The Early Second Period includes words taken by
the English to describe their new religion (mass, pope; from the Old English
maesse, papa; and the Latin missa, papa), but also household words (cap, plant;
from the Old English caeppa, lante; and the Latin cappa, planta) and those
relating to education (Latin and school; from the Old English scol; and the
Latin Latinus, schola) (...) In this part of the Second Period, direct
translation of Latin terms is characteristic. Thus, the Late Latin trinitas
(three) is the Old English prines (literally, three-ness), and the Late Latin
resurrectio (resurrection) is the Old English aerist, from arisan (to arise). ([44]).
Para
colaborar e reforçar nossa discussão, Sharon pondera que um imenso acervo de
palavras que entraram na língua (LI) mostra a extensão do impacto imediato da
cristianização na Inglaterra no século VII. Acreditamos que
apesar de o inglês antigo ter sido influenciado por muitas línguas e povos
diferentes, o latin influenciou a LI muito mais, pois de acordo com Edward Moore (2000)[45],
Latin
influenced the development of Old English more than any other non-West Germanic
language with which Old English came into contact. Most scholars divide the
influence of Latin chronologically into three time periods. The first time
period concerns such influence as occurred on the continent prior to the
arrival of Anglo-Saxons in England
and which arose from contacts between West-Germanic speaking peoples and Latin
speakers. The second period of influence spans from the arrival of the
Anglo-Saxons in England
up to their Christianization ca. 600/650. The last period of influence spans
from the time of Christianization up to the arrival of the Normans in 1066. ([46]).
Para Edward Moore, as
influências latinas representaram uma esfera de mudanças que proporcionou
desenvolvimentos na LI e facilitou a comunicação com os falantes latinos, uma
vez que as possibilidades de comunicação entre os povos eram limitadas, pois os
recursos lingüísticos não supriam, com abundância, as necessidades dos
falantes.
(...)
approximately 450 Old English words, mostly nouns, were borrowed from Latin
(Baugh, 106). Around 170 of these entered the Old English lexicon during the
continental period (Hogg, 302; Williams, 57). These words pertain mostly to
plants, household items, clothing and building materials. As such, they
represent the influence of Vulgar (i.e. spoken) Latin rather than Classical
(i.e. literate) Latin. It is uncertain how many words date from the second
period of Latin influence. In general though, scholars maintain that there are
slightly fewer borrowings dating from this period. ([48]).
Edward Moore
assegura, e consideramos de suma importância mencionar, que apesar da extensiva
influência do latim na LI, as línguas dependem de cruzamentos lingüístico com
outras para sobreviverem e se tornarem funcionais para seus falantes. Neste
ponto de vista, concordamos plenamente com o autor, pois em nossa visão, a
partir do momento em que as línguas se cruzam, todas são beneficiadas e
influenciadas independentemente de seu prestígio social. Portanto,
possivelmente o latim recebeu influências do inglês antigo também.
Acreditamos que,
lingüisticamente é natural para muitos (neste caso os falantes nativos da LI) o
fato de eles verem sua língua levar vantagens (mais prestígios) em relação a
outras línguas estrangeiras para eles. Segundo Baugh e Cable (2002, p. 3), uma
abordagem cientifica através de estudos lingüísticos de uma língua e levando-se
em consideração a história dessa língua, é possível descobrir que nenhuma
língua adquire importância se apenas fatores internos são levados em
consideração, pois uma língua ganha prestígio e importância (juntamente com a
nação), por causa de eventos (influências estrangeiras) que ocorrem na língua e
moldam essa língua para o mundo.
Baugh e Cable
acrescentam:
(...) the language of a powerful
nation will acquire importance as direct reflection of political, economic,
technological, and military strength; so also will the arts and sciences
expressed in that language have advantages, including the opportunities for
propagation. The spread of arts and sciences through the medium of a particular
language in turn reinforces the prestige of that language. Internal deficits
such as an inadequate vocabulary for the requirements at hand need not restrict
the spread of a language. It is normal for a language to acquire through
various means, including borrowing from other languages, the words that it
needs. ([49]).
Isso
explica o fato de a LI ter muito prestígio e importância para o mundo
atualmente, por estar entre as línguas estrangeiras mais faladas e estudadas
pela população global. Essa explicação é mais bem compreendida quando Aldo
Bizzocchi ([50])
afirma:
A Europa Ocidental é talvez o melhor exemplo de
povos étnica e lingüisticamente diferentes que, no entanto, graças à influência
cultural comum da Grécia e de Roma, exercida, sobretudo por meio de suas
línguas (o grego e o latim) e de sua religião (o cristianismo), constituíram
uma única grande civilização, a chamada Civilização Européia ou Ocidental, que
hoje já tende a ser chamada de Civilização Global. A influência unificadora da
cultura clássica reflete-se na ideologia desses povos e, conseqüentemente, em
suas línguas, principalmente no que diz respeito ao léxico.
Se
a influência da cultura clássica reflete-se na ideologia desses povos, a LI
como sendo uma língua européia, conseqüentemente, também experimentou
principalmente o léxico do latim. Aldo Bizzocchi acrescenta ainda que a própria história dessas línguas
sustenta-se, assim, sobre uma constante tensão entre a influência greco-latina
e o elemento vulgar, ou seja, o princípio de análise do autor baseia-se
principalmente na tensão permanente entre as línguas clássicas do Ocidente - grego
e latim - e as línguas vulgares, que na verdade são, de acordo com Bizzocchi,
idiomas nacionais da Europa Ocidental, e essa tensão se encontra na base de
toda a tradição literária, religiosa, filosófica, intelectual, e também
filológica e gramatical do Ocidente.
O valor das línguas
clássicas, como o latim e o grego, é superior em relação às outras línguas; por
isso, a nosso ver, esse é o motivo que leva quase todas as sociedades a
(incondicionalmente) se apossarem das idéias e modelos greco-latinos. E quanto
aos valores, Aldo Bizzocchi ([51])
explica as razões que justificam essa superioridade:
De
fato, inúmeras razões fazem com que o grego e o latim estejam em posição
hierárquica superior em relação às línguas vulgares, das quais constituem o
grande paradigma. Embora o Império Romano do Ocidente tenha desmoronado em 476,
as instituições políticas, os fundamentos jurídicos, os cânones literários e
artísticos da Roma Antiga, bem como a própria língua latina, sobreviveram até
a era moderna. Além de representarem o veículo de transmissão do patrimônio
cultural da Antigüidade, as línguas clássicas, principalmente o latim, foram,
durante muito tempo, consideradas as únicas línguas dignas da literatura, da
poesia, da ciência, da filosofia, da religião, etc.
A importância dada às
línguas clássicas nos leva a crer que, do ponto de vista cultural e
lingüístico, as línguas de menos prestigio se submetem às influências
greco-latinas, pois, como Aldo
Bizzocchi pondera, ainda hoje, a maioria dos termos técnicos, científicos,
ou simplesmente os vocábulos de cultura de qualquer língua ocidental são
empréstimos das línguas clássicas, ou estão formados com elementos morfológicos
dessas línguas, e diversas línguas adotam modelos das línguas clássicas. Podemos
concluir que, principalmente do ponto de vista lingüístico, o latim tem maior
autoridade neste sentido e é responsável pelo enriquecimento lingüístico de
inúmeras línguas além do Inglês, pois como nos apontou a maioria dos estudiosos
da LI, além de outras línguas, o latim foi responsável pela maior parte das
influências lingüísticas, levando assim uma grande diversidade lexical entre
outros elementos lingüísticos, à maioria das línguas européias.
Inglês Moderno e Conteporaneo (a partir de 1500)
No começo
do período “Modern English”, na
LI não havia uma estabilidade para o padrão da língua. No entanto, do período
denominado Renaissance em diante, a estrutura da língua-padrão se estabilizou.
Provavelmente, a falta de padrão de língua era devido às influências diversas
que a língua sofria na época. William Caxton (1422-1491), comerciante,
diplomata,
escritor
e pintor
nascido na Inglaterra, é considerado o primeiro a imprimir
obras em inglês. Em 1475 publicou o primeiro
livro em língua inglesa, que foi uma tradução de História de Tróia de Le Fèvre. Nascido em Kent, Caxton é considerado
o introdutor da tipografia no Reino Unido
([52]).
Ele observou mudanças e
variações na LI em várias partes da Inglaterra desde que nasceu.
Conforme informaçoes
encontradas em wikipedia.org ([53]), William Caxton se sentiu confuso em relação à mistura
literária das palavras nativas com as emprestadas de outras línguas, o que
causava diferentes formas escritas para uma mesma palavra. A partir disso, Caxton introduziu a imprensa na Inglaterra com
o intuito de padronizar e criar uma uniformidade para a LI. Por causa das
explorações durante o período Renaissance, mais palavras novas vindas de outras
línguas foram incorporadas a LI. Muitas dessas palavras surgiram por causa do
desenvolvimento da ciência, artes etc.
Na visão
de MacCrum et al. (2002, p. 87), por causa das inúmeras obras publicadas na
época, o período Renaissance foi responsável pela influência do latim na LI. “The
printing press, which made the spread of learning and knowledge so much easier,
was a communication revolution, the cornerstone of European Renaissance, that
introduced a torrent of Latin words into the language”. ([54])
É importante também mencionar como esse movimento começou na Europa. A esse
respeito, MacCrum, MacNeill e Cran (2002, p. 111) ponderam que tudo começou por
volta do período elisabetano.
The Elizabethans had initiated a
renaissance in spoken and written English. Under the Jacobeans this
achievements began to be standardized and disseminated throughout the British
Isles, and spread overseas to New World as the
language of unified nation. ([55]).
Esses
autores afirmam que nesse período, James VI, rei da Escócia, se tornou James I,
rei da Inglaterra. Ele se tornou o rei protestante mais poderoso na Europa. O
título “Great Britain”, por exemplo, foi criado por ele; desde então, a LI
ganhou reconhecimento internacional.
Em 1604,
quando estudiosos da época começaram a ter a Idéia de traduzir a Bíblia para a
LI, a influência do latim se proliferou ainda mais na LI. Essa
versão ficou conhecida como
“The King James Bible”. MacCrum, MacNeill e Cran (2002, p. 114), discorrem
sobre esse assunto:
The King James Bible was published
in the year Shakespeare began work on his last play, The Tempest. Both the play
and the Bible are masterpieces of English, but there is one crucial difference
between them. Whereas Shakespeare ransacked the lexicon, the King James Bible
employs a bare 8,000 words – God’s teaching in homely English for everyman. ([56]).
Dessa
maneira, podemos afirmar que o latim penetrou na LI ainda mais, de modo a
enriquecer não só a língua como também a capacidade espiritual do povo inglês.
Além
disso, Howatt (2000) acrescenta que várias línguas começaram a ser ensinadas na
Inglaterra após o final da Idade Média. O francês era a segunda língua do reino
e quando perdeu essa posição, aos poucos cedeu lugar a que se tornou a segunda
língua mais falada no país. A LI passa a ser considerada a língua da nação,
falada por todos, desde a nobreza do reino até as pessoas mais simples;
entretanto, quando tomou o lugar do francês, este ainda era visto como língua
de prestígio para os falantes mais cultos e para aqueles que queriam fazer
parte da camada mais alta da sociedade. O papel do latim, por sua vez, elevava
aqueles que tinham seu domínio à posição de pessoas altamente educadas e extremamente
cultas.
Howatt
(2000, p. 8) afirma ainda que os falantes começaram a aprender várias línguas,
entre elas o inglês, pois devido ao aumento do número de pessoas interessadas
em aprendê-lo, o idioma passou a ser muito procurado na época.
(…) there were
other signs of growing interest in learning English in the early sixteenth
century. The polyglot dictionary and phrasebooks, which was a popular device
for acquiring a ‘survival of knowledge’ of foreign languages in Renaissance
times, began to include English alongside the more widely-known languages like
French, Italian, and Latin. The earliest listed in the Alston Bibliography is a
seven-language dictionary ([57]) of 1540 (Latin, French, Dutch, Italian, Spanish, and
High-Dutch as well as English). ([58]).
Ainda
segundo Howatt, a LI era muito mais usada por mulheres e crianças, pois muitos
dos homens eram refugiados de outros países na época da Contra-Reforma, no
século XVI (1500-1600). Os maridos trabalhavam e as esposas eram responsáveis
pela realização de várias tarefas domésticas.
No
começo do período após o Inglês Médio, o Inglês Moderno se desenvolveu
bastante, sobretudo através dos esforços literários durante o iluminismo, fato
histórico que influenciou vários acontecimentos: tais como a Revolução Francesa,
a independência das nações americanas e outros eventos que ocorreram na Europa,
baseados nas novas idéias que surgiam. Esses fatores acarretaram o surgimento
de universidades, trazendo assim, maior poder político à população e
principalmente por causa da manifestação da imprensa, dos meios de comunicação
que se estabilizaram; estes em especial, foram considerados os fatores-chave no
processo.
Ao
falar sobre o período de transição, Crystal (1995, p. 56) afirma,
There is no
consensus about when Early English period begins. Some opt for an early date,
1400-50, just after Chaucer and the beginning of pronunciation shift which
identifies a major intelligibility barrier between Middle and Modern English.
Some opt for a late date, around 1500, after the effects of the printing
revolution had became well established. But there is the advent of printing
itself which many consider to be the key factor and this section accordingly
begin in 1476, when William Caxton set up his press in Westminster . ([59]).
Crystal
completa que a nova invenção foi também o ponto de partida para o estudo das
propriedades e padronização da língua.
Através
da imprensa, as pessoas passaram a ter mais oportunidades de escrever, e de ter
suas produções circulando mais facilmente por causa das facilidades
proporcionadas pelos meios de comunicação. Ainda segundo Crystal, isso
contribuiu para mudanças na escrita das palavras e no sistema de escrita da
língua como um todo, pois com as mudanças que a língua sofreu entre os
períodos, muitos tinham preferências no modo de escrita das palavras. Isso
provocou uma revolução entre os estudiosos da LI; eles então se juntaram com o
objetivo de padronizar a língua. Crystal enfatiza também que durante o século
XVI houve muitas publicações de obras cujos temas eram relacionados às línguas
clássicas e à literatura. Com isso,
muito rapidamente, os campos da ciência, medicina e artes se desenvolveram
descontroladamente. Tudo isso contribuiu bastante para o enriquecimento da LI.
Durante esse período (Renaissance), enquanto
a LI enriquecera linguisticamente, membros da Igreja Católica e a cultura
romana ajudaram a revelar, definitivamente, as marcas do latim na LI. Nesse sentido, Tim Morris (on-line)[60] afirma:
The western
Renaissance (1300-1600), with its emphasis on secular learning and science, had
a profound effect on the vocabulary of a developing language like English.
There are many Latin terms in Old and Middle English, reflecting first the
impact of Roman culture (wine, cheese) and then the impact of Christian Latin
(vespers, trinity), Early Modern English (after 1500 or so) reveals a huge
influx of words from a "revived" classical Latin that had become once
again the language of international literary and academic business in the West.
([61]).
Igual o ponto de vista da maioria dos autores
pesquisados, na visão de Tim Morris, o aparecimento de um grande acervo de
palavras derivadas do latim entrou na LI exatamente neste período. Morris
explica o porquê dos empréstimos feitos pela LI. Segundo esse autor, existem
várias razões que justificam essas influências. Morris acredita que
The basic reason
for the many Latin and Greek words in modern English is that in their own time,
the classical versions of these languages were, like English today,
international languages with a dominant effect on the educational systems and
culture of the rest of their world. Just as it's hard to think of a world
language today escaping at least some influence from English, so it's
hard to think of any western European language that has evaded the influence of
Latin and Greek at some time in its past. ([62]).
De
acordo com essa visão, tanto o Latim quanto o Grego eram considerados as
principais referências e as bases para a educação. Nesse sentido, como língua
dominante eram autoridades no mundo inteiro, por causa dos ensinamentos e valorização
de seus textos clássicos, considerados como sendo fontes vitais aos estudos e a
educação.
Para
reforçar e complementar o que Morris afirmou, na obra The Online
Encyclopedia and Dictionary ([63]),
encontramos as seguintes informações:
During the English Renaissance, 1500
-1650,
some 10,000 to 12,000 words entered the English lexicon, including “lexicon”.
Many of these words were borrowed directly from Latin, both in its classical
and medieval forms. Some examples include: aberration, allusion, anachronism,
democratic, dexterity, enthusiasm, imaginary, juvenile, pernicious, sophisticated.
([64]).
Crystal
acrescenta que só após 1650 é que esse período passou a ser chamado de
“Renaissance”. Nessa época, os europeus começaram a explorar os continentes africano
e americano e com isso surgiu a necessidade de palavras novas para a
comunicação entre os povos que precisavam se expressar na língua, neste caso a
LI, principalmente no que diz respeito aos conceitos técnicos e invenções de
origens européias.
Nesse
processo, na visão de Crystal, os escritores da época começaram a usar palavras
de outras línguas européias, pois, provavelmente, os escritores ingleses não
conseguiam expressar as idéias e as diversas descobertas feitas nos novos
continentes. Com tantas necessidades, principalmente em relação ao uso de novas
palavras, inevitavelmente foram emprestados para a LI, conceitos, técnicas e
principalmente palavras vindas de várias outras línguas.
Most of the words
which entered the language at the time were taken from Latin, with a good
number from Greek, French, Italian Spanish, and Portuguese. Then, as the period
of world-wide exploration got under way, words come into English from over 50
other languages, including several indigenous languages of North America,
Africa, and Asia . Some if words came into
English directly, others came by way of an intermediate language. Many
came indirectly from Latin or Italian via French. ([65]).
Um
dos fatores que proporcionou o surgimento do Inglês Moderno foi uma suposta
mudança que ocorreu na pronúncia das palavras, sobretudo a pronúncia das
vogais. Nesse sentido, para explicar melhor esse processo de
transiçao, Blair Mathis
(on-line) [66]
afirma:
One of the two biggest factors for separating Modern and Middle English
would be the Great Vowel Shift (GVS). The main difference between the language
of Chaucer and Modern English is the pronunciation of long vowels. Long vowel
sounds were made higher in the mouth and the letter "e" at the end of
words was no longer pronounced. While one can decipher Canterbury Tales
visually, the reading of his work orally would be completely foreign
reiteration to the modern English speaker. ([67]).
David
Crystal argumenta que a mudança na pronúncia das palavras ocorreu no começo do
“Early Modern English”, época que a LI passou a ser estudada mais
detalhadamente por especialistas em fonética, ortografia etc. Desde então, a
escrita das palavras, rimas, ritmos, entre outros aspectos da língua, foram
julgados de suma importância e levados em consideração à medida que as mudanças
ocorriam.
Por
fim, o Inglês Moderno se desenvolveu efetivamente durante o século XVI e
atingiu um nível de desenvolvimento ainda mais alto por causa das influências
das obras de Shakespeare no começo do século -XVII. Crystal (1995), ao discutir
a época de Shakespeare, menciona a Bíblia “The King James Bible (1611)”, cujo
impacto na LI foi enorme na ocasião; ela teve essa representatividade porque
inúmeras cópias foram produzidas e traduzidas; por isso, a obra foi considerada
um monumento da língua inglesa.
Crystal
(1995, p. 65) discute também a regularização da língua. Ele
argumenta que
Mulcaster’s own view did a great
deal to hasten the growth of regularization at the end of the 16th
century. His Elementarie provided a
table listing recommended spellings for nearly 9,000 words, and influenced a
generation of orthoepists (pronunciation teachers) and grammarians. Several
other works of the period focused on the range of the problems presented by the
writing system, and a climate emerged which fostered standardization. ([68]).
Com a
padronização da língua, segundo Crystal, a escrita das palavras se tornou mais
fácil para todos. Em meados do século XVII grande número de obras (guias de
escrita das palavras) foi publicado. Essas obras serviram como referência para
todos os escritores.
Baugh e Cable (2002, p. 203,204) argumentam que
mesmo quando a LI, juntamente com outras línguas vernaculares, ganhou posição
estável entre as línguas e a literatura popular, uma forte tradição sancionou o
uso do latim em todos os campos do conhecimento. Essa tradição ficou ainda mais
forte com o passar dos anos.
This
tradition was strengthened by the ‘revival of learning,’ in which the records
of Greek civilization became once more available in the original. Latin and
Greek were not only the key to the world’s knowledge but also the languages in
which much highly esteemed poetry, oratory, and philosophy were to be read. ([69]).
Na concepção de Baugh e Cable (2002), o grego e o
latim eram capazes de expressar idéias abstratas, algo que na época não era
possível através das línguas vulgares; por isso, em relação à maioria das
outras línguas, o uso do latim significou vantagens, pois era considerado
língua universal que todos os europeus bem educados deveriam usar para a
comunicação verbal e escrita.
Baugh e Cable fazem referência ao movimento que
revolucionou a capacidade intelectual do povo europeu na época. Esse movimento,
período o denominado Renaissance, foi considerado a redescoberta do latim e do
grego, além disso, o estudo de suas literaturas surtiu grandes possibilidades
de evolução para as línguas modernas. Consequentemente, várias outras línguas
se desenvolveram linguisticamente. Com isso, a LI finalmente perdeu o rótulo
pejorativo de língua pobre e inadequada para uso em assuntos que apenas o latim
e o grego davam conta. Esse resultado, consequentemente, levou a LI a uma
posição jamais atingida antes ao longo de sua história.
MacCrum et
al. (2002, p. 62,63) ponderam que a importância da revolução cultural na
historia da LI não se deu apenas com a inserção de palavras estrangeiras na
língua, mais também proporcionou aos ingleses a capacidade de expressar idéias
abstratas. Essa afirmação fica evidente quando os autores dizem,
Before the coming of St Augustine,
it was easy to express the common experience of life – sun and moon, hand and
heart, sea and land, heat and cold – in Old English, but much harder to express
more subtle ideas without resort to rather elaborate, German-style portmanteaux
like frumweorc (fruma, beginning, and weorc, work = creation). Now there were
Greek and Latin words like angel, disciple, litany, martyr, mass, relic,
shrift, shrine, and psalm ready to perform quite sophisticated functions. ([70]).
Sendo
assim, com base nos apontamentos apresentados pelos estudiosos, podemos
concluir que, por causa das várias influências estrangeiras, porém
principalmente por causa das influências do latim, a sociedade inglesa
desenvolveu grande capacidade de expressar idéias abstratas, sobretudo após a
cristianização dos britânicos. Dessa maneira, ao longo dos anos, os nativos
incorporaram à língua um amplo estoque lexical latinizado que até hoje
enriquece o discurso dos falantes da LI; além proporcionar uma sutileza e
flexibilidade quanto ao uso das palavras.
A Preferência
de Uso do Vocabulário Latino.
Em inglês, quando assistimos
ou lemos jornais, revistas ou textos de grande circulação no mundo, percebemos que
os locutores, em geral, apresentam discursos rebuscados, ou seja, usam palavras
latinizadas, diferentes da linguagem usada no dia a dia. Com o objetivo de mostrar a preferência de uso
dessas palavras em diversos escritos, selecionamos como corpus, alguns
trechos de artigos, internet, jornais, construções de frases adaptadas e
trechos de livros. Usaremos os trechos como base para uma breve análise da
proporção de palavras de origem latina neles presentes.
A Língua Inglesa usada no
campo da ciência, por exemplo, apresenta um registro bem distinto da linguagem
usada no dia a dia. Essa distinção aparece principalmente na escolha lexical,
pois, como ocorre em toda língua, grande quantidade de termos técnicos e
nomenclaturas são de cunho científico. Nessa área, as palavras latinas são
veteranas, por isso, a preferência pelos vocábulos latinos fica em primeiro
lugar. Essa preferência também aparece em muitos documentos escritos, em obras
literárias e em vários outros meios de comunicação.
Para ilustrar o uso de vocábulos
latinos, mostraremos uma comparação com palavras equivalentes, cujas origens
não provêm do latim. Certamente são de origem anglo-saxônica. Vejamos exemplos
abaixo:
Origem anglo-saxônica ([71])
|
Origem latina
|
It’s “down to you” to check the door”.
|
It is “your responsibility” to check the door.
|
Jaguars can move with a high “speed”.
|
Jaguars can move with an astonishing “velocity”.
|
The
speed of light...
|
The velocity of light...
|
I can’t “take on” any extra work.
|
I can’t “assume” any extra work.
|
Nesses exemplos, retirados
do Oxford Advanced Learner’s Dictionary,
a frase “It’s down to you to check the door”, soa estranha em nossos ouvidos, porém, é uma construção comum para os nativos da LI. Em situação de
uso da língua, naturalmente, daríamos preferência à construção “It is
your responsibility to check the door”, por causa da proximidade com as línguas
latinas. A mesma explicação serve para as frases: “I can’t
“take on” any extra work” e “I can’t “assume” any extra work.”
Já a palavra “velocity” é um
termo técnico. As frases “Jaguars can move with an astonishing
velocity” e “The velocity of light...”, retiradas da mesma obra, sugerem
que a palavra “velocity” ocorre principalmente dentro de textos científicos; e
a palavra “speed” aparece com freqüência em vários contextos do dia-a-dia,
pois, diferente da palavra “velocity”, para a palavra “speed”, Oxford Advanced Learner’s Dictionary,
não encontramos nenhuma observação.
Na tabela a seguir, criamos
alguns exemplos para ilustrar um pouco mais o uso de palavras latinas em vez de
palavras de origens anglo-saxônicas.
Origem anglo-saxônica
|
Origem latina ([72])
|
They did an experiment
This
let them keep the same temperature during the whole experiment
|
The
experiment was conducted / performed
This
allowed / permitted / resulted in / ensured a constant temperature throughout
the experiment / for the entire experiment
|
Then
the Drive Manager goes through some steps to install the programme
|
The
Drive Manager then performs / executes a series of functions / operations in
order to install the programme
|
One
after the other
Enough
This
shows that …
|
At
regular intervals
Sufficient
This
demonstrates…
|
They
found out what the important things were…
|
They
determined / discovered / established / identified the important properties /
characteristics…
|
As frases com construções
latinizadas apresentam características formais mais utilizadas em textos
científicos; os que não apresentam essas características são de origem
anglo-saxônica (já enraizada e internalizada na mente dos nativos), portanto,
são mais usadas. Já as construções latinizadas, em geral, são utilizadas também
para falar de assuntos formais: textos acadêmicos científicos, assuntos que
dizem respeito às leis etc.
Neste
trecho do artigo científico “Embryonic Stem
Cell Substitute Passes Acid Test”, de Gretchen
Vogel (on-line)[73], destacamos palavras latinas que são convenções no campo da ciência.
“Scientists have for the first time demonstrated that a possible alternative to controversial embryonic stem (ES) cells shares one of their key abilities. So-called induced pluripotent stem (iPS) cells
can generate a live mouse in an experiment scientists say is the gold
standard for pluripotency, the ability to become any cell type in the body. The feat, performed by two independent groups, suggests
that iPS cells may be as powerful as ES cells, which many scientists hope
will someday help cure a variety of diseases”.
“Embryonic Stem Cell Substitute Passes Acid
Test”, Gretchen Vogel.
|
Percebemos que nesse artigo,
as palavras derivadas do latim são freqüentes no discurso técnico-científico;
possivelmente, porque o campo de cunho científico exige normas terminológicas
ou combinação de elementos léxicos que são próprios do campo da ciência. É
interessante observar que, para expressar suas idéias, cientistas do mundo
inteiro usam palavras latinizadas. Na medida em que isso ocorre, criam-se novas
terminologias que no futuro tendem a se tornar convenções no campo da ciência.
Contudo, textos científicos causam estranheza nos olhos da dos leitores leigos,
pois grande parte do vocabulário presente não é comum. Porém, com o passar do
tempo, na medida em que é divulgado, torna-se acessível à grande parte da
população; principalmente para falantes de língua latina.
Baugh e Cable (2002, p. 297)
explicam como isso é possível,
In every field of science, pure and
applied, there has been need in the last two centuries for thousands of new
terms. The great majority of these are technical words, known only to the
specialist, but a certain number of them in time become familiar to the
layperson and pass into general use. ([74]).
Em outras palavras, podemos
afirmar que muitos dos termos e palavras relacionadas ao campo da ciência
passam, com o tempo, a fazer parte do vocabulário da grande massa,
simplesmente, como ocorre com os nomes dos medicamentos e doenças que são
nomeadas conforme vão surgindo no mundo.
A escrita científica, convencionalmente, segue seu próprio estilo; nesse
sentido, concordamos com Galina
Goumovskaya (on-line)[75] quando afirma:
The language of science is governed
by the aim of the functional style of scientific prose, which is to prove a
hypothesis, to create new concepts, to disclose the internal laws of existence,
development, relations between different phenomena, etc. The language means
used, therefore, tend to be objective, precise, unemotional, and devoid of any
individuality; there is a striving for the most generalized form of expression. ([76]).
A partir dessa visão,
podemos sugerir que falar de assuntos científicos requer conhecimento e uso de
vocabulário ou termos técnicos específicos, que representam características
essenciais nesse assunto, pois são convenções típicas que, para cientistas do
mundo inteiro, se tornam uma linguagem facilmente e largamente compreendida pelos
especialistas ou pessoas interessadas no assunto. Além disso, termos técnicos
são usados nos campos da ciência de forma predominante, por isso, podemos
dizer, de fato, que eles pertencem à linguagem científica.
Pei conclui que 50% dos
artigos científicos são publicados em inglês; entretanto, o vocabulário usado
ou é oriundo do grego ou do latim. Para reforçar nosso ponto de vista,
Pei (1972, p.
221) afirma:
The language of Science and
technology enjoys the distinction of being by far the most productive of all
the class languages. Fully half the words in our tongue (the half less often
and less generally used, to be sure) are of scientific or technological origin.
([77]).
Pei ainda pondera que os
textos científicos apresentam uma linguagem rebuscada (formal); exclusiva para
uso nesses campos específicos.
Na obra de Saki, (escritor
inglês, 1870 – 1916) percebemos que diversas palavras latinas têm preferência
de uso e estão sempre presentes na obra. Isso é possível por causa da alta
porcentagem de palavras de origem clássica presente na LI e, consequentemente,
no discurso desse autor.
“Theodoric
Voler had been brought up, from infancy
to the confines of middle age, by
a fond mother whose chief solicitude
had been to keep him screened from what she called the coarser realities of life. When she died she
left Theodoric alone in a world that was as real as ever, and a good deal coarser than he considered it had any need to be. To
a man of his temperament and
upbringing even a simple railway
journey was crammed with petty annoyances and minor discords, and as he settled himself down in a secondclass compartment one September
morning he was conscious of
ruffled feelings and general mental
discomposure”.
|
Esse trecho, retirado do conto “The Mouse”, apresenta várias palavras de
origem latina. Essas palavras destacadas fazem parte de um grupo enorme de
vocábulos de origem latina, marcam claramente o registro formal que muitos escritores
utilizam para garantir o estilo ou tom desejado.
As escolhas lexicais são uma
das qualidades nesse conto; o autor se utiliza uma linguagem formal, com
palavras, em sua maioria, latina. As
palavras em negrito (infancy, confines, middle, age, solicitude, realities, real,
considered, temperament, simple, journey, annoyances, minor, discords,
secondclass, compartment, September, conscious, general, mental e discomposure)
mostram que, mesmo em um trecho extremamente pequeno, a porcentagem de
vocábulos latinos é muito grande, principalmente se compararmos o que é latim
com as palavras anglo-saxônicas, sem contar as repetições.
Na obra de Baugh e Cable
(2002), A History of the English Language, o registro formal da linguagem é uma característica que também
se mostra sempre presente. Nesta passagem, o autor explica a conquista e a
posse do rei William após vencer a “Batalha de Hasting”.
”Upon return from a visit to
(BAUGH
and CABLE, 2002:112).
|
Essas palavras destacadas
(return, visit, faced, serious, rebellions, necessary, enter, series,
campaigns, demonstrate, severity, result campaigns nobility, practically,
estates, exaggerating, scarcely, noble, extraction) são exemplos de escolhas
lexicais que dão qualidade à obra. Além disso, para nós, essa escolha lexical garante melhor entendimento do que é dito.
Esse estilo torna-se mais apropriado para uma comunidade mais ampla de falantes
latinos que fazem uso da LI. Dessa maneira, esse público é capaz de ler e
entender, mais facilmente, a linguagem usada na obra.
A presença de palavras do
latim na obra de Baugh e Cable (2002) nos remete a assuntos já discutidos.
Esses mesmos autores ponderam que o
poder da LI para expressar idéias abstratas é abundantemente desenvolvido. Tanto
Pei (1972) quanto Baugh e Cable (2002) sugerem que elaborar um estilo
latinizado enriquece a linguagem e a obra como um todo. Além do mais, essas
características também proporcionam uma sutileza e flexibilidade quanto ao uso
das palavras.
Baugh
e Cable (2002) dizem que apreciam o uso de palavras latinas, pois elas são
associadas a tesouros cujas conotações são riquíssimas. Fazer uso de palavras
de origem latina é fazer uso da razão para a escolha das palavras. É o desejo
de buscar nessas palavras, os efeitos apropriados que a LI não fornece de modo
suficiente; buscar no latim é a opção e, muitas vezes, referência única para
esse fim. Desse modo, as palavras latinas se unem as anglo-saxônicas e
vise-versa. Essa união aumenta ainda mais a riqueza, possibilidade e
diversidade lingüística na LI.
A
maioria dos estudiosos estudados reconhece que a transferência de palavras e
termos latinos para a LI é algo bom para a língua. Para Baugh e Cable, por
exemplo, a transferência de palavras estrangeiras para a LI é um fato comum,
pois o povo inglês desde a Idade Média, quando a LI ainda era menosprezada do
ponto de vista lingüístico e social, passou a usar elementos lingüísticos do
latim para se livrar desse rótulo pejorativo que a língua carregava.
Neste outro trecho do conto “The Mouse”, várias palavras
de origem latina também aparecem. Isso mostra que a LI se modificou e
enriqueceu linguisticamente; e também reforça o que Baugh e Cable sugerem em
relação às escolhas lexicais dos escritores em geral. O vocabulário
latino é evidência que reforça ainda mais a idéia de que o uso de palavras
latinas é realmente apreciado na LI, elas são de fato tesouros, cujas
conotações sugerem riquezas para as obras e seus autores.
Evidently she had detected something of his predicament,
and was enjoying his confusion. All the blood in his body seemed to
have mobilised in one concentrated blush, and an agony
of abasement, worse than a myriad mice, crept up and down over his
soul. And the, as reflection began to assert itself, sheer terror
took the place of humiliation. With every minute that passed the
train was rushing nearer to the crowded and bustling terminus
where dozens of prying eyes would be exchanged for the one paralysing
pair that watched him from the further corner of the carriage.
There was one slender despairing chance, which the next few minutes
must decide. His fellow-traveller might relapse into a blessed
slumber. But as the minutes throbbed by that chance ebbed away. The furtive
glance which Theodoric stole at her from time to time disclosed only an unwinking
wakefulness.
|
As
palavras destacadas (evidently, detected, predicament, confusion,
mobilized, concentrated, agony, abasement, reflection, terror,
humiliation, passed, train, terminus, dozens, paralyzing, pair,
carriage, despairing, chance, minutes, decide, relapse, furtive)
são exemplos da influência latina, que contribuiu para a evolução da LI.
A influência do latim é mais
freqüente, também, em documentos jurídicos que envolvem lei, como na
constituição de um país que comporta o conjunto de leis, regras e normas que
regulam e organizam o funcionamento da nação. Obrigatoriamente, exigiu-se da
equipe redatora uma linguagem adequada e formal, que, sendo um documento
pátrio, portanto, não se admite ambigüidades.
Vamos observar a quantidade
de palavras em negrito no trecho retirado da constituição dos Estados Unidos
(on-line) [79], sem considerar às vezes em que as
palavras se repetem.
Every
Bill which shall have passed the
House of Representatives and the Senate, shall, before it become a Law, be presented to the President
of the United States; If he approve he shall sign it, but if not he shall return
it, with his Objections to that
House in which it shall have originated,
who shall enter the Objections at
large on their Journal, and proceed to reconsider it. If after such Reconsideration
two thirds of that House shall agree to pass
the Bill, it shall be sent, together with the Objections, to the other House,
by which it shall likewise be reconsidered,
and if approved by two thirds of
that House, it shall become a Law. But in all such Cases the Votes of
both Houses shall be determined by
Yeas and Nays, and the Names of
the Persons voting for and against
the Bill shall be entered on the
Journal of each House respectively.
If any Bill shall not be returned
by the President within ten Days
(Sundays excepted) after it shall
have been presented to him, the
Same shall be a Law, in like Manner
as if he had signed it, unless the
Congress by their Adjournment prevent its Return, in which Case it shall
not be a Law.
|
As palavras (passed, Representatives, Senate,
Law, presented, President, United
States, approve, sign, return, Objections, originated, enter, Journal, proceed,
reconsider, Reconsideration, pass, reconsidered,
approved, Cases, Votes, determined,
Names, Persons, entered, respectively, returned, Days, excepted, presented, Manner, signed, Congress, Adjournment, prevent,
Constitution) representam a linguagem formal que compartilha com a
linguagem científica uma preocupação com a coerência e a precisão em relação ao
uso da lingual.
Segundo Crystal, os que
fazem o uso da linguagem formal (em LI) querem ser específicos e precisos;
contudo, esse uso é aplicado em circunstâncias também precisas. A necessidade
da precisão quanto ao uso da linguagem formal tem a ver com a tradição da própria
formalidade, ou seja, exige-se de qualquer individuo postura e linguagem
apropriadas à situação formal.
O uso de vocábulos latinos
evita problemas. Segundo David Crystal, em muitos paises de LI (sobretudo o
Reino Unido e os Estados Unidos) existem documentos que apontam economias no
país, por causa do uso de palavras latinas. Segundo Crystal, esses paises já tiveram
muitos prejuízos, por conseqüências de erros e o uso de linguagem informal em
contratos e documentos afins. Muitas organizações perderam bons negócios por
causa do uso informal da linguagem.
Para David Crystal, os registros escritos,
compostos por léxicos do latim, ficam livres de ambigüidades e devem ser
usados, principalmente, em documentos jurídicos. Sem o léxico do latim, esse
tipo de documento, como também em outras modalidades textual, se torna difícil
o entendimento preciso ou a correta interpretação de documentos legais que
circulam no país.
Em resumo, concluímos que
nos trechos que compõem o nosso corpus,
a utilização de palavras latinas está sempre em evidência, ou seja,
inevitavelmente, o léxico do latim, naturalmente, é usado na escrita do inglês. Consequentemente, a LI se transformou e
enriqueceu linguisticamente, junto com a sociedade internacional. Dessa
maneira, a língua foi se transformando e adaptando novas palavras para suprir
as necessidades lingüísticas. Dentro dessa perspectiva, as palavras latinas que
circulam nas inúmeras línguas vivas atualmente têm sido fontes inesgotáveis de
suprimentos lingüísticos para a LI.
Considerações
Finais
A história da LI desde sua
formação compõe-se de inúmeras influências estrangeiras, tanto lingüísticas
quanto influências culturais. Isso nos ofereceu oportunidades de estudar a LI e
nos aprofundarmos na história da língua e nas origens de suas palavras.
A origem de muitas palavras
da LI prova a merecida internacionalidade dessa língua. Nesse sentido, a nosso
ver, por causa das inúmeras influências que a língua recebeu, ao longo dos
séculos, faz com que ela seja uma das línguas modernas mais ricas do mundo;
pois, apesar de não explorar o tema como gostaríamos, com a leitura da
bibliografia ao longo da pesquisa, podemos perceber que as influências
lingüísticas latinas na LI foram realmente assombrosas. Por causa da extensão e
da forma como os elementos lingüísticos foram incorporados à LI, acreditamos
que isso faz da mãe das línguas latinas (o latim), a língua cujas influências
podem ser consideradas as mais ricas e interessantes influências estrangeiras
presentes na LI.
Sem
dúvidas, no vocabulário da LI predominam incontáveis elementos latinos; mas há a
existência de vocábulos comuns entre as línguas clássicas. Tanto o grego quanto
o latim têm uma significativa contribuição para o léxico da LI. Para se ter uma
idéia da participação do grego no que diz respeito às influências lingüísticas
na LI, como já dissemos inicialmente, dependeria de uma nova pesquisa. Por
exemplo, a palavra geografia é de origem latina, mas também existe no grego.
Desse
modo, não seria justo mencionar aqui apenas o latim, pois várias outras línguas
têm exercido muitos importantes papéis na LI. Portanto, não devemos considerar apenas
as influências latinas. Termos “internacionais” existentes: geografia,
anatomia, astronomia, medicina, ciências etc., entre outras áreas, no
grego, serão possivelmente grandes os números de palavras que nos exige uma
possível pesquisa no futuro para da conta de boa parte das curiosidades
lingüísticas na LI.
Entretanto, em relação aos
vocábulos: qual a porcentagem referente às influências do latim, se comparar
essas influências a outras vindas de outras línguas? Sem dúvida há diversas
respostas, portanto para nós muito nos importa de onde vieram as palavras. Em
resumo, a verdade é que o fato de na LI existirem palavras de diversas línguas,
nos leva a crer que ela é um tesouro mundial gigantesco, e as pessoas do mundo
inteiro fazem uso dessa riqueza.
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Educação Fundamental. Parâmetros
curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua
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Goumovskaya.
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Saki,
Hector Hugh Munro. “Collected short
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Schütz, Ricardo. "História da Língua Inglesa." English
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TOM McARTHUR.
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Acesso em 20 de agosto de 2009.
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Vogel, Gretchen,
ScienceNOW Daily News 23 July 2009, disponível em, http://sciencenow.sciencemag.org/cgi/content/full/2009/723/1.
Wikipedia. http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Caxton. Acesso em 20 de setembro de 2009.
MORAIS, J. F. S.
Sobre o autor:
Graduação em
Letras (Português e Inglês) pela Universidade Ibirapuera de São Paulo (2004).
Especialista em Língua Inglesa pelo Centro Universitário Ibero-Americano
(2008). Graduação em Pedagogia pela Universidade Nove de Julho (2012).
Pós-graduado em Didática e Metodologia do Ensino Superior (2014) e tradução
(Inglês e Português) pelo Centro Universitário Anhanguera de São Paulo (2016).
Experiência no ensino de línguas desde 2000 e atualmente é professor em escola
bilíngue e tradutor freelance.
[2] Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados
procurando, de um lado, respeitar diversidades regionais, culturais, políticas
existentes no país e, de outro, considerar a necessidade de construir
referências nacionais comuns ao processo educativo em todas as regiões
brasileiras. Com isso, pretende-se criar condições, nas escolas, que permitam
aos nossos jovens ter acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente
elaborados e reconhecidos como necessários ao exercício da cidadania. .B823p
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira / Secretaria
de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
[3] Deste ponto em diante serão usadas apenas as
inicias “LI”.
[4] Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº. 9.394, de
20 de dezembro de 1996. A
LDB estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. (Acesso em 01.10.2007).
[5] (...) É razoável supor que uma pessoa liberal educada deve saber algo sobre
a estrutura de sua língua, sua posição no mundo e sua relação com outras
línguas, a riqueza de seu vocabulário, juntamente com as fontes de onde
vocabulário que foi e está sendo enriquecido, e as relações complexas entre as
muitas variedades diferentes do discurso que são reunidos sob a denominação
única do idioma Inglês. A diversidade de culturas que encontram expressão é um lembrete de que a
história do Inglês é uma história de culturas em contacto, durante os últimos
1.500 anos. (tradução nossa).
[6] É um assunto que nunca deixa de surpreender,
como desvendar camada após camada de complexidade. E é um tema que parece
interminável, porque as pessoas estão sempre encontrando novo debate e
aplicações para esse conhecimento. (tradução nossa).
[7] Schütz, Ricardo. "História da Língua Inglesa." English Made in Brazil
<http://www.sk.com.br/sk-enhis.html>. Online. 28 de março de 2008.
[8] Abreviação de anno Domini (no ano do Senhor), utilizada nas inscrições
latinas e nos países anglo-saxões, correspondente à abreviação portuguesa d.C.
(depois de Cristo). Dicionário Aurélio, versão CD ROM 3.0.
[9] Inglês, essencialmente, começou com a língua
germânica dos anglo-saxões. A invasão anglo-saxã da Grã-Bretanha constituiu uma
parte das maiores invasões germânicas do império romano. Os anglo-saxões, após
a saída das legiões romanas, oprimiram os britânicos romanos e levou os celtas
romanizados para o remoto oeste. Assim, o anglo-saxão, língua germânica, se
tornou a base para o idioma Inglês. (Nossa tradução).
[10] Inglês é classificado como língua germânica. Ou seja,
pertence ao grupo das línguas em que o alemão, o holandês, o neerlandês, o
dinamarquês, o sueco e o norueguês também pertencem. Ele compartilha com estas
línguas estrutura gramatical similar e muitas palavras comuns. Por outro lado,
mais da metade de seu vocabulário é derivado do latim. (Nossa tradução).
[11] Lingüisticamente, tudo o que podemos fazer é
reconstruir uma proto-língua germânica a partir do qual os nossos três ramos
conhecidos de línguas germânicas surgiram. Esta língua proto-teutônica era
(como a primitiva língua celta, o latim, o grego e o eslavo) ele próprio um
ramo de um mais vasto sistema lingüístico indo-europeu, estendendo-se em tempos
antigos, desde a Islândia e a Irlanda, a oeste, ao norte da Índia no leste.
Isto significa que o nosso ocidente germânico Inglês é geneticamente
relacionado, mais ou menos de perto, com tais línguas amplamente diversificadas
como celta galês e irlandês, francês e espanhol, russo, polonês, eslavos e
indo-iraniano, persa e hindu. Além disso, é mais estreitamente relacionado às
línguas germânicas Kindred do ramo setentrional, como o sueco, norueguês,
dinamarquês, islandês, e mais perto de todas as outras línguas germânicas
ocidentais, alemão, holandês, flamengo e Frisão. (Nossa tradução).
[12] Celta foi provavelmente a primeira língua
indo-européia a ser fragmentada na Inglaterra. Uma outra língua, o latim, foi
falada bastante extensivamente por um período de cerca de quatro séculos antes
da vinda da língua inglesa. Latim foi introduzido quando a Inglaterra se tornou
uma província do Império Romano. (Nossa tradução).
[13] Este período inclui palavras emprestadas durante as
aventuras inglesas de Júlio César (55 aC ) e da conquista romana (43-449 dC), mas
quase nenhuma delas sobreviveu às invasões Teutônicas e normandas. Na verdade,
a maioria das palavras celtas em inglês moderno ou foram emprestados
recentemente (slogan, shillelagh) ou continuaram como nomes de lugares (Kent,
Devon, Cumberland). O mais interessante é o modo como o inglês-celta-latino se
mostra, como chester, com suas variantes cester e caster, como encontrado em
Manchester, em Gloucester, e Lancaster. No idioma celta é ceaster, do latim
castra. (Nossa tradução).
[14] Entre as outras evidências da romanização deve ser
incluído o uso do latim. Um grande número de inscritos foi encontrado, todos
eles em latim. A
maioria precedida, sem dúvida, a partir da classe militar e oficial, tendo a
natureza de registros públicos, foi, portanto, a língua oficial. Eles em si não
indicam um uso generalizado do latim pelas populações nativas. Latim não
substitui a língua celta na Grã-Bretanha como fez na Gália. A sua utilização
pelos britânicos nativos provavelmente foi confinado aos membros da classe alta
e alguns moradores das cidades e vilas. (Nossa tradução).
[15] Em inglês britânico, o primeiro material novo a entrar em uso era uma
grande quantidade de palavras aprendidas, principalmente tiradas de fontes em
latim e grego, como resultado do renascimento do saber que já estava
acontecendo em toda a Europa por ocasião do nascimento de Shakespeare. (Nossa
tradução).
[16] Os invasores germânicos que invadiram o império
romano no século V d.C. eram, portanto, relacionados com aos próprios romanos,
bem como aos outros habitantes do mundo clássico, os gregos e os celtas. Suas
línguas exibiam a mesma estrutura do latim, grego e celta, com substantivos e
adjetivos declinados por gênero, número e caso, verbos indicando sua pessoa,
terminações, por número, tempo e modo, e muitas palavras relacionadas, como
‘father’ (pai inglês), que corresponde ao pater "latim" grego
"pater" e sânscrito "pita", ou ‘foot’ (pé), que corresponde
a ‘ped’ latim, grego e ‘pod’ ‘pad’ sânscrito. É prova, no entanto, mesmo para
esses poucos exemplos, que os germânicos tinham sofrido uma diferenciação
especial das outras línguas, que consiste na substituição regular de certos
sons consonantais para outros sons de qualidade semelhante: F para P, T para D,
etc. (Nossa tradução).
[17] O idioma Inglês de hoje reflete muitos séculos
de desenvolvimento. Os eventos políticos e sociais que têm no curso da história
da língua Inglesa afetaram tão profundamente o povo inglês na vida nacional,
que, em geral, teve um efeito reconhecível em sua língua. A cristianização
normanda da Inglaterra em 597 levou a Inglaterra a ter contato com a
civilização latina, que contribuiu significativamente para o nosso vocabulário.
(Nossa tradução).
[18] Tudo o que poderia esperar de um período de contato
cultural, a língua celta, dos britânicos romanos, influenciou severamente o
inglês arcaico (...) o latim foi a principal influência na história da língua
inglesa (...) e não há prova do seu papel desde o primeiro momento de contato.
(Nossa tradução).
[19] A conquista romana da Grã-Bretanha não foi concluída
até o momento da grande agrícola geral, mais de um século depois, e foi marcada
por episódios de revolta selvagem, como a breve guerra desencadeada pela Rainha
Boadicea em 61 d.C. e igualmente selvagem repressão. Mas, no final do primeiro
século de nossa era, a Grã-Bretanha celta tinha deixado de existir como uma
entidade política, uma Grã-Bretanha romana tinha tomado o seu lugar. (Nossa
tradução).
[20] Se não aceitarmos a doutrina da predestinação,
é a oportunidade que faz a história. O futuro panorâmico dos homens, nações,
raças, religiões, línguas, muitas vezes depende de um elenco de morrer, da
carta da vez, do capricho de um momento histórico (...) O fato de que você é
você, e não outro alguém, depende de uma série de eventos concatenados que
remonta aos primórdios da raça humana. Seus pais tiveram de se encontrar, e
seus pais antes deles, por incontáveis gerações. (Nossa tradução).
[21] Nós não somos conscientes de que as palavras,
‘cruller’ (churros), ‘landscape’ (paisagem), ‘measles’ sarampo, aproar, e
‘wagon’ vagões, são do holandês. E assim em muitas outras palavras no uso
diário (...) Do italiano vieram ‘balcony, canto, duet, granite, opera, piano,
umbrella, volcano; do espanhol, alligator, cargo, contraband, cork, hammock,
mosquito, sherry, stampede, tornado, vanilla; do grego, direta ou
indiretamente, acme, acrobat, anthology, barometer, catarrh, catastrophe,
chronology, elastic, magic, tatics, tantalize, e uma série de outros, do russo,
steppe, vodka, ruble, troika, glasnost e ultimamente da língua persa jasmine,
paradise, check, chess, lemon, lilac, turban, barox, and possibly spinach.
(Nossa tradução).
[22] A sociedade afeta a língua (...) as pessoas pertencem
a classes sociais diferentes, executa diferentes papéis sociais e desempenha
diferentes ocupações. Seu uso da língua é afetado pelo sexo, idade, etnia e sua
base educacional (...) o tempo afeta a língua (...) dando origem a vários
processos altamente distintos e variados (...) a mudança numa língua e, é um
processo inevitável e contínuo, cujo estudo é principalmente exercido por
filólogos e lingüistas históricos (...) Geografia afeta a língua, tanto dentro
do país e entre países, dando origem a dialetos e sotaques regionais, e aos
‘pidgins’ (pidgin é língua que é criada, normalmente de forma espontânea, de uma mistura de
outras línguas, e serve como meio de comunicação entre os falantes de idiomas
diferentes.) e crioulos que surgiram ao
redor do mundo quando o idioma inglês entrou em contato com outras línguas pela
primeira. (Nossa tradução).
[23] Há um conjunto de prefixos, radicais e
sufixos, todos emprestados do latim ou grego, que são utilizados de forma quase
idêntica em vários idiomas. Entre os prefixos, estes servirão como ilustrações:
anti-, auto-, contra-, micro-, poli-, etc Radicais como calor, chrono, zoo geo,
tele, e muitos outros. Sufixos como: -able,-ation,-ic,-logia, metros, etc.
(Nossa tradução).
[24] TOM McARTHUR. "SAXON GENITIVE." Concise Oxford
Companion to the English Language. 1998. Encyclopedia.com. 30 Jun. 2009 <http://www.encyclopedia.com>.
[25] Schütz, Ricardo. "História da Língua Inglesa." English Made in Brazil
<http://www.sk.com.br/sk-enhis.html>. Online. 28 de março de 2008.
[26] O inglês antigo não era uma língua uniforme. Desde o início, tinha suas
próprias variedades locais, assim como hoje, em uma escala muito maior do
Inglês da Califórnia é diferente do Inglês de Auckland ou de Londres. As regiões
do Inglês Arcaico correspondem com precisão com as principais variedades
contemporâneas do Inglês falado nas ilhas britânicas. (Nossa tradução).
[27] Em
Inglês Arcaico ,
o plural de ‘book’ era ‘bec’, mas isso não veio para o inglês moderno na forma ‘beek’:
em Inglês, as forças da analogia assumiram, e causaram uma mudança regular para
‘books’ (...) ‘caseus’ em latim tornou-se cyse ‘cheese’ em Inglês Antigo , mas castellum tornou-se castel 'village’.
(Nossa tradução).
[28] O latim não era do povo conquistado. Era o idioma da alta civilização,
que o povo anglo-saxão queria aprender. O contato com a civilização, primeiramente
comercial e militar, depois religiosa e intelectual, estendido ao longo de
muitos séculos e foi constantemente renovado. Isso começou muito antes da vinda
do povo anglo-saxão para a Inglaterra e continuou durante todo o período ‘Inglês
Antigo’. (Nossa tradução).
[29] A introdução do cristianismo significou a
construção de igrejas e do estabelecimento de mosteiros. Latim, a língua dos
serviços e da aprendizagem eclesiástica, mais uma vez foi ouvida na Inglaterra.
As escolas foram estabelecidas na maior parte dos mosteiros e igrejas maiores.
Algumas ficaram famosas por causa de seus grandes mestres, e dos que delas
saíram, treinados para administrar outras escolas em outros centros. (Nossa
tradução).
[30] Para ter certeza, a extensão de uma influência externa é mais facilmente
verificada através do número de palavras emprestadas. Como resultados da
cristianização da Grã-Bretanha, cerca de 450 palavras em latim aparecem nos
escritos do Inglês antes do encerramento do período do Inglês Antigo. (Nossa
tradução).
[31] (...) A influência missionária resultou em centenas de novas palavras
que entraram na língua, e motivou muitas formas derivadas. O novo vocabulário
foi essencialmente voltado a Igreja e sua teologia de serviços e de
aprendizagem, mas também havia muitas palavras biológicas, domésticas e gerais,
a maioria sobreviveu em
Inglês Moderno. (Nossa tradução).
[32] Depois da tempestade e stress da invasão anglo-saxônica ter acabado, a
cristianização dos novos habitantes da Grã-Bretanha ocorreu por
instrumentalidade precisamente o mesmo que tinha servido no caso de todos os
outros bárbaros: missionários cristãos, vindos tanto de Roma quanto de países
já convertidos (...) Próximo do final do ano 700, a maioria dos
anglo-saxões eram cristãos. (Nossa tradução).
[33] (...) Certo número de palavras naturalizadas que a LI pegou emprestado
do latim ou de outras fontes, como ‘street’ ( rua) de estrata, ‘cheese’ (queijo)
de caseus, e ‘cheap’, a partir do ceapian verbo, que vem do latim caupo, ‘merchant’
(comerciante). Outros termos do anglo-saxão de origem latina deram lugar a
novas importações do francês depois da Conquista; cirs e persoc, de cerasia
e persica, foram suplantados por cereja e pêssego, que foram retirados do
francês, que se desenvolveu a partir das mesmas fontes latinas. (Nossa
tradução).
[34] Cerca de 85 por cento das palavras do Antigo Inglês já não estão em uso. Além disso, somente
3 por cento das palavras em Inglês Arcaico são palavras de empréstimo, em
comparação com mais de 70 por cento hoje.
O vocabulário do Inglês Antigo foi, portanto, profundamente germânico,
de uma forma que não é mais o caso. Quase metade do vocabulário geral do Inglês
Moderno vem do latim ou do francês, como resultado do enorme afluxo de palavras
no período do Inglês Médio. (Nossa tradução).
[35] Todas as grandes línguas literárias são derivadas de uma língua falada
de comunidades particulares e que, consequentemente, os dialetos de outras
regiões ou de outras classes sociais agora devem ser considerados, já que
muitas vezes são, como castas inferiores, ou normas, da língua. (Nossa tradução).
[36] O primeiro grande influxo de empréstimos estrangeiros palavras em Inglês
veio com o latim dos missionários, bem como através de relações culturais e
comerciais com o continente. A última dá-nos 'queijo' caseus (em latim), 'Mint'
(latim moneta), 'bispo' (anglo-saxão Biscop, de episcopus, originalmente em grego),
"selo" (anglo-saxão Sigel, Sigillum em latim), abade "rua"
estratos (em latim), 'caldeirão' (cytel anglo-saxão, de catillus latim),
'cozinha' (coquina latim), 'igreja' (...) ',' vela ',' capítulo '( ... celular)
'escola', 'mestre', (...) Na época de Alfred, palavras como ',' prime ',
título' sotaque ',' papel ',' a ',' ', e «olmo», entrou Inglês do latim, e isso
apesar do fato de que Alfred se diz "poucos sabem Latim. (Nossa tradução).
[37] (...) Na maioria dos casos, a palavra que substitui um equivalente
francês Inglês Antigo, por exemplo, 'leod' deu lugar a pessoas, wlitig a bela,
e arrumar lugar para outro. Centenas de palavras do Inglês Arcaico foram
perdidas dessa forma. Mas, ao mesmo tempo, o Inglês Arcaico e as palavras em
francês, muitas vezes ambos sobreviveram com sentidos ou conotação diferentes,
como Doom (OE) e julgamento (F), almoço (OE) e cordial (F), e casa (OE) mansão
( F). (Nossa tradução).
[38] No entanto, o idioma Inglês seria uma coisa
pobre, de fato, se as centenas de milhares de palavras emprestadas fossem
eliminadas. Vimos a propriedade da língua antes do tempo de Chaucer. A escassa
utilização como um meio literário pode ter sido uma a causa do efeito da
propriedade. Apenas quando as ricas águas francesa, latina, grega e as outras grandes
línguas ocidentais penetraram no rio do inglês, é que nossa língua começa a
assumir o aspecto majestoso de um grande rio que flui tranquilamente em direção
ao mar. (Nossa tradução).
[39] Esse período corresponde a um momento
histórico que aconteceu na Europa durante os séculos XIV, XV e XVI, quando as
pessoas passaram a se interessar por idéias e culturas antigas dos Gregos ou
dos Romanos como, por exemplo, a arte, a literatura etc. (Nossa tradução).
[40] Se a suprir deficiências do vocabulário Inglês ou no seu próprio comando
imperfeito do vocabulário, ou talvez apenas cedendo a um impulso natural para
usar uma palavra muito familiar para eles e para aqueles que os destinatários,
as classes superiores transitadas em Inglês uma surpreendente número de palavras
em francês comum. Na mudança do Francês para Inglês que transferiu grande parte
do seu vocabulário governamentais e administrativas, os seus termos
eclesiásticos, jurídicos e militares, as suas palavras familiares de moda,
alimentação e vida social, o vocabulário da arte, aprendizado e medicina. (Nossa
tradução).
A INFLUÊNCIA GRECO-LATINA E O PERFIL IDEOLÓGICO DO LÉXICO”, em: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno03-07.html
[42] Estima-se que cerca de 450 palavras em latim entraram
em Inglês Arcaico , antes da conquista normanda. Esta
é uma grande surpresa para aqueles que pensam da era anglo-saxão como o período
de puro germanismo na língua. Se a estas palavras adicionarmos aquelas que
normalmente teriam entrado inglês de 1066 em diante, vemos que, mesmo sem as
importações culturais do francês, o inglês moderno não seria totalmente uma
Simon - língua germânica pura. (Nossa tradução).
[43] Sharon White, “Latin and
Its Influence on English Language”, disponível em:
<http://www.hobbything.com/hobbies_stories/latin-and-its-influence-on-english-language/148/269.aspx>. Acesso em 20 de
agosto de 2009.
[44] Este período, datado da missão de Agostinho de 597, é dividido em dois
principais sub-períodos, (Early – Inicio e Benedictine – Beneditino). O início
do segundo período inclui palavras tomadas pelos ingleses para descrever a sua
nova religião (missa, o papa, a partir do maesse Inglês Antigo, papa, e do
latim missa, papa), mas as palavras também agregadas (cap e plant, a partir do
Inglês Antigo caeppa , lante e do latim cappa, planta) e as relativas à
educação (em latim ‘school’, a partir d scol Inglês Antigo, e o latin latinus,
schola (...) nesta parte do segundo período, a tradução direta dos termos
latinos é característica. Assim, o Trinitas latim tardio (três) é o Prines
Inglês Arcaico (literalmente, trindade), e do latim tardio ‘resurrectio’
ressurreição é o aerist Inglês Arcaico, a partir Arisan (ergue-se). (Nossa
tradução).
[45] EDWARD MOORE <http://corner.youth.cn/digest/baokan/200601/t20060112_45396.htm>. Acesso em 20 de
agosto de 2008.
[46] O latim influenciou o
desenvolvimento do Inglês Arcaico mais do que qualquer outra língua
não-ocidental (línguas germânicas) com as quais o Inglês Antigo entrou em contato. A maioria dos
estudiosos divide a influência do latim cronologicamente em três períodos de
tempo. As preocupações período primeira vez influência como a que ocorreu no
continente antes da chegada dos anglo-saxões na Inglaterra e que surgiu de
contatos entre o Ocidente, povos germânicos e falantes do latim. O segundo
período de influência se estende desde a chegada dos anglo-saxões na Inglaterra
até à sua cristianização ca. 600/650. O último período de influência se estende
desde o momento da cristianização até a chegada dos normandos em 1066. (Nossa
tradução).
[48] (...) Cerca de 450 palavras em Inglês Antigo , na maior parte dos substantivos,
foram emprestados do latim (Baugh, 106). Cerca de 170 dessas entrou no léxico
do Inglês antigo durante o período continental (Hogg, 302; Williams, 57). Estas
palavras dizem respeito principalmente às plantas, utensílios domésticos,
roupas e materiais de construção. Como tal, elas representam a influência do
latim Vulgar (isto é, falado), em vez de latim clássico (isto é, alfabetizado).
É incerta a data em que muitas palavras entraram na LI a partir do segundo
período de influência latina. Em geral, porém, os estudiosos afirmam que
existem empréstimos ligeiramente menores neste período. (Nossa tradução).
[49] (...) A língua de uma nação poderosa vai
adquirir importância como reflexo direto da força política, econômica,
tecnológica e militar, assim será também as artes e ciências, expresso em que a
linguagem tem vantagens, incluindo as possibilidades de propagação. A difusão
das artes e das ciências por meio de uma linguagem particular, por sua vez,
reforça o prestígio dessa língua. Déficits internos como um vocabulário
inadequado para as necessidades não precisam limitar a propagação de uma
língua. É normal que uma língua adquira, através de vários meios, incluindo,
empréstimos de outras línguas, as palavras que ela precisa. (Nossa tradução).
A INFLUÊNCIA GRECO-LATINA E O PERFIL IDEOLÓGICO DO LÉXICO”, em: <http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno03-07.html>.
[54] A imprensa, que fez a disseminação da aprendizagem e conhecimento muito
mais fácil, foi uma revolução na comunicação, a pedra angular do Renascimento
Europeu, que introduziu uma torrente de palavras em latim para a língua. (Nossa
tradução).
[55] Os elisabetanos haviam iniciado um renascimento no inglês escrito e
falado. Sob os Jacobianos, esta conquista começou a ser padronizada e
disseminada nas Ilhas Britânicas, e difundiu no exterior o Novo Mundo como a
língua da nação unificada. (Nossa tradução).
[56] A Bíblia, de James o rei, foi publicada no ano que Shakespeare começou a
trabalhar na sua última peça, A Tempestade. Tanto a peça e a Bíblia são
obras-primas da LI, mas existe uma diferença crucial entre elas. Considerando
que Shakespeare saqueou o léxico, a Bíblia, de James o rei, emprega um numero
de 8.000 palavras - ensino de Deus na casa dos ingleses para todos.
[57] De acordo com Howatt (2000), “The dictionary
was called Septem Linguarum”.
[58] (...), havia outros sinais de interesse crescente na aprendizagem de
Inglês no início do século XVI. O dicionário poliglota e ‘phrasebooks’, que era
um aparelho popular para a aquisição de uma "sobrevivência do
conhecimento" de línguas estrangeiras nos tempos do Renascimento,
começaram a incluir Inglês ao lado dos idiomas mais amplamente conhecidos, como
o francês, italiano e latim. As primeiras listadas na Bibliografia Alston é um
dicionário de sete línguas de 1540 (latim, francês, holandês, italiano,
espanhol e holandês, assim como Inglês). (Nossa tradução).
[59] Não há consenso sobre quando começa o período mais recente da LI”.
Alguns optam por uma data próxima, 1400-50, logo depois de Chaucer e o início
da mudança de pronúncia, que identifica a principal barreira da
inteligibilidade entre Oriente e Inglês Moderno. Alguns optam por uma data
tardia, em torno de 1500, após os efeitos da revolução da imprensa que se
tornou bem estabelecida. “Mas há o advento da impressão em si, que muitos consideram
ser o fator chave, e isso começou em 1476, quando William Caxton montou a sua
imprensa, em Westminster. (Nossa tradução).
[60] Tim Morris. History
and Development of the English Language. “Latin, Greek, and their
non-descendant English” <http://www.uta.edu/english/tim/courses/4301w99/lge.html>.
Acesso em 20 de agosto de 2009.
[61] A Renascença ocidental (1300-1600), com sua ênfase na aprendizagem
secular e da ciência, teve um efeito profundo sobre o vocabulário de uma
linguagem de desenvolvimento, como o Inglês. Há muitos termos em latim no
Antigo e Médio, refletindo o impacto da primeira cultura romana (vinho, queijo)
e, em seguida, o impacto do latim cristão (Vésperas, Trindade), Inglês Moderno
(após 1500 ou algo assim) revela um enorme afluxo de palavras de um
"renascer" do latim clássico que se tornou mais uma vez a linguagem
dos negócios literários e acadêmicos internacionais no Ocidente. (Nossa
tradução).
[62] A razão básica para as muitas palavras em latim e
grego no inglês moderno é que, em seu próprio tempo, as versões clássicas de
línguas eram, como hoje, o inglês, línguas internacionais, com um efeito
dominante sobre os sistemas de educação e cultura do resto de seu mundo. Assim
como é difícil pensar em uma língua escapando mundo de hoje, pelo menos, alguma
influência do Inglês, por isso é difícil pensar em qualquer língua ocidental
européia que tenha evadido a influência do latim e do grego em algum momento de
seu passado. (Nossa tradução).
[63] The Online Encyclopedia and Dictionary. “Latin influence in
English”.
<http://www.fact-archive.com/encyclopedia/Latin_influence_in_English>.
(Acesso em 20 de agosto de 2009).
[64] Durante o Renascimento Inglês, 1500 -1650, cerca de 10.000 a 12.000 palavras
entraram no léxico do Inglês, incluindo o ‘léxico’. Muitas dessas palavras
foram emprestadas diretamente do latim, tanto em sua forma clássica quanto
medieval. Alguns exemplos são: aberração, alusão, anacronismo, destreza
democrático, entusiasmo, imaginário, juvenil, perniciosa, sofisticado. (Nossa
tradução).
[65] A maioria das palavras que entrou na língua no momento foram retirados
do latim, com um bom número de grego, francês, italiano espanhol, e Português.
Então, como o período de exploração em larga escala no mundo estava em curso,
as palavras entram no Inglês, de mais de 50 línguas, incluindo várias línguas
indígenas da América do Norte, África e Ásia. Algumas palavras vieram
diretamente em Inglês, outras vieram por meio de uma língua intermediária.
Muitas entraram indiretamente do latim ou italiano através do francês. (Nossa
tradução).
<http://www.associatedcontent.com/article/50290/origins_of_the_english_language.html?cat=47>.
Acesso em 20 de agosto de 2009.
[67] Um dos dois maiores fatores para a separação do Inglês Medieval e
Moderno seria o ‘Great Vowel Shift’ (GVS). A principal diferença entre a língua
de Chaucer e o Inglês moderno é a pronúncia das vogais longas. Os sons das
vogais longas eram feitos mais altos na boca e a letra "e" no final
das palavras não era mais pronunciada. Enquanto um pode decifrar Canterbury
Tales visualmente, a leitura de sua obra reiteração oralmente seria
completamente estranha para o falante moderno do idioma Inglês. (Nossa
tradução).
[68] A visão própria de Mulcaster fez muito para acelerar
o crescimento de regularização no final do século 16. Sua Elementarie forneceu uma lista de tabelas recomenda criar por quase
9.000 palavras, e influenciou toda uma geração de professores orthoepists
(especialistas em pronúncia) e gramáticos. Várias outras obras do período
centraram-se na gama dos problemas apresentados pelo sistema de escrita, e um clima
que surgiu incentivada a normalização. (Nossa tradução).
[69] Essa tradição foi reforçada pelo 'reviver da
aprendizagem’, no qual o registro da civilização grega tornou-se mais uma vez
disponível no original. Latim e Grego não eram apenas a chave para o conhecimento
do mundo, mas também das línguas em que muito estimada poesia, oratória e
filosofia eram para ser lido. (Nossa tradução).
[70] Antes da chegada de Santo Agostinho, foi fácil para
expressar a comum experiência de vida - o sol e a lua, mão e coração, o mar e a
terra, calor e frio - em Inglês Antigo , mas muito mais difícil de
expressar idéias, mais sutis, sem recorrer a ‘portmanteaux’ estilo alemão
bastante elaborado, (frumweorc, fruma, começo, e weorc, trabalho = criação).
Agora havia palavras do grego e do latim como: anjo, discípulo, ladainha,
mártir, massa, confição, relíquia, santuário, e salmo prontos para executar
bastante sofisticadas funções. (Nossa tradução).
[71] Todas as frases neste quadro foram retiradas
da obra: “Oxford Advanced Learner’s Dictionary”. (Em CD-ROM, 2007).
[72] Frases criadas por nós para exemplificar o uso
de construções latinizadas na LI.
[73] Vogel, Gretchen, ScienceNOW Daily News 23 July 2009,
disponível em, http://sciencenow.sciencemag.org/cgi/content/full/2009/723/1.
[74] Em todos os campos da ciência pura e aplicada, tem
havido, nos últimos dois séculos, a necessidade de milhares de novos termos. A
grande maioria destes são palavras técnicas, conhecido apenas ao especialista,
mas certo número deles, com o tempo, tornarem-se familiar para o leigo e passar
para uso geral. (Nossa tradução).
[75] Galina Goumovskaya.
.”Stylistic Differentiation of English Vocabulary.” Disponivel
em <http://eng.1september.ru/2007/16/8.html>. Online. 01 de
agosto de 2009.
[76] A linguagem da ciência é regida pela finalidade do estilo funcional da
prosa científica, que é para provar uma hipótese, para criar novos conceitos,
para divulgar as leis internas da existência, o desenvolvimento das relações
entre os fenômenos diferentes, etc. A língua, os meios usados, portanto, tendem
a ser objetivo, preciso, sem emoção, e desprovida de qualquer individualidade,
não há um esforço para a forma mais generalizada de expressão. (Nossa tradução).
[77] A linguagem da ciência e da tecnologia tem a
distinção de ser de longe o mais produtivo de todas as línguas de classe.
Metade das palavras em nossa língua (a metade menos freqüente e geralmente
utilizadas, é claro) é de origem científica ou tecnológica. (Nossa tradução).
[78] Saki, Hector Hugh Munro. “Collected short stories of Saki”. Versão
on-line em: <http://books.google.com.br/books?id=P9G3JvlGraMC&printsec=frontcover&dq=stories+of+saki>
[79] “U.S.
Constitution Online”: http://www.usconstitution.net/const.html#A1Sec1
Professional development is essential for teachers of English to progress as teaching practitioners. Learning about the origin of the language is one of the best way to do so.
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