A Influência Lingüística do Latim na Língua Inglesa: Uma Breve Discussão.

De acordo com informações encontradas no Oxford Advanced Learner’s Dictionary ([1]), a língua inglesa é a primeira língua de mais de 400 milhões de pessoas residentes na Inglaterra, Irlanda, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Canadá e África do Sul. Isso ocorreu porque no século XVII o idioma inglês se espalhou juntamente com os colonizadores que partiram da Inglaterra para as Américas, nos séculos XVIII e IXX, com a expansão do império britânico. Com isso, muitos países que faziam parte do império britânico estabeleceram a língua inglesa como língua oficial após suas independências.
Essas grandes conquistas nos remetem às conquistas militares do Império Romano que se deram por causa do avanço e desenvolvimento da ciência militar. Isto significou o enaltecimento de um povo que viveu, talvez, a fase mais famosa da história da humanidade, a expansão do Império Romano. Com a expansão do Império, os romanos impuseram a sua cultura e sua língua – o latim. Através dessa expansão, o latim se espalhou por toda a Europa. Como conseqüência, várias línguas surgiram, outras enriqueceram linguisticamente. O idioma inglês, (primeiramente o inglês antigo), desde então, vem enriquecendo até os dias atuais. O grande prestígio da LI, atualmente, pode ter sido por decorrência também da influência do latim na língua.
Preocupados com o aperfeiçoamento pedagógico e com o ensino dessa língua, resolvemos nos dedicar à pesquisa mais aprofundada sobre as influências lingüísticas do latim na língua inglesa. Com o intuito de nos preparar melhor para a atuação no ensino dessa língua, acreditamos que sempre devemos buscar novos conhecimentos, pois somos eternos aprendizes.
Além disso, é necessário adquirir uma visão global mais ampla da língua, uma vez que é fundamental, para que possamos – como sugerem os Parâmetros Curriculares Nacionais ([2]) – atingir a missão das instituições de ensino: ir além de formar cidadãos; e também promover aprendizagem de várias áreas do conhecimento através da língua inglesa ([3]).
Além dessas exigências, a legislação brasileira, especificamente a LDB ([4]) 9394/96, sugere a importância do ensino de uma língua estrangeira moderna; e os PCNs (1998, p. 49) adotam a língua inglesa como opção de língua estrangeira e reconhecem a importância de seu aprendizado, como disciplina indispensável que contribui para a formação do indivíduo ao longo do processo de ensino-aprendizagem.
A nosso ver, além das várias influências estrangeiras, boa parte do prestígio e importância da LI existe porque o latim e o grego enriqueceram e proporcionaram mudanças que, lingüisticamente, desenvolveram várias línguas no mundo. Apesar de mencionarmos o grego, desde já queremos deixar claro que, em nosso trabalho, vamos focar apenas nas influências latinas, que há séculos adentraram a língua dos povos britânicos.
Para falarmos do grego, precisaríamos fazer uma outra pesquisa. Contudo, queremos mostrar que essas línguas clássicas sempre serviram de modelo para as línguas necessitadas (ou seja, línguas linguisticamente não estabelecidas e que dependem de línguas mais desenvolvidas nesse sentido), principalmente no que diz respeito a vocabulários.
Tanto Crystal (1995) quanto Baugh e Cable (2002) afirmam que a LI, por exemplo, já foi uma língua muito pobre linguisticamente, porém através de inúmeras influências, empréstimos de vocabulários de outras línguas, ela se desenvolveu e enriqueceu, intensamente, do ponto de vista lingüístico. Hoje é uma língua internacional.  É a primeira língua de mais de 400 milhões de pessoas ao redor do planeta.
Nesse sentido, queremos mostrar que o latim deu grande contribuição. Talvez ele tenha sido a língua que mais contribuiu, lingüisticamente, para o desenvolvimento da LI. Para tanto, se o leitor almejar se aventurar, ao longo desse trabalho indicamos bibliografias que podem ser de grande valia para aqueles que se interessam pelo tema “As Influências Lingüísticas do Latim na Língua Inglesa”. Para tratar deste assunto, inevitavelmente abordaremos aspectos relevantes na história da língua, as origens e as influências lingüísticas que contribuíram para o desenvolvimento e têm enriquecido a LI desde sua formação.
Como profissionais, sempre fazemos uso da LI, por isso, concordamos com Baugh e Cable (2002, p. 1) quando afirmam:

(...) it is reasonable to assume that a liberally educated person should know something about the structure of his or her language, its position in the world and its relation to other tongues, the wealth of its vocabulary together with the sources from which that vocabulary has been and it is being enriched, and the complex relationship among the many different varieties of speech that are gathered under the single name of the English language. The diversity of cultures that find expression in it is a reminder that the history of English is a story of cultures in contact during the past 1,500 years. ([5]).

Nessa concepção, acreditamos que o fato de nos debruçarmos sobre esse tema nos enriquecerá muito, intelectualmente; além de nos tornarmos melhores profissionais. Acreditamos que no processo de ensino-aprendizagem de uma língua devemos levar em consideração a importância de um maior aprofundamento nessa língua-alvo, já que com o melhor domínio e maior conhecimento dela, teremos condições de oferecer um bom aprendizado da língua para todos os alunos. Para tanto, faremos uma investigação para compartilhar as descobertas, pois precisamos explorar e aprender mais sobre essa língua considerada fruto de uma história complexa que envolve invasões, conflitos e conquistas que ocorreram entre tribos germânicas – anglo-saxões.
Com esse fim, o trabalho está organizado da seguinte forma: no primeiro capítulo discutimos as origens e o desenvolvimento da LI, como também, abordamos acontecimentos que proporcionaram um cruzamento entre diferentes povos e as influências que a LI recebeu de outras línguas, além de inúmeras descobertas, as quais nos mostram possíveis evidências que consideram o latim como a língua que mais influenciou o idioma inglês desde os primórdios de sua formação.  
No segundo capítulo, discutimos as influências do latim e as mudanças que ocorreram na LI e as conseqüências na língua, por causa das forças da analogia e das influências estrangeiras. Nosso objetivo é mostrar que as marcas do latim prevaleceram devido à fusão de diversos povos na Inglaterra. Como o latim já apresentava padrões definidos de língua, os povos se apropriaram do modelo latino. Além disso, tratamos da presença dos missionários cristãos na Inglaterra, o que provocou várias mudanças na cultura britânica; e promoveu a civilização nas ilhas.
Ao final da pesquisa, analisamos trechos de diferentes obras para mostrarmos que existe uma forte tendência ao uso de construções essencialmente latinas em sua estrutura. Veremos que, no geral, informalmente, a sintaxe do discurso coloquial é preferida, porém em discursos formais, os falantes preferem construir seus discursos com o uso de vocábulos latinos.
Sabemos que fazer uma abordagem completa da LI aqui seria impossível, pois não seriamos capazes de explorar essa língua em sua totalidade. Nesse sentido concordamos com Crystal (1995, p. 425) quando ele afirma que It is a subject which never ceases to amaze, as we unravel layer after layer of complexity. And it is a subject which seems never-ending, because people are always finding new contest and applications for this knowledge. ([6]). Apesar de tais afirmações, esperamos contribuir com os estudos dos interessados em conhecer mais sobre a LI.

Origem e Desenvolvimento da Língua Inglesa.

Nas obras e autores pesquisados encontram-se informações que apontam que a LI se originou das línguas germânicas. Possivelmente, a LI teve sua história enraizada às origens germânicas; no entanto, não se sabe ao certo, ou seja, existem contradições em relação às evidências encontradas pelos estudiosos da língua. Contudo, apesar de existirem contradições entre alguns estudiosos, as evidências nos levam à seguinte conclusão: a LI realmente é, provavelmente, de origem germânica.
O nascimento da história do povo inglês se dá com os celtas, pois segundo Schütz ([7]), durante muito tempo (700 a.C. – 100 a.D)[8], os povos celtas habitaram as regiões hoje conhecidas como Espanha, França, Alemanha e Inglaterra. Entretanto, com o cruzamento de vários povos nas ilhas britânicas, suas culturas, dialetos e línguas diferentes contribuíram para o surgimento e o desenvolvimento da LI.
Ao explicar sobre as invasões e confrontos entre os povos, Lerer (2007, p. 305) afirma:

English essentially began with the Germanic language of the Anglo-Saxons.  The Anglo-Saxon invasion of Britain constituted part of the wider Germanic invasions of the Roman Empire.  The Anglo-Saxons, after the departure of the Roman Legions, overwhelmed Roman Britain and drove the Romanized Celts into the remote west.  Thus the Anglo-Saxon Germanic tongue became the foundation for the English language. ([9]).

Nossa pesquisa mostra que vários povos passaram pelas ilhas britânicas, porém, os anglo-saxões foram os responsáveis por levar a LI a ser reconhecida como tal. Segundo Schütz, antes do anglo-saxão só existiam dialetos, línguas funcionais que deram origem ao anglo-saxão cujo vocabulário só dava conta de descrever fatos concretos e atender necessidades de comunicação diária; no entanto, com as influências estrangeiras latinas, o vocabulário da língua expandiu a linguagem anglo-saxônica na direção de conceitos abstratos.
Na medida em que lemos, também nos deparamos com informações que indicam que a LI passou por etapas fundamentais desde suas origens: Inglês Antigo, Inglês Médio e Inglês Moderno. Entre essas diferentes etapas, de uma maneira ou de outra, o latim proporcionou contribuições para desenvolvimento lingüístico na língua, pois ao longo de muitos anos, através de suas ramificações (as línguas românticas), ele tem influenciado o idioma inglês tanto lingüisticamente como também culturalmente.
Nesse sentido, para reforçar nosso entendimento, Baugh e Cable (2002, p. 11) acrescentam:

English is classified as a Germanic language. That is to say, it belongs to the group of languages to which German, Dutch, Flemish, Danish, Swedish, and Norwegian also belong. It shares with these languages similar grammatical structure and many common words. On the other hand, more than half of its vocabulary is derived from Latin. ([10]).

Para Baugh e Cable, a LI apresenta características lingüísticas semelhantes às presentes em outras línguas de origem germânica. Isso, portanto, nos leva a crer que a LI, provavelmente, também surgiu dessas mesmas raízes. Entretanto, apesar de não ter suas origens enraizadas no latim, a língua apresenta um acervo enorme de palavras cujas origens são latinas em sua maioria.
A maioria dos autores pesquisados aponta que a LI tem suas origens no idioma germânico. Contudo, Mario Pei (1972, p. 7) apresenta argumentos que contradizem a visão de que o idioma inglês tem suas raízes, puramente, nas línguas germânicas. Para justificar sua teoria Pei diz:

Linguistically, all we can do is to reconstruct a proto-Germanic tongue from which our three known branches of Germanic Languages stemmed. This proto-Teutonic was, like primitive Celtic, Latin, Greek and Slavic, itself a branch of a much vaster Indo-European linguistic system, extending in ancient times from Iceland and Ireland on the west to northern India on the east. This means that our West Germanic English is genetically related, more or less closely, with such widely diversified tongues as Celtic Welsh and Irish, Romance French and Spanish, Slavic Russian and Polish Indo-Iranian, Persian and Hindustani. In addition, it is more closely related to Kindred Germanic tongues of the northern branch, like Swedish, Norwegian, Danish and Icelandic, and most closely of all to the other West Germanic languages, German, Dutch, Flemish and Frisian. ([11]).

Pei pondera que faltam informações concretas sobre as origens da LI, pois em sua visão, ao analisar documentos antigos de autores clássicos (Tacitus e Martial) Pei explica que encontrou evidências que reforçam essas incertezas. Contudo, acaba por concluir que, lingüisticamente, é possível dizer que o inglês seja geneticamente um idioma ligado a uma grande diversidade de línguas, pois a LI apresenta proximidades estruturais semelhantes a outras línguas, além das línguas germânicas. No entanto, essa proximidade é maior em relação às línguas germânicas. Portanto, as contradições são mínimas, e os autores acabam chegando à mesma conclusão: a LI tem suas origens, de fato, enraizadas às línguas germânicas.
Não sabemos quem está certo ou errado sobre a história da LI. Entretanto, antes de a LI se tornar a língua dos britânicos, através dos romanos, o latim já circulava pelas ilhas britânicas; Baugh e Cable (2002, p. 45) asseguram que desde cedo as influências do latim já faziam parte da história da LI. Esses autores deixam claro esse fato, quando afirmam:

Celtic was probably the first Indo-European tongue to be broken in England. One other language, Latin, was spoken rather extensively for a period of about four centuries before the coming of English. Latin was introduced when Britain became a province of the Roman Empire. ([12]).
Baugh e Cable, através dessa investigação, enfatizam que o latim, sem dúvida, deixou uma marca de suma importância história da LI; eles ponderam que o latim e seus inscritos eram muitos prestigiados por causa de seus valores para a aristrocacia da época.
Ao discorrer sobre a questão dos empréstimos estrangeiros, Sharon White (on-line) divide a historia da LI em períodos. Sobre o primeiro período, White afirma:

This period includes words borrowed during Julius Caesar's English adventures (55 BC) and the Roman Conquest (43-449 AD), but almost none of these survived the Teutonic and Norman invasions. In fact, most Celtic words in Modern English either were borrowed recently (slogan, shillelagh) or continued as place names (Kent, Devon, Cumberland). The most interesting Latin-Celtic-Old English path is that of -chester, with its variants -cester and -caster, as found in Manchester, Gloucester, and Lancaster. In Celtic, it is ceaster, from the Latin castra. ([13]).

Nessa visão, as palavras de origem celta reapareceram na LI, possivelmente, através das forças lingüísticas do latim, pois quase nenhuma evidência da língua celta aparece na LI; e as que existem sofreram influências lingüísticas do latim.
A influência dos romanos, no inglês antigo, contribuiu bastante para o uso do latim, em geral, nas produções escritas da época. Assim, para esclarecer sobre as contribuições, mais uma vez Baugh e Cable (2002, p. 47) afirmam:

Among the other evidences of Romanization must be included the use of the Latin language. A great number of inscriptions have been found, all of them in Latin. The majority of this preceded no doubt from the military and official class and, being in the nature of public records, were therefore in the official language. They do not in themselves indicate a widespread use of Latin by the native population. Latin did not replace the Celtic language in Britain as it did in Gaul. Its use by native Britains was probably confined to members of the upper class and some inhabitants of the cities and towns. ([14]).
Baugh e Cable ponderam que nem todos tinham acesso ao latim; este era usado apenas pela alta sociedade, apenas pessoas de alto nível social é que tinham acesso à educação em latim. O uso dessa língua clássica nas ilhas britânicas já começou com uma ampla quantidade de palavras. Com o objetivo de destacar este fato, Strevens (1978, p. 29) afirma:

In British English the first new material to come into use was a great quantity of learned words, mostly taken in from Latin and Greek sources, as a result of revival of learning which was already going on throughout Europe by the time of Shakespeare’s birth. ([15]).

De acordo com Strevens, o latim e o grego já tramitavam na LI, muito antes do nascimento de Shakespeare. Ele enfatiza que antes de 1600 palavras de origem latina e grega como “apparatus, formula, complex, veto” e centenas de outras já estavam presentes na LI, nessa época.
Mario Pei (1972, p. 9) diz:

The Germanic invaders who overran the Roman Empire in the fifth century A.D. were therefore related to the Romans themselves, as well as to those other inhabitants of the classical world, the Greek and the Celts. Their tongues displayed the same structure as Latin, Greek and Celtic, with nouns and adjectives declined for gender, number and case, verbs showing by their endings person, number, tense and mood, and numerous related words, like the English “father” that corresponds to Latin “pater” Greek “pater” and Sanskrit “pita”, or the foot that correspond to Latin ped, Greek pod and Sanskrit pad. It is evidence, however, even for these few examples, that Germanic had undergone a special differentiation from the other tongues, consisting of the regular substitution of certain consonant sounds for other sounds of similar quality: F for P, T for D, etc. ([16]).
Segundo Mario Pei, os invasores germânicos tinham relações próximas aos romanos, pois seus dialetos apresentavam algumas características lingüísticas semelhantes às das línguas clássicas como o latim e o grego. Pei pondera que na língua dos invasores germânicos existiam apenas substituições de algumas consoantes e isso enfatiza essa aproximação entre os povos; ou seja, havia consciência dos fatos referentes às invasões.  Eram ações e conflitos pre-planejados entre os povos invasores e os que já estavam nas ilhas, os romanos.
Se os conflitos ocorreram desse modo ou não, não sabemos ao certo, porém muitas influências estrangeiras, principalmente, as das línguas latinas ficaram na LI. Para mostrar como ocorreu o desenvolvimento social dos britânicos e ao mesmo tempo, o desenvolvimento lingüístico da LI, Baugh e Cable (2002, p. 2) afirmam:

The English language of today reflects many centuries of development. The political and social events that have in the course of English history so profoundly affected the English people in their national life have generally had a recognizable effect on their language. The Norman Christianizing of Britain in 597 brought England into contact with Latin civilization and made significant addition to our vocabulary. ([17]).

Podemos perceber que desde cedo já se buscavam palavras para a LI, pois havia a necessidade de comunicação entre os povos. O vocabulário existente não supria ou não satisfazia os falantes em seus discursos. Baugh e Cable argumentam que essa necessidade existia porque muito se falava sobre ciências e tecnologias. Para essas áreas, muitos dos povos não possuíam conhecimentos de vocabulários específicos para discutir temas relacionados a essas áreas.
Dessa maneira, a necessidade de palavras novas foi o ponto de partida para a abertura ao uso de palavras de outras línguas, por exemplo, o uso de palavras de origens latinas. Tudo isso é perfeitamente natural, pois é normal o fato de uma determinada língua buscar em outra (ou várias línguas, através de empréstimos), as palavras não existentes de que necessita;
Em sua obra The Cambridge Encyclopedia of the English Languag, David Crystal (1995) discorre sobre o período de contato cultural entre o povo anglo-saxão, romanos e celtas. Segundo Crystal, esse encontro promoveu desenvolvimento e mudanças consideráveis no Inglês Antigo. Alguns exemplos são: pise = pea / plante = plant / disc=dish / win = wine / cyce = cheese / catte = cat / entre outros exemplos.
Crystal (1995, p. 8) ainda afirma que

Whatever we might expect from such a period of cultural contact, the Celtic language, of Roman Britain influenced Old English hardly at all (...) Latin has been a major influence on English throughout its History (...) and there is evidence of its role from the earliest moment of contact. ([18])

Crystal considera que, apesar de o contato entre esses povos ter contribuído para a evolução da LI, poucas palavras de origem celta foram inseridas no Inglês Antigo. Contudo, muitas palavras do latim entraram no idioma por intermédio de missionários irlandeses. Crystal ainda acrescenta que os exércitos romanos e comerciantes deram novos nomes a vários objetos locais, experiências do dia a dia, como também a vários conceitos inexistentes no inglês antigo.
Mario Pei (1972, p. 5) considera as esferas de influências estrangeiras como sendo uma conquista direta das ilhas britânicas, pois muito antes, por volta de 55 a.C, os romanos comandados por Julius Caesar (Julio César) já procuravam obter informações sobre a geografia, as características do lugar e o tamanho dos exércitos que lá havia. A conquista das terras britânicas, porém, não se deu por completo com a invasão dos romanos; apenas séculos depois, após vários conflitos e repressões, é que a conquista ocorre de fato. Com suas palavras, Mario Pei diz:

The roman conquest of Britain was not completed till the time of the great general Agricola, over a century later, and it was marked by episodes of savage revolt, such as the brief war unleashed by Queen Boadicea in 61 A.D., and equally savage repression. But by the end of the first century of our era Celtic Britain had ceased to exist as a political entity, a Roman Britain had taken its place. ([19]).
Mario Pei ainda pondera que não se sabe ao certo se a conquista completa ocorreu, pois havia muitos povos em conflitos, os quais tinham poder de guerra. Em meio à agitação, as pessoas procuravam aprender o latim; muitos poemas em latim, por exemplo, eram lidos. Deste modo, se muitas pessoas buscavam aprender essa língua clássica, existiam razões maiores, como por exemplo, o prestígio do latim para a alta sociedade, o que, possivelmente, levou essas pessoas a mostrarem interesse em aprender língua.
Assim sendo, as pessoas deveriam fazer parte de uma camada social mais culta e privilegiada, pois o latim era ensinado para esse público. Isso porque o latim sempre foi considerado uma língua rica em todas as áreas do conhecimento. Acreditamos que, quando as pessoas passaram a aprender latim, deram indícios de que a língua já estava assumindo posição mais importante na região.
Como conseqüência, naturalmente, as mudanças na LI foram inevitáveis. Pei (1972, p. 3) afirma:

Unless we choose to accept the doctrine of predestination, it is chance that makes history. The panoramic future of men, nations, races, religions, languages, often depends upon the cast of a die, the turn of a card, the whim of a historical moment (...) The fact that you are you, and not someone else, hinges upon a series of concatenated events reaching back to the dawn of the human race. Your parents had to meet, and their parents before them, for countless generations. ([20]).

Para Pei, por causa das influências, a mesma coisa acontece com as línguas, pois existem diversos fatores que provocam mudanças inevitáveis na língua. São esses fatores lingüísticos que decidem como a língua pode se apresentar no futuro. Um desses fatores foi a influência latina, pois o latim por muito tempo teve muito prestígio para a alta sociedade; consequentemente, sua influência se fez presente na LI.
Um fato interessante que muitos autores mencionam é que muitos falantes da LI não têm conhecimento das origens das palavras usadas em sua língua. Baugh e Cable (2002, p. 12) afirmam:
We are not conscious that the words brandy, cruller, landscape, measles, aproar, and wagon are from Dutch. And so in many other words in daily use (...) From Italian come balcony, canto, duet, granite, opera, piano, umbrella, volcano; from Spanish, alligator, cargo, contraband, cork, hammock, mosquito, sherry, stampede, tornado, vanilla; from Greek, directly or indirectly, acme, acrobat, anthology, barometer, catarrh, catastrophe, chronology, elastic, magic, tatics, tantalize, and a host of others; from Russian, steppe, vodka, ruble, troika, glasnost (...) and ultimatly from Pearsian jasmine, paradise, check, chess, lemon, lilac, turban, barox, and possibly spinach. ( [21])

Esses são apenas alguns exemplos, pois Baugh e Cable finalizam dizendo que basta alguns minutos em um bom dicionário de etimologia e o leitor facilmente descobrirá que inúmeras línguas contribuíram para o enriquecimento da LI. E, para concluirmos, a nosso ver, apesar de ter uma história conturbada por influências lingüísticas, invasões e conflitos, a LI ganhou seu espaço entre as línguas européias modernas. Ao discutir sobre trocas de influências lingüísticas entre línguas, David Crystal explica que a língua pode ser afetada por três fatores: variação social, temporal e regional. Em relação às variações, Crystal (1995, p. 3) afirma:

Society affects language (...) People belongs to different social classes, perform different social roles, and carry on different occupations. Their use of language is affected by their sex age ethnic group, and educational background (...) Time affects a language (...) giving rise to several highly distinctive processes and varieties (...) language change is an inevitable and continuing process, whose study is chiefly carried on by philologists and historical linguists (...) Geography affects language, both within country and between countries, giving rise to regional accents and dialects, and to the pidgins and creoles which emerged around the world whenever English first came into contact with other languages. ( [22])
Para Crystal, o desenvolvimento, a evolução e a ascensão da LI à posição de língua mundial têm proporcionado cada vez mais o contato entre culturas. Para Crystal, esses são fatores que causam mudanças e transformações nas línguas, quando expostas à pessoas e culturas diferentes. Crystal diz ainda que, no começo da história da LI, os falantes, constantemente, ficavam expostos a um grande acervo de vocabulário, e que a metade das palavras latinas que entraram no idioma inglês eram relacionada a plantas, animais, comida, bebida e itens caseiros. As evidências aparecem quando Strevens (1978, p. 15) afirma:

there is a body of prefixes, roots and suffixes, all borrowed from Latin or Greek, which are used in nearly identical ways in many languages. From among the prefixes, these will serve as illustrations: anti-, auto-, contra-, micro-, poly-, etc. Roots include calor, chrono, geo, tele, zoo, and many others. Sufixes include –able, -ation, -ic, -logy, -meter, etc. ([23]).

Segundo Strevens, o vocabulário de origem clássica (palavras de origem latina ou grega) está, de fato, presente em várias línguas, pois são palavras correntes no campo da ciência ou fazem parte de um grupo de vocabulários de campos específicos. Consideramos esses campos como sendo, principalmente, a medicina, a geografia, a filosofia, teologia, astronomia etc. Portanto, com base nas afirmações de Strevens, acreditamos que muitas das palavras presentes nessas ciências, suas origens estão enraizadas nas línguas clássicas, foram inseridas em várias outras línguas, de maneira quase universal, ou seja, quase todas as línguas faladas no mundo apresentam palavras vindas das línguas clássicas para facilitar a comunicação dentro de campos específicos, como os já mencionados. Sem essa universalidade clássica, cada ciência poderia ser independente ao se utilizar das palavras para descrever seu objeto de estudo. Entretanto, todas apresentam vocábulos latinos. Provavelmente, Isso também ocorre em línguas não latinas, como as línguas germânicas.
A LI em geral, com certeza está entre essas línguas, pois, possivelmente ela adquiriu todo o prestígio que tem hoje devido a influências das línguas clássicas, sobretudo as do latim uma vez que essas línguas tinham grande influência nas várias áreas do conhecimento. Agora, a LI assumiu esse papel, provavelmente, por causa das forças da influência latina desde sua formação.
    
Inglês Antigo e Medieval (500-1100): as contribuiçoes do latim

As tribos germânicas que migraram para a Inglaterra há muito tempo falavam diversos dialetos que deram origem ao “OLD ENGLISH”, Ingles Antigo. Possivelmente, os dialetos eram apenas falados e só ganharam a forma escrita após a cristianização desses povos, o que ocorreu em meados de 597, tendo como base o alfabeto latino, o qual foi adaptado para o Old English, pois este também se utilizava de  letras rúnicas para a escrita da língua. Contudo, o latim ainda continuava a ser usado em áreas administrativas, intelectuais entre outras.
Uma marca bastante forte deixada pelos anglos saxões é o caso genitivo. Os termos associados à posse com o uso de apóstrofes (ex: “boy’s ou boys' book” em vez de estrutura que é próxima de línguas latinas, por exemplo, “the top of the hill”) surgiu através do Inglês Antigo, características que permanecem até aos nossos dias. TOM McARTHUR (1998)[24] expõe muito mais sobre essas características da LI.
O Inglês Antigo, às vezes, é chamado por muitos linguistas de “Anglo-saxão”. Era uma língua muito diferente do inglês moderno, pois apresentava correlações próximas entre pronúncia e ortografia, diferentes do inglês moderno, cuja pronúncia se distancia muito da ortografia e vice-versa.
Segundo Schütz ([25])

O Inglês Antigo, comparado ao inglês moderno, é uma lingua quase irreconhecivel, tanto na pronúncia, quanto no vocabulário e na gramática. Para um falante nativo de inglês hoje, das 54 palavras – do Pai Nosso – em Old English, menos de 15% são reconhecíveis na escrita, e provavelmente nada seria reconhecido ao ser pronuciado.

Algumas características do Inglês Antigo nos levam a pensar que a LI era uma língua invariável em relação à escrita e pronúncia das palavras, porém talvez apenas nesse sentido, pois apesar dessa proximidade, a língua não era uniforme. Na visão de MacCrum et al. (2002) mesmo com um grupo pequeno de falantes na época, se comparado ao número atual de falantes, na LI antiga já existiam vários diferentes sotaques e pronúncias variadas da mesma palavra. Vejamos informações a esse respeito nas palavras dos próprios autores (MacCrum et al., 2002:58);

Old English was not a uniform language. From the beginning it had its own local varieties, just as today, on a much larger scale the English of California differs from the English of Auckland or of London. The regions of Old English correspond with surprising accuracy to the main varieties of contemporary spoken English in the British Isles. ([26]).

Crystal também mostra algumas características do inglês antigo, como também algumas mudanças na estrutura das palavras. O leitor sem conhecimento das mudanças que ocorreram no idioma inglês, possivelmente, não entenderá um texto em “Old English”.
Vejamos algumas das mudanças na estrutura da LI, por exemplo, quando Crystal (1995, p. 19) afirma:

In Old English, the plural of ‘book’ was ‘bec’, but this has not come through into Modern English beek: the forces of analogy have taken over, and caused a change to regular books (...) Latin ‘caseus’ became cyse ‘cheese’ in Old English, but castellum became castel ‘village’. ([27]).

De acordo com Crystal, além dessas mudanças, muitas outras ocorreram por causa das forças da analogia e de influências estrangeiras. Várias palavras emprestadas do latim para a LI não mudaram suas estruturas de origem; porém, outras sofreram algumas alterações. Podemos perceber no final da citação acima que no exemplo, a palavra “caseus” do latim se tornou “cyse” que significa queijo no Inglês Antigo; logo em seguida, “castellum” passou a ser “castel”. Percebemos que no primeiro caso, a vogal “a” mudou, ao passo que, no segundo caso, não houve alterações. Nesse caso, podemos afirmar que esse é um dos exemplos fortes das influências do latim na LI.
Acreditamos que essas marcas do latim prevaleceram devido à fusão de diversos povos e, principalmente, pelo fato de não haver uma língua bem estabelecida na Inglaterra, nem padrão sonoro das palavras; então, como o latim já apresentava padrões definidos de língua, esses povos se apropriaram do modelo latino de língua.
Com relação às influências do latim na LI, Baugh e Cable (2002, p. 77) enfatizam que,

Latin was not of conquered people. It was the language of a highly regarded civilization, one from which the Anglo-Saxon wanted to learn. Contact with that civilization, at first commercial and military, later religious and intellectual, extended over many centuries and was constantly renewed. It began long before the Anglo-Saxon came to England and continued throughout the Old English period. ([28]).

Esses autores afirmam que, por muitos séculos, as tribos anglo-saxônicas continuaram habitando sua terra natal, a atual Alemanha, enquanto os povos germânicos, mais tarde se tornaram os Ingleses. Baugh e Cable destacam que essas tribos tinham muito contato com os romanos e através dessa relação, os germânicos adquiriram muitas palavras de origem latina. Quando os anglo-saxões chegaram à Inglaterra, eles perceberam as evidências do latim, as quais ocorreram por causa do domínio romano sobre os povos celtas, que também se apropriaram de grande quantidade de palavras latinas.
Por causa do domínio romano na Inglaterra, as influências do latim se tornaram ainda mais fortes, pois cremos que através da convivência, os povos adquiriram muitas palavras cuja origem era latina e, essas, logo após a chegada dos missionários romanos à ilha, foram ainda mais reforçadas. A cristianização desses povos e as influências lingüísticas e culturais do latim resultaram na adoção de vários elementos latinos na LI.
A presença dos missionários cristãos na Inglaterra provocou várias mudanças na cultura britânica, pois muitas igrejas e escolas foram construídas com a chegada desses povos cristãos o que promoveu a civilização nas ilhas.  Baugh e Cable (2002, p. 84) enfatizam sobre esses acontecimentos, afirmando,

The introduction of Christianity meant the building of churches and the establishment of monasteries. Latin, the language of the services and of ecclesiastical learning, was once more heard in England. Schools were established in most of the monasteries and larger churches. Some of these became famous through their great teachers, and from them trained men went out to set up other schools at other centers. ([29]).

Conforme Baugh e Cable ponderam, a presença dos missionários começou em 669. Eles também se dedicavam muito ao ensino de literatura e a maioria tinha total domínio do grego e do latim, além do conhecimento de línguas derivadas dessas duas línguas clássicas. Portanto, acreditamos que esse tenha sido um fator, extremamente, importante e decisivo no processo que influenciou lingüisticamente o idioma inglês. Além disso, a chegada de mais pessoas para trabalharem na construção de igrejas, escolas e na agricultura contribuiu ainda mais para esse processo e para economia doméstica do país.
Aos poucos a igreja, como mediadora da civilização romana, passou a influenciar o curso de vida dos ingleses em várias outras direções, sobretudo no período denominado “Old English”, com o empréstimo de vocabulário de origem puramente latina. Entretanto, antes disso, já por volta de 597, termos do latim gradualmente já estavam começando a penetrar na LI.
Ao discorrerem sobre empréstimos do latim, Baugh e Cable (2002, p. 91) afirmam: “To be sure, the extent of a foreign influence is most readily seen in the number of words borrowed. As a result of the Christianizing of Britain some 450 Latin words appear in English writings before the close of the Old English period”. ([30]).
De acordo com esses autores, essa quantidade de palavras não inclui palavras derivadas das palavras latinas, que já haviam entrado na língua, nem os nomes próprios ou bíblicos, que já eram numerosos na época. Eles ainda afirmam que no segundo período do Old English, as influências latinas foram tão fortes, que a LI criou o hábito de se acomodar e incorporar os elementos lingüísticos estrangeiros em seu acervo lexical.
Sob o ponto de vista de Crystal (1995, p. 24), muitas das invasões lexicais que ocorreram no Inglês Antigo se deram por causa das repetidas invasões e vindas de outros povos para as ilhas britânicas. Os invasores trouxeram com eles suas línguas e dialetos quando saíram de sua terra natal. Crystal acrescenta e faz referências aos cristãos vindos da Irlanda e de Roma para a Inglaterra com o objetivo de pregar o evangelho seguindo os mandamentos da Igreja Católica. Crystal enfatiza que,

(...) the missionary influence resulted in hundreds of new words coming into the language, and motivated many derived forms. The new vocabulary was mainly to do with the Church and its services theology, and learning, but there were also many biological, domestic, and general words, most of which have survived in Modern English. ([31]).

Com base nos apontamentos de Crystal, podemos dizer que as influências do latim proporcionaram a criação de um acervo gigantesco de palavras que ainda permeia o idioma inglês.
Mario Pei (1972, p. 17), ao comentar sobre as turbulentas influências do latim na LI, afirma:

Once the storm and stress of Anglo-Saxon invasion were over, the Christianization of the new inhabitants of Britain took place by precisely the same instrumentality that had served in the case of all other barbarians: Christian missionaries, coming either from Rome or from already converted countries (...) By the end year of 700, most of the Anglo-Saxons were Christians. ([32]).
Segundo o autor, com o processo de invasão das ilhas britânicas, as influências do latim se deram principalmente pelo grande número de obras traduzidas do Latim para o Inglês Antigo. Muitas das obras eram consideradas de suma importância para todo homem inglês ler e estudá-la; por isso, foram traduzidas para o Inglês Antigo; um exemplo disso é a obra Book of Gilda, Historia Ecclesiastica Gentis Anglorum.
Mario Pei articula que o dialeto anglo-saxão (Old English) era repleto de palavras naturais do latim ou de outras línguas influenciadas por essa língua clássica. Pei (1972, p. 94) diz,

(...) a certain number of naturalized words which it had borrowed from Latin or other sources, like street from strata, cheese from caseus, and, cheap from the verb ceapian, which goes back to Latin caupo, ‘merchant’. Other Anglo-Saxon words of Latin origin gave way to new French importations after the Conquest; cirs and persoc, from cerasia and persica, were supplanted by cherry and peach, which were taken from French, and which French had developed from precisely the same Latin sources. ([33]).

Pei reforça nossa hipótese ao afirmar que muitas dessas influências ocorreram através de outras línguas latinas (francês italiano etc.); cujas palavras (ou boa parte delas) entraram no inglês, de maneira a modificar, enriquecer e aumentar o prestígio da LI.
A maioria dos autores fala que a contribuição do latim para a LI sempre foi muito ampla. Apesar disso, existem contradições em relação a essas contribuições no inglês antigo. Em sua obra, Crystal (1995) assegura que a influência do latim nesse período foi muito limitada, pois apenas 3% das palavras era estrangeira. Só depois de muito tempo o latim passou a ser fonte de empréstimos para o idioma inglês. Com suas próprias palavras, ele nos expõe os argumentos que explicam sua visão em relação à influência latina da época.
Dessa maneira, Crystal (1995, p. 27), então afirma:

About 85 per cent of Old English words are no longer in use. Moreover, only 3 per cent of the words in Old English are loan words, compared with over 70 percent today. Old English vocabulary was thus profoundly Germanic, in a way that is no longer the case. Nearly half of Modern English general vocabulary comes from Latin or French, as a result of the huge influx of words in the Middle English period.([34]).

A contribuição do latim, de uma maneira ou de outra, colaborou para o desenvolvimento da LI. Lyons (1981), em sua obra Language and Linguistics: An Introduction, explica o desenvolvimento histórico das línguas com mais detalhes. Lyons argumenta que estudiosos em geral ponderam que mudanças nas línguas de vários países transformaram o latim em francês, italiano, espanhol etc. Poderíamos dizer em outras palavras, que as línguas se desenvolvem e naturalmente se apropriam de palavras cuja origem é latina, pois o latim, de fato, sempre serviu de referência para milhares de línguas, quando os assuntos são: literatura, artes, educação etc. Portanto, podemos dizer que, na medida em que as línguas se desenvolvem, elas se apóiam num modelo de língua já existente, como o fizeram as línguas latinas em geral.
Na visão de Lyons (1981, p. 12), o latim serviu de modelo para várias outras línguas, principalmente como modelo de língua escrita, pois já era língua com regras gramaticais estabelecidas e estruturadas lingüisticamente. O autor ainda afirma que as línguas em geral são derivadas de línguas previamente faladas, só depois passam a ser línguas escritas. Em suas palavras ele afirma:

All the great literary languages are derived, ultimately, from a spoken language of particular communities and that, consequently, the dialects of other regions or of other social classes should now be regarded, as they often are, as inferior, or substandard, varieties of the language. ([35]).

É importante repetir que a influência latina na LI ocorreu primeiramente com a chegada dos missionários às ilhas. Ao mesmo tempo, isso ocorreu também através dos comerciantes estrangeiros, pois Mario Pei (1972, p. 24) assegura que,

The first large influx of foreign loan-words into English came with the Latin of the missionaries, as well as through cultural and trade relations with the continent. The latter give us ‘cheese’ (Latin caseus), ‘mint’ (Latin moneta), ‘bishop’ (Anglo-Saxon biscop, from episcopus, originally Greek), ‘seal’ (Anglo-Saxon sigel, from Latin sigillum), ‘street’ (Latin strata), ‘kettle’ (Anglo-Saxon cytel, from Latin catillus), ‘kitchen’ (Latin coquina), ‘church’ (...) ‘abbot’, ‘candle’, ‘chapter’ (...) ‘school’, ‘máster’, (...) In the time of Alfred, such words as ‘cell’, ‘prime’, ‘accent’, ‘paper’, ‘term’, ‘title’, and ‘elm’, entered English from Latin, and this despite the fact that Alfred himself says ‘few know Latim’. ([36])

Relembrar que o francês ajudou o latim nessa missão é de suma valia, pois no período “Middle English” várias palavras do latim entraram na LI através do francês e duplicaram palavras que já existiam no inglês antigo. David Crystal (1995, p. 46) sugere alguns casos:

(...) in most cases the French Word replacing an Old English equivalent; for example, ‘leod’ gave way to people, wilting to beautiful, and stow to place. Hundreds of Old English words were lost in this way. But at the same time, Old English and French words often both survived with different senses or connotation, such as doom (OE) and judgement (F), hearty (OE) and cordial (F), and house (OE) and mansion (F). ([37]).

Ao falar dessas influências, Mario Pei (1972, p. 96) argumenta que sem esses fatores, a LI seria uma língua muito pobre. Esse autor afirma:

Yet the English language would be a poor thing indeed if those hundred of thousands of borrowed words were eliminated from it. We have seen the property of the language before the time of Chaucer. It is scanty use as a literary medium may have been at once the cause of the effect of the property. It is only when the full, rich stream of French, Latin, Greek and the other great western languages join the eddying current of English that our tongue begins to assume the majestic aspect of a great river flowing tranquilly toward the sea. ([38]).

Pei diz que o francês é um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da LI, pois esse idioma se apropriou de várias palavras do latim e do grego, que se desenvolveram no francês a partir do movimento (já mencionados anteriormente,) chamado “Renaissance” ([39]) (porém, agora com mais detalhes).
Por influência dos franceses, grande acervo de palavras do latim e do grego passou a ser usado pelos falantes do idioma inglês; porém as palavras são de origem greco-latina. Consideramos que nesse processo de duplicação a LI se enriqueceu intensamente como língua, pois essas duplicações proporcionaram um enorme acervo de palavras, o que libertou os falantes do Inglês Antigo da dependência e das limitações no que diz respeito à comunicação propriamente dita, principalmente na comunicação em situações formais, cuja linguagem usada deveria ser à altura dos falantes, nesse caso, os nobres e os reis, entre outras pessoas da alta aristrocacia.
Muitas mudanças lingüísticas ocorreram no Inglês Antigo. Isso provocou uma transformação na LI que passa a ser chamada de Inglês Médio. De acordo com Baugh e Cable (2002, p. 169), as palavras de origem francesa entraram na LI como suplemento, pois aos britânicos faltavam palavras para a comunicação com a aristocracia. Esses autores explicam porque isso ocorreu, dizendo,

Whether to supply deficiencies in the English vocabulary or in their own imperfect command of the vocabulary, or perhaps merely yielding to a natural impulse to use a word long familiar to them and to those they addressed, the upper classes carried over into English an astonishing number of common French words. In changing from French to English they transferred much of their governmental and administrative vocabulary, their ecclesiastical, legal, and military terms, their familiar words of fashion, food, and social life, the vocabulary of art, learning, and medicine. ([40]).

A partir dessas justificativas, podemos dizer que, por causa das influências estrangeiras, os ingleses aprenderam a desenvolver sua própria língua. Neste caso, isso se deu por causa de situações inevitáveis e a necessidade de comunicação com os franceses. Nesse processo, indiretamente, através do francês, muitas palavras do latim entraram na LI; que aos poucos, foram penetrando e substituindo as palavras já existentes na LI, de maneira a somar as palavras com as que já existiam. Isso proporcionou um maior acervo de léxicos para suprir as necessidades e multiplicar as opções de uso da língua pelos falantes da LI.
Na visão de Bizzocchi, o fato de a LI ter recebido inúmeras influências do latim não devemos nos surpreender, pois segundo Aldo Bizzocchi (On-line)[41]

Uma vez que todas as línguas literárias européias beberam na mesma fonte greco-latina, que foi a principal influência lingüística sofrida por elas, o caráter ideológico do léxico de cada uma delas vai se mostrar principalmente na forma particular assumida pelos in­contáveis empréstimos de vocábulos gregos ou latinos efetuados desde a Idade Média até os dias de hoje.

Esse ponto de vista nos relembra o que já foi discutido anteriormente. De acordo com essa visão, no processo de influência lingüística do latim, todas as línguas européias se beneficiaram; conseqüentemente, a LI também passou a gozar da grande contribuição e prestígio dessa língua clássica, o latim. Antes das contribuições lingüísticas do francês, centenas de palavras do latim já haviam entrado na LI. Para complementar essas informações, Mario Pei (1972, p. 26) afirma que,
It is estimated that about 450 Latin words came into Old English before the Norman Conquest. This is a surprisingly large total to those who think of the Anglo-Saxon era as the period of pure Germanism in the language. If to these words we add those that would normally have entered English from 1066 on, we see that even without the French cultural importations present-day English would not be altogether a simon-pure Germanic tongue. ([42]).

Ao falar das influências do latim na LI, Sharon White (on-line)[43] divide a história da LI em períodos. Ao falar do segundo período ela diz,

This period, dating from Augustine's mission of 597, is divided into two main sub-periods, the Early and the Benedictine. The Early Second Period includes words taken by the English to describe their new religion (mass, pope; from the Old English maesse, papa; and the Latin missa, papa), but also household words (cap, plant; from the Old English caeppa, lante; and the Latin cappa, planta) and those relating to education (Latin and school; from the Old English scol; and the Latin Latinus, schola) (...) In this part of the Second Period, direct translation of Latin terms is characteristic. Thus, the Late Latin trinitas (three) is the Old English prines (literally, three-ness), and the Late Latin resurrectio (resurrection) is the Old English aerist, from arisan (to arise). ([44]).

Para colaborar e reforçar nossa discussão, Sharon pondera que um imenso acervo de palavras que entraram na língua (LI) mostra a extensão do impacto imediato da cristianização na Inglaterra no século VII. Acreditamos que apesar de o inglês antigo ter sido influenciado por muitas línguas e povos diferentes, o latin influenciou a LI muito mais, pois de acordo com Edward Moore (2000)[45],

Latin influenced the development of Old English more than any other non-West Germanic language with which Old English came into contact. Most scholars divide the influence of Latin chronologically into three time periods. The first time period concerns such influence as occurred on the continent prior to the arrival of Anglo-Saxons in England and which arose from contacts between West-Germanic speaking peoples and Latin speakers. The second period of influence spans from the arrival of the Anglo-Saxons in England up to their Christianization ca. 600/650. The last period of influence spans from the time of Christianization up to the arrival of the Normans in 1066. ([46]).

Para Edward Moore, as influências latinas representaram uma esfera de mudanças que proporcionou desenvolvimentos na LI e facilitou a comunicação com os falantes latinos, uma vez que as possibilidades de comunicação entre os povos eram limitadas, pois os recursos lingüísticos não supriam, com abundância, as necessidades dos falantes.

Nesse sentido, Moore ([47]) cita outros autores e acrescenta:

(...) approximately 450 Old English words, mostly nouns, were borrowed from Latin (Baugh, 106). Around 170 of these entered the Old English lexicon during the continental period (Hogg, 302; Williams, 57). These words pertain mostly to plants, household items, clothing and building materials. As such, they represent the influence of Vulgar (i.e. spoken) Latin rather than Classical (i.e. literate) Latin. It is uncertain how many words date from the second period of Latin influence. In general though, scholars maintain that there are slightly fewer borrowings dating from this period. ([48]).

Edward Moore assegura, e consideramos de suma importância mencionar, que apesar da extensiva influência do latim na LI, as línguas dependem de cruzamentos lingüístico com outras para sobreviverem e se tornarem funcionais para seus falantes. Neste ponto de vista, concordamos plenamente com o autor, pois em nossa visão, a partir do momento em que as línguas se cruzam, todas são beneficiadas e influenciadas independentemente de seu prestígio social. Portanto, possivelmente o latim recebeu influências do inglês antigo também.
Acreditamos que, lingüisticamente é natural para muitos (neste caso os falantes nativos da LI) o fato de eles verem sua língua levar vantagens (mais prestígios) em relação a outras línguas estrangeiras para eles. Segundo Baugh e Cable (2002, p. 3), uma abordagem cientifica através de estudos lingüísticos de uma língua e levando-se em consideração a história dessa língua, é possível descobrir que nenhuma língua adquire importância se apenas fatores internos são levados em consideração, pois uma língua ganha prestígio e importância (juntamente com a nação), por causa de eventos (influências estrangeiras) que ocorrem na língua e moldam essa língua para o mundo.
Baugh e Cable acrescentam:

(...) the language of a powerful nation will acquire importance as direct reflection of political, economic, technological, and military strength; so also will the arts and sciences expressed in that language have advantages, including the opportunities for propagation. The spread of arts and sciences through the medium of a particular language in turn reinforces the prestige of that language. Internal deficits such as an inadequate vocabulary for the requirements at hand need not restrict the spread of a language. It is normal for a language to acquire through various means, including borrowing from other languages, the words that it needs. ([49]).
Isso explica o fato de a LI ter muito prestígio e importância para o mundo atualmente, por estar entre as línguas estrangeiras mais faladas e estudadas pela população global. Essa explicação é mais bem compreendida quando Aldo Bizzocchi ([50]) afirma:

A Europa Ocidental é talvez o melhor exemplo de povos étnica e lingüisticamente diferentes que, no entanto, graças à in­fluência cultural comum da Grécia e de Roma, exercida, sobretudo por meio de suas línguas (o grego e o latim) e de sua religião (o cris­tianismo), constituíram uma única grande civilização, a chamada Civilização Européia ou Ocidental, que hoje já tende a ser chamada de Civilização Global. A influência unificadora da cultura clássica reflete-se na ideologia desses povos e, conseqüentemente, em suas línguas, principalmente no que diz respeito ao léxico.

Se a influência da cultura clássica reflete-se na ideologia desses povos, a LI como sendo uma língua européia, conseqüentemente, também experimentou principalmente o léxico do latim. Aldo Bizzocchi acrescenta ainda que a própria história dessas línguas sustenta-se, assim, sobre uma constante tensão entre a influência greco-latina e o elemento vulgar, ou seja, o princípio de análise do autor baseia-se principalmente na tensão permanente entre as línguas clássicas do Ocidente - grego e latim - e as línguas vulgares, que na verdade são, de acordo com Bizzocchi, idiomas nacionais da Europa Ocidental, e essa tensão se encontra na base de toda a tradição literária, reli­giosa, filosófica, intelectual, e também filológica e gramatical do Ocidente.
O valor das línguas clássicas, como o latim e o grego, é superior em relação às outras línguas; por isso, a nosso ver, esse é o motivo que leva quase todas as sociedades a (incondicionalmente) se apossarem das idéias e modelos greco-latinos. E quanto aos valores, Aldo Bizzocchi ([51]) explica as razões que justificam essa superioridade:

De fato, inúmeras razões fazem com que o grego e o latim estejam em posição hierárquica superior em relação às línguas vulgares, das quais constituem o grande paradigma. Embora o Império Romano do Ocidente tenha desmoronado em 476, as insti­tuições políticas, os fundamentos jurídicos, os cânones literários e artísticos da Roma Antiga, bem como a própria língua latina, sobre­viveram até a era moderna. Além de representarem o veículo de transmissão do patrimônio cultural da Antigüidade, as línguas clássicas, principalmente o latim, foram, durante muito tempo, con­sideradas as únicas línguas dignas da literatura, da poesia, da ciência, da filosofia, da religião, etc.

A importância dada às línguas clássicas nos leva a crer que, do ponto de vista cultural e lingüístico, as línguas de menos prestigio se submetem às influências greco-latinas, pois, como Aldo Bizzocchi pondera, ainda hoje, a maioria dos termos técnicos, científicos, ou simplesmente os vocábulos de cultura de qualquer língua ocidental são empréstimos das línguas clássicas, ou estão formados com elementos morfológicos dessas línguas, e diversas línguas adotam modelos das línguas clássicas. Podemos concluir que, principalmente do ponto de vista lingüístico, o latim tem maior autoridade neste sentido e é responsável pelo enriquecimento lingüístico de inúmeras línguas além do Inglês, pois como nos apontou a maioria dos estudiosos da LI, além de outras línguas, o latim foi responsável pela maior parte das influências lingüísticas, levando assim uma grande diversidade lexical entre outros elementos lingüísticos, à maioria das línguas européias.

Inglês Moderno e Conteporaneo (a partir de 1500)

No começo do período “Modern English”, na LI não havia uma estabilidade para o padrão da língua. No entanto, do período denominado Renaissance em diante, a estrutura da língua-padrão se estabilizou. Provavelmente, a falta de padrão de língua era devido às influências diversas que a língua sofria na época. William Caxton (1422-1491), comerciante, diplomata, escritor e pintor nascido na Inglaterra, é considerado o primeiro a imprimir obras em inglês. Em 1475 publicou o primeiro livro em língua inglesa, que foi uma tradução de História de Tróia de Le Fèvre. Nascido em Kent, Caxton é considerado o introdutor da tipografia no Reino Unido ([52]). Ele observou mudanças e variações na LI em várias partes da Inglaterra desde que nasceu.
Conforme informaçoes encontradas em wikipedia.org ([53]), William Caxton se sentiu confuso em relação à mistura literária das palavras nativas com as emprestadas de outras línguas, o que causava diferentes formas escritas para uma mesma palavra. A partir disso, Caxton introduziu a imprensa na Inglaterra com o intuito de padronizar e criar uma uniformidade para a LI. Por causa das explorações durante o período Renaissance, mais palavras novas vindas de outras línguas foram incorporadas a LI. Muitas dessas palavras surgiram por causa do desenvolvimento da ciência, artes etc.
Na visão de MacCrum et al. (2002, p. 87), por causa das inúmeras obras publicadas na época, o período Renaissance foi responsável pela influência do latim na LI. “The printing press, which made the spread of learning and knowledge so much easier, was a communication revolution, the cornerstone of European Renaissance, that introduced a torrent of Latin words into the language”. ([54]) É importante também mencionar como esse movimento começou na Europa. A esse respeito, MacCrum, MacNeill e Cran (2002, p. 111) ponderam que tudo começou por volta do período elisabetano.

The Elizabethans had initiated a renaissance in spoken and written English. Under the Jacobeans this achievements began to be standardized and disseminated throughout the British Isles, and spread overseas to New World as the language of unified nation. ([55]).

Esses autores afirmam que nesse período, James VI, rei da Escócia, se tornou James I, rei da Inglaterra. Ele se tornou o rei protestante mais poderoso na Europa. O título “Great Britain”, por exemplo, foi criado por ele; desde então, a LI ganhou reconhecimento internacional.
Em 1604, quando estudiosos da época começaram a ter a Idéia de traduzir a Bíblia para a LI, a influência do latim se proliferou ainda mais na LI. Essa versão ficou conhecida como “The King James Bible”. MacCrum, MacNeill e Cran (2002, p. 114), discorrem sobre esse assunto:

The King James Bible was published in the year Shakespeare began work on his last play, The Tempest. Both the play and the Bible are masterpieces of English, but there is one crucial difference between them. Whereas Shakespeare ransacked the lexicon, the King James Bible employs a bare 8,000 words – God’s teaching in homely English for everyman. ([56]).

Dessa maneira, podemos afirmar que o latim penetrou na LI ainda mais, de modo a enriquecer não só a língua como também a capacidade espiritual do povo inglês.
Além disso, Howatt (2000) acrescenta que várias línguas começaram a ser ensinadas na Inglaterra após o final da Idade Média. O francês era a segunda língua do reino e quando perdeu essa posição, aos poucos cedeu lugar a que se tornou a segunda língua mais falada no país. A LI passa a ser considerada a língua da nação, falada por todos, desde a nobreza do reino até as pessoas mais simples; entretanto, quando tomou o lugar do francês, este ainda era visto como língua de prestígio para os falantes mais cultos e para aqueles que queriam fazer parte da camada mais alta da sociedade. O papel do latim, por sua vez, elevava aqueles que tinham seu domínio à posição de pessoas altamente educadas e extremamente cultas.  
Howatt (2000, p. 8) afirma ainda que os falantes começaram a aprender várias línguas, entre elas o inglês, pois devido ao aumento do número de pessoas interessadas em aprendê-lo, o idioma passou a ser muito procurado na época.

(…) there were other signs of growing interest in learning English in the early sixteenth century. The polyglot dictionary and phrasebooks, which was a popular device for acquiring a ‘survival of knowledge’ of foreign languages in Renaissance times, began to include English alongside the more widely-known languages like French, Italian, and Latin. The earliest listed in the Alston Bibliography is a seven-language dictionary ([57]) of 1540 (Latin, French, Dutch, Italian, Spanish, and High-Dutch as well as English). ([58]).

Ainda segundo Howatt, a LI era muito mais usada por mulheres e crianças, pois muitos dos homens eram refugiados de outros países na época da Contra-Reforma, no século XVI (1500-1600). Os maridos trabalhavam e as esposas eram responsáveis pela realização de várias tarefas domésticas.
No começo do período após o Inglês Médio, o Inglês Moderno se desenvolveu bastante, sobretudo através dos esforços literários durante o iluminismo, fato histórico que influenciou vários acontecimentos: tais como a Revolução Francesa, a independência das nações americanas e outros eventos que ocorreram na Europa, baseados nas novas idéias que surgiam. Esses fatores acarretaram o surgimento de universidades, trazendo assim, maior poder político à população e principalmente por causa da manifestação da imprensa, dos meios de comunicação que se estabilizaram; estes em especial, foram considerados os fatores-chave no processo.
Ao falar sobre o período de transição, Crystal (1995, p. 56) afirma,

There is no consensus about when Early English period begins. Some opt for an early date, 1400-50, just after Chaucer and the beginning of pronunciation shift which identifies a major intelligibility barrier between Middle and Modern English. Some opt for a late date, around 1500, after the effects of the printing revolution had became well established. But there is the advent of printing itself which many consider to be the key factor and this section accordingly begin in 1476, when William Caxton set up his press in Westminster. ([59]).

Crystal completa que a nova invenção foi também o ponto de partida para o estudo das propriedades e padronização da língua.
Através da imprensa, as pessoas passaram a ter mais oportunidades de escrever, e de ter suas produções circulando mais facilmente por causa das facilidades proporcionadas pelos meios de comunicação. Ainda segundo Crystal, isso contribuiu para mudanças na escrita das palavras e no sistema de escrita da língua como um todo, pois com as mudanças que a língua sofreu entre os períodos, muitos tinham preferências no modo de escrita das palavras. Isso provocou uma revolução entre os estudiosos da LI; eles então se juntaram com o objetivo de padronizar a língua. Crystal enfatiza também que durante o século XVI houve muitas publicações de obras cujos temas eram relacionados às línguas clássicas e à literatura.  Com isso, muito rapidamente, os campos da ciência, medicina e artes se desenvolveram descontroladamente. Tudo isso contribuiu bastante para o enriquecimento da LI.
Durante esse período (Renaissance), enquanto a LI enriquecera linguisticamente, membros da Igreja Católica e a cultura romana ajudaram a revelar, definitivamente, as marcas do latim na LI. Nesse sentido, Tim Morris  (on-line)[60] afirma:

The western Renaissance (1300-1600), with its emphasis on secular learning and science, had a profound effect on the vocabulary of a developing language like English. There are many Latin terms in Old and Middle English, reflecting first the impact of Roman culture (wine, cheese) and then the impact of Christian Latin (vespers, trinity), Early Modern English (after 1500 or so) reveals a huge influx of words from a "revived" classical Latin that had become once again the language of international literary and academic business in the West. ([61]).

Igual o ponto de vista da maioria dos autores pesquisados, na visão de Tim Morris, o aparecimento de um grande acervo de palavras derivadas do latim entrou na LI exatamente neste período. Morris explica o porquê dos empréstimos feitos pela LI. Segundo esse autor, existem várias razões que justificam essas influências. Morris acredita que

The basic reason for the many Latin and Greek words in modern English is that in their own time, the classical versions of these languages were, like English today, international languages with a dominant effect on the educational systems and culture of the rest of their world. Just as it's hard to think of a world language today escaping at least some influence from English, so it's hard to think of any western European language that has evaded the influence of Latin and Greek at some time in its past. ([62]).

De acordo com essa visão, tanto o Latim quanto o Grego eram considerados as principais referências e as bases para a educação. Nesse sentido, como língua dominante eram autoridades no mundo inteiro, por causa dos ensinamentos e valorização de seus textos clássicos, considerados como sendo fontes vitais aos estudos e a educação.
Para reforçar e complementar o que Morris afirmou, na obra The Online Encyclopedia and Dictionary ([63]), encontramos as seguintes informações:

During the English Renaissance, 1500 -1650, some 10,000 to 12,000 words entered the English lexicon, including “lexicon”. Many of these words were borrowed directly from Latin, both in its classical and medieval forms. Some examples include: aberration, allusion, anachronism, democratic, dexterity, enthusiasm, imaginary, juvenile, pernicious, sophisticated. ([64]).

Crystal acrescenta que só após 1650 é que esse período passou a ser chamado de “Renaissance”. Nessa época, os europeus começaram a explorar os continentes africano e americano e com isso surgiu a necessidade de palavras novas para a comunicação entre os povos que precisavam se expressar na língua, neste caso a LI, principalmente no que diz respeito aos conceitos técnicos e invenções de origens européias.
Nesse processo, na visão de Crystal, os escritores da época começaram a usar palavras de outras línguas européias, pois, provavelmente, os escritores ingleses não conseguiam expressar as idéias e as diversas descobertas feitas nos novos continentes. Com tantas necessidades, principalmente em relação ao uso de novas palavras, inevitavelmente foram emprestados para a LI, conceitos, técnicas e principalmente palavras vindas de várias outras línguas.
Para complementar sobre as influências estrangeiras na LI, Crystal (1995, p. 60) ainda afirma:

Most of the words which entered the language at the time were taken from Latin, with a good number from Greek, French, Italian Spanish, and Portuguese. Then, as the period of world-wide exploration got under way, words come into English from over 50 other languages, including several indigenous languages of North America, Africa, and Asia. Some if words came into English directly, others came by way of an intermediate language. Many came indirectly from Latin or Italian via French. ([65]).

Um dos fatores que proporcionou o surgimento do Inglês Moderno foi uma suposta mudança que ocorreu na pronúncia das palavras, sobretudo a pronúncia das vogais. Nesse sentido, para explicar melhor esse processo de transiçao, Blair Mathis (on-line) [66] afirma:

One of the two biggest factors for separating Modern and Middle English would be the Great Vowel Shift (GVS). The main difference between the language of Chaucer and Modern English is the pronunciation of long vowels. Long vowel sounds were made higher in the mouth and the letter "e" at the end of words was no longer pronounced. While one can decipher Canterbury Tales visually, the reading of his work orally would be completely foreign reiteration to the modern English speaker. ([67]).

David Crystal argumenta que a mudança na pronúncia das palavras ocorreu no começo do “Early Modern English”, época que a LI passou a ser estudada mais detalhadamente por especialistas em fonética, ortografia etc. Desde então, a escrita das palavras, rimas, ritmos, entre outros aspectos da língua, foram julgados de suma importância e levados em consideração à medida que as mudanças ocorriam.
Por fim, o Inglês Moderno se desenvolveu efetivamente durante o século XVI e atingiu um nível de desenvolvimento ainda mais alto por causa das influências das obras de Shakespeare no começo do século -XVII. Crystal (1995), ao discutir a época de Shakespeare, menciona a Bíblia “The King James Bible (1611)”, cujo impacto na LI foi enorme na ocasião; ela teve essa representatividade porque inúmeras cópias foram produzidas e traduzidas; por isso, a obra foi considerada um monumento da língua inglesa.
Crystal (1995, p. 65) discute também a regularização da língua. Ele argumenta que

Mulcaster’s own view did a great deal to hasten the growth of regularization at the end of the 16th century. His Elementarie provided a table listing recommended spellings for nearly 9,000 words, and influenced a generation of orthoepists (pronunciation teachers) and grammarians. Several other works of the period focused on the range of the problems presented by the writing system, and a climate emerged which fostered standardization. ([68]).

Com a padronização da língua, segundo Crystal, a escrita das palavras se tornou mais fácil para todos. Em meados do século XVII grande número de obras (guias de escrita das palavras) foi publicado. Essas obras serviram como referência para todos os escritores.
Baugh e Cable (2002, p. 203,204) argumentam que mesmo quando a LI, juntamente com outras línguas vernaculares, ganhou posição estável entre as línguas e a literatura popular, uma forte tradição sancionou o uso do latim em todos os campos do conhecimento. Essa tradição ficou ainda mais forte com o passar dos anos.

This tradition was strengthened by the ‘revival of learning,’ in which the records of Greek civilization became once more available in the original. Latin and Greek were not only the key to the world’s knowledge but also the languages in which much highly esteemed poetry, oratory, and philosophy were to be read. ([69]).

Na concepção de Baugh e Cable (2002), o grego e o latim eram capazes de expressar idéias abstratas, algo que na época não era possível através das línguas vulgares; por isso, em relação à maioria das outras línguas, o uso do latim significou vantagens, pois era considerado língua universal que todos os europeus bem educados deveriam usar para a comunicação verbal e escrita.
Baugh e Cable fazem referência ao movimento que revolucionou a capacidade intelectual do povo europeu na época. Esse movimento, período o denominado Renaissance, foi considerado a redescoberta do latim e do grego, além disso, o estudo de suas literaturas surtiu grandes possibilidades de evolução para as línguas modernas. Consequentemente, várias outras línguas se desenvolveram linguisticamente. Com isso, a LI finalmente perdeu o rótulo pejorativo de língua pobre e inadequada para uso em assuntos que apenas o latim e o grego davam conta. Esse resultado, consequentemente, levou a LI a uma posição jamais atingida antes ao longo de sua história.  
MacCrum et al. (2002, p. 62,63) ponderam que a importância da revolução cultural na historia da LI não se deu apenas com a inserção de palavras estrangeiras na língua, mais também proporcionou aos ingleses a capacidade de expressar idéias abstratas. Essa afirmação fica evidente quando os autores dizem,

Before the coming of St Augustine, it was easy to express the common experience of life – sun and moon, hand and heart, sea and land, heat and cold – in Old English, but much harder to express more subtle ideas without resort to rather elaborate, German-style portmanteaux like frumweorc (fruma, beginning, and weorc, work = creation). Now there were Greek and Latin words like angel, disciple, litany, martyr, mass, relic, shrift, shrine, and psalm ready to perform quite sophisticated functions. ([70]).

Sendo assim, com base nos apontamentos apresentados pelos estudiosos, podemos concluir que, por causa das várias influências estrangeiras, porém principalmente por causa das influências do latim, a sociedade inglesa desenvolveu grande capacidade de expressar idéias abstratas, sobretudo após a cristianização dos britânicos. Dessa maneira, ao longo dos anos, os nativos incorporaram à língua um amplo estoque lexical latinizado que até hoje enriquece o discurso dos falantes da LI; além proporcionar uma sutileza e flexibilidade quanto ao uso das palavras.
  
A Preferência de Uso do Vocabulário Latino.

Em inglês, quando assistimos ou lemos jornais, revistas ou textos de grande circulação no mundo, percebemos que os locutores, em geral, apresentam discursos rebuscados, ou seja, usam palavras latinizadas, diferentes da linguagem usada no dia a dia. Com o objetivo de mostrar a preferência de uso dessas palavras em diversos escritos, selecionamos como corpus, alguns trechos de artigos, internet, jornais, construções de frases adaptadas e trechos de livros. Usaremos os trechos como base para uma breve análise da proporção de palavras de origem latina neles presentes.
A Língua Inglesa usada no campo da ciência, por exemplo, apresenta um registro bem distinto da linguagem usada no dia a dia. Essa distinção aparece principalmente na escolha lexical, pois, como ocorre em toda língua, grande quantidade de termos técnicos e nomenclaturas são de cunho científico. Nessa área, as palavras latinas são veteranas, por isso, a preferência pelos vocábulos latinos fica em primeiro lugar. Essa preferência também aparece em muitos documentos escritos, em obras literárias e em vários outros meios de comunicação.
Para ilustrar o uso de vocábulos latinos, mostraremos uma comparação com palavras equivalentes, cujas origens não provêm do latim. Certamente são de origem anglo-saxônica. Vejamos exemplos abaixo:

Origem anglo-saxônica ([71])
Origem latina
It’s “down to you” to check the door”.
It is “your responsibility” to check the door.
Jaguars can move with a high “speed”.
Jaguars can move with an astonishing “velocity”.
The speed of light...
The velocity of light...
I can’t “take on” any extra work.
I can’t “assume” any extra work.

Nesses exemplos, retirados do Oxford Advanced Learner’s Dictionary, a frase “It’s down to you to check the door”, soa estranha em nossos ouvidos, porém, é uma construção comum para os nativos da LI. Em situação de uso da língua, naturalmente, daríamos preferência à construção “It is your responsibility to check the door”, por causa da proximidade com as línguas latinas. A mesma explicação serve para as frases: “I can’t “take on” any extra work” e “I can’t “assume” any extra work.”
Já a palavra “velocity” é um termo técnico. As frases “Jaguars can move with an astonishing velocity” e “The velocity of light...”, retiradas da mesma obra, sugerem que a palavra “velocity” ocorre principalmente dentro de textos científicos; e a palavra “speed” aparece com freqüência em vários contextos do dia-a-dia, pois, diferente da palavra “velocity”, para a palavra “speed”, Oxford Advanced Learner’s Dictionary, não encontramos nenhuma observação.
Na tabela a seguir, criamos alguns exemplos para ilustrar um pouco mais o uso de palavras latinas em vez de palavras de origens anglo-saxônicas.

Origem anglo-saxônica
Origem latina ([72])
They did an experiment

This let them keep the same temperature during the whole experiment

The experiment was conducted / performed

This allowed / permitted / resulted in / ensured a constant temperature throughout the experiment / for the entire experiment

Then the Drive Manager goes through some steps to install the programme

The Drive Manager then performs / executes a series of functions / operations in order to install the programme

One after the other

Enough

This shows that …

At regular intervals

Sufficient

This demonstrates…
They found out what the important things were…

They determined / discovered / established / identified the important properties / characteristics…

As frases com construções latinizadas apresentam características formais mais utilizadas em textos científicos; os que não apresentam essas características são de origem anglo-saxônica (já enraizada e internalizada na mente dos nativos), portanto, são mais usadas. Já as construções latinizadas, em geral, são utilizadas também para falar de assuntos formais: textos acadêmicos científicos, assuntos que dizem respeito às leis etc.
Neste trecho do artigo científico “Embryonic Stem Cell Substitute Passes Acid Test”, de Gretchen Vogel (on-line)[73], destacamos palavras latinas que são convenções no campo da ciência.


Scientists have for the first time demonstrated that a possible alternative to controversial embryonic stem (ES) cells shares one of their key abilities. So-called induced pluripotent stem (iPS) cells can generate a live mouse in an experiment scientists say is the gold standard for pluripotency, the ability to become any cell type in the body. The feat, performed by two independent groups, suggests that iPS cells may be as powerful as ES cells, which many scientists hope will someday help cure a variety of diseases”.
“Embryonic Stem Cell Substitute Passes Acid Test”, Gretchen Vogel.

Percebemos que nesse artigo, as palavras derivadas do latim são freqüentes no discurso técnico-científico; possivelmente, porque o campo de cunho científico exige normas terminológicas ou combinação de elementos léxicos que são próprios do campo da ciência. É interessante observar que, para expressar suas idéias, cientistas do mundo inteiro usam palavras latinizadas. Na medida em que isso ocorre, criam-se novas terminologias que no futuro tendem a se tornar convenções no campo da ciência. Contudo, textos científicos causam estranheza nos olhos da dos leitores leigos, pois grande parte do vocabulário presente não é comum. Porém, com o passar do tempo, na medida em que é divulgado, torna-se acessível à grande parte da população; principalmente para falantes de língua latina.
Baugh e Cable (2002, p. 297) explicam como isso é possível,

In every field of science, pure and applied, there has been need in the last two centuries for thousands of new terms. The great majority of these are technical words, known only to the specialist, but a certain number of them in time become familiar to the layperson and pass into general use. ([74]).

Em outras palavras, podemos afirmar que muitos dos termos e palavras relacionadas ao campo da ciência passam, com o tempo, a fazer parte do vocabulário da grande massa, simplesmente, como ocorre com os nomes dos medicamentos e doenças que são nomeadas conforme vão surgindo no mundo.
A escrita científica, convencionalmente, segue seu próprio estilo; nesse sentido, concordamos com Galina Goumovskaya (on-line)[75] quando afirma:

The language of science is governed by the aim of the functional style of scientific prose, which is to prove a hypothesis, to create new concepts, to disclose the internal laws of existence, development, relations between different phenomena, etc. The language means used, therefore, tend to be objective, precise, unemotional, and devoid of any individuality; there is a striving for the most generalized form of expression. ([76]).

A partir dessa visão, podemos sugerir que falar de assuntos científicos requer conhecimento e uso de vocabulário ou termos técnicos específicos, que representam características essenciais nesse assunto, pois são convenções típicas que, para cientistas do mundo inteiro, se tornam uma linguagem facilmente e largamente compreendida pelos especialistas ou pessoas interessadas no assunto. Além disso, termos técnicos são usados nos campos da ciência de forma predominante, por isso, podemos dizer, de fato, que eles pertencem à linguagem científica.
Pei conclui que 50% dos artigos científicos são publicados em inglês; entretanto, o vocabulário usado ou é oriundo do grego ou do latim. Para reforçar nosso ponto de vista, Pei (1972, p. 221) afirma:
The language of Science and technology enjoys the distinction of being by far the most productive of all the class languages. Fully half the words in our tongue (the half less often and less generally used, to be sure) are of scientific or technological origin. ([77]).

Pei ainda pondera que os textos científicos apresentam uma linguagem rebuscada (formal); exclusiva para uso nesses campos específicos.
Na obra de Saki, (escritor inglês, 1870 – 1916) percebemos que diversas palavras latinas têm preferência de uso e estão sempre presentes na obra. Isso é possível por causa da alta porcentagem de palavras de origem clássica presente na LI e, consequentemente, no discurso desse autor.


“Theodoric Voler had been brought up, from infancy to the confines of middle age, by a fond mother whose chief solicitude had been to keep him screened from what she called the coarser realities of life. When she died she left Theodoric alone in a world that was as real as ever, and a good deal coarser than he considered it had any need to be. To a man of his temperament and upbringing even a simple railway journey was crammed with petty annoyances and minor discords, and as he settled himself down in a secondclass compartment one September morning he was conscious of ruffled feelings and general mental discomposure”.

Collected Short Stories of Sak, por Saki (Hector Hugh Munro) [78]


Esse trecho, retirado do conto “The Mouse”, apresenta várias palavras de origem latina. Essas palavras destacadas fazem parte de um grupo enorme de vocábulos de origem latina, marcam claramente o registro formal que muitos escritores utilizam para garantir o estilo ou tom desejado.
As escolhas lexicais são uma das qualidades nesse conto; o autor se utiliza uma linguagem formal, com palavras, em sua maioria, latina.  As palavras em negrito (infancy, confines, middle, age, solicitude, realities, real, considered, temperament, simple, journey, annoyances, minor, discords, secondclass, compartment, September, conscious, general, mental e discomposure) mostram que, mesmo em um trecho extremamente pequeno, a porcentagem de vocábulos latinos é muito grande, principalmente se compararmos o que é latim com as palavras anglo-saxônicas, sem contar as repetições.
Na obra de Baugh e Cable (2002), A History of the English Language, o registro formal da linguagem é uma característica que também se mostra sempre presente. Nesta passagem, o autor explica a conquista e a posse do rei William após vencer a “Batalha de Hasting”.


”Upon return from a visit to Normandy the following year he was faced with serious rebellions in the southwest, the west, and the north. It was necessary for him to enter upon a series of campaigns and to demonstrate, often with ruthless severity, his mastery of the country. As a result of these campaigns the Old English nobility was practically wiped out. Although many lesser landholders kept small estates, the St. Albans Chronicler was but slightly exaggerating when he said that scarcely a single noble of English extraction remained in the kingdom”.

(BAUGH and CABLE, 2002:112).


Essas palavras destacadas (return, visit, faced, serious, rebellions, necessary, enter, series, campaigns, demonstrate, severity, result campaigns nobility, practically, estates, exaggerating, scarcely, noble, extraction) são exemplos de escolhas lexicais que dão qualidade à obra. Além disso, para nós, essa escolha lexical garante melhor entendimento do que é dito. Esse estilo torna-se mais apropriado para uma comunidade mais ampla de falantes latinos que fazem uso da LI. Dessa maneira, esse público é capaz de ler e entender, mais facilmente, a linguagem usada na obra.
A presença de palavras do latim na obra de Baugh e Cable (2002) nos remete a assuntos já discutidos. Esses mesmos autores ponderam que o poder da LI para expressar idéias abstratas é abundantemente desenvolvido. Tanto Pei (1972) quanto Baugh e Cable (2002) sugerem que elaborar um estilo latinizado enriquece a linguagem e a obra como um todo. Além do mais, essas características também proporcionam uma sutileza e flexibilidade quanto ao uso das palavras.
Baugh e Cable (2002) dizem que apreciam o uso de palavras latinas, pois elas são associadas a tesouros cujas conotações são riquíssimas. Fazer uso de palavras de origem latina é fazer uso da razão para a escolha das palavras. É o desejo de buscar nessas palavras, os efeitos apropriados que a LI não fornece de modo suficiente; buscar no latim é a opção e, muitas vezes, referência única para esse fim. Desse modo, as palavras latinas se unem as anglo-saxônicas e vise-versa. Essa união aumenta ainda mais a riqueza, possibilidade e diversidade lingüística na LI.
A maioria dos estudiosos estudados reconhece que a transferência de palavras e termos latinos para a LI é algo bom para a língua. Para Baugh e Cable, por exemplo, a transferência de palavras estrangeiras para a LI é um fato comum, pois o povo inglês desde a Idade Média, quando a LI ainda era menosprezada do ponto de vista lingüístico e social, passou a usar elementos lingüísticos do latim para se livrar desse rótulo pejorativo que a língua carregava.
Neste outro trecho do conto “The Mouse”, várias palavras de origem latina também aparecem. Isso mostra que a LI se modificou e enriqueceu linguisticamente; e também reforça o que Baugh e Cable sugerem em relação às escolhas lexicais dos escritores em geral. O vocabulário latino é evidência que reforça ainda mais a idéia de que o uso de palavras latinas é realmente apreciado na LI, elas são de fato tesouros, cujas conotações sugerem riquezas para as obras e seus autores.


Evidently she had detected something of his predicament, and was enjoying his confusion. All the blood in his body seemed to have mobilised in one concentrated blush, and an agony of abasement, worse than a myriad mice, crept up and down over his soul. And the, as reflection began to assert itself, sheer terror took the place of humiliation. With every minute that passed the train was rushing nearer to the crowded and bustling terminus where dozens of prying eyes would be exchanged for the one paralysing pair that watched him from the further corner of the carriage. There was one slender despairing chance, which the next few minutes must decide. His fellow-traveller might relapse into a blessed slumber. But as the minutes throbbed by that chance ebbed away. The furtive glance which Theodoric stole at her from time to time disclosed only an unwinking wakefulness.


As palavras destacadas (evidently, detected, predicament, confusion, mobilized, concentrated, agony, abasement, reflection, terror, humiliation, passed, train, terminus, dozens, paralyzing, pair, carriage, despairing, chance, minutes, decide, relapse, furtive) são exemplos da influência latina, que contribuiu para a evolução da LI.
A influência do latim é mais freqüente, também, em documentos jurídicos que envolvem lei, como na constituição de um país que comporta o conjunto de leis, regras e normas que regulam e organizam o funcionamento da nação. Obrigatoriamente, exigiu-se da equipe redatora uma linguagem adequada e formal, que, sendo um documento pátrio, portanto, não se admite ambigüidades.
Vamos observar a quantidade de palavras em negrito no trecho retirado da constituição dos Estados Unidos (on-line) [79], sem considerar às vezes em que as palavras se repetem.


Every Bill which shall have passed the House of Representatives and the Senate, shall, before it become a Law, be presented to the President of the United States; If he approve he shall sign it, but if not he shall return it, with his Objections to that House in which it shall have originated, who shall enter the Objections at large on their Journal, and proceed to reconsider it. If after such Reconsideration two thirds of that House shall agree to pass the Bill, it shall be sent, together with the Objections, to the other House, by which it shall likewise be reconsidered, and if approved by two thirds of that House, it shall become a Law. But in all such Cases the Votes of both Houses shall be determined by Yeas and Nays, and the Names of the Persons voting for and against the Bill shall be entered on the Journal of each House respectively. If any Bill shall not be returned by the President within ten Days (Sundays excepted) after it shall have been presented to him, the Same shall be a Law, in like Manner as if he had signed it, unless the Congress by their Adjournment prevent its Return, in which Case it shall not be a Law.




As palavras (passed, Representatives, Senate, Law, presented, President, United States, approve, sign, return, Objections, originated, enter, Journal, proceed, reconsider, Reconsideration, pass, reconsidered, approved, Cases, Votes, determined, Names, Persons, entered, respectively, returned, Days, excepted, presented, Manner, signed, Congress, Adjournment, prevent, Constitution) representam a linguagem formal que compartilha com a linguagem científica uma preocupação com a coerência e a precisão em relação ao uso da lingual.
Segundo Crystal, os que fazem o uso da linguagem formal (em LI) querem ser específicos e precisos; contudo, esse uso é aplicado em circunstâncias também precisas. A necessidade da precisão quanto ao uso da linguagem formal tem a ver com a tradição da própria formalidade, ou seja, exige-se de qualquer individuo postura e linguagem apropriadas à situação formal.
O uso de vocábulos latinos evita problemas. Segundo David Crystal, em muitos paises de LI (sobretudo o Reino Unido e os Estados Unidos) existem documentos que apontam economias no país, por causa do uso de palavras latinas. Segundo Crystal, esses paises já tiveram muitos prejuízos, por conseqüências de erros e o uso de linguagem informal em contratos e documentos afins. Muitas organizações perderam bons negócios por causa do uso informal da linguagem.
 Para David Crystal, os registros escritos, compostos por léxicos do latim, ficam livres de ambigüidades e devem ser usados, principalmente, em documentos jurídicos. Sem o léxico do latim, esse tipo de documento, como também em outras modalidades textual, se torna difícil o entendimento preciso ou a correta interpretação de documentos legais que circulam no país.
Em resumo, concluímos que nos trechos que compõem o nosso corpus, a utilização de palavras latinas está sempre em evidência, ou seja, inevitavelmente, o léxico do latim, naturalmente, é usado na escrita do inglês. Consequentemente, a LI se transformou e enriqueceu linguisticamente, junto com a sociedade internacional. Dessa maneira, a língua foi se transformando e adaptando novas palavras para suprir as necessidades lingüísticas. Dentro dessa perspectiva, as palavras latinas que circulam nas inúmeras línguas vivas atualmente têm sido fontes inesgotáveis de suprimentos lingüísticos para a LI.

Considerações Finais

A história da LI desde sua formação compõe-se de inúmeras influências estrangeiras, tanto lingüísticas quanto influências culturais. Isso nos ofereceu oportunidades de estudar a LI e nos aprofundarmos na história da língua e nas origens de suas palavras.
A origem de muitas palavras da LI prova a merecida internacionalidade dessa língua. Nesse sentido, a nosso ver, por causa das inúmeras influências que a língua recebeu, ao longo dos séculos, faz com que ela seja uma das línguas modernas mais ricas do mundo; pois, apesar de não explorar o tema como gostaríamos, com a leitura da bibliografia ao longo da pesquisa, podemos perceber que as influências lingüísticas latinas na LI foram realmente assombrosas. Por causa da extensão e da forma como os elementos lingüísticos foram incorporados à LI, acreditamos que isso faz da mãe das línguas latinas (o latim), a língua cujas influências podem ser consideradas as mais ricas e interessantes influências estrangeiras presentes na LI.
Sem dúvidas, no vocabulário da LI predominam incontáveis elementos latinos; mas há a existência de vocábulos comuns entre as línguas clássicas. Tanto o grego quanto o latim têm uma significativa contribuição para o léxico da LI. Para se ter uma idéia da participação do grego no que diz respeito às influências lingüísticas na LI, como já dissemos inicialmente, dependeria de uma nova pesquisa. Por exemplo, a palavra geografia é de origem latina, mas também existe no grego.
Desse modo, não seria justo mencionar aqui apenas o latim, pois várias outras línguas têm exercido muitos importantes papéis na LI. Portanto, não devemos considerar apenas as influências latinas. Termos “internacionais” existentes: geografia, anatomia, astronomia, medicina, ciências etc., entre outras áreas, no grego, serão possivelmente grandes os números de palavras que nos exige uma possível pesquisa no futuro para da conta de boa parte das curiosidades lingüísticas na LI.
Entretanto, em relação aos vocábulos: qual a porcentagem referente às influências do latim, se comparar essas influências a outras vindas de outras línguas? Sem dúvida há diversas respostas, portanto para nós muito nos importa de onde vieram as palavras. Em resumo, a verdade é que o fato de na LI existirem palavras de diversas línguas, nos leva a crer que ela é um tesouro mundial gigantesco, e as pessoas do mundo inteiro fazem uso dessa riqueza.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.120 p.
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 REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS

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MORAIS, J. F. S.
Sobre o autor:
Graduação em Letras (Português e Inglês) pela Universidade Ibirapuera de São Paulo (2004). Especialista em Língua Inglesa pelo Centro Universitário Ibero-Americano (2008). Graduação em Pedagogia pela Universidade Nove de Julho (2012). Pós-graduado em Didática e Metodologia do Ensino Superior (2014) e tradução (Inglês e Português) pelo Centro Universitário Anhanguera de São Paulo (2016). Experiência no ensino de línguas desde 2000 e atualmente é professor em escola bilíngue e tradutor freelance.




[1] Oxford Advanced Learner’s Dictionary: Cultural Guide Section. (Em CD-ROM, 2007)

[2] Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados procurando, de um lado, respeitar diversidades regionais, culturais, políticas existentes no país e, de outro, considerar a necessidade de construir referências nacionais comuns ao processo educativo em todas as regiões brasileiras. Com isso, pretende-se criar condições, nas escolas, que permitam aos nossos jovens ter acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários ao exercício da cidadania. .B823p Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

[3] Deste ponto em diante serão usadas apenas as inicias “LI”.
[4] Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. A LDB estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. (Acesso em 01.10.2007).
[5] (...) É razoável supor que uma pessoa liberal educada deve saber algo sobre a estrutura de sua língua, sua posição no mundo e sua relação com outras línguas, a riqueza de seu vocabulário, juntamente com as fontes de onde vocabulário que foi e está sendo enriquecido, e as relações complexas entre as muitas variedades diferentes do discurso que são reunidos sob a denominação única do idioma Inglês. A diversidade de culturas que encontram expressão é um lembrete de que a história do Inglês é uma história de culturas em contacto, durante os últimos 1.500 anos. (tradução nossa).


[6] É um assunto que nunca deixa de surpreender, como desvendar camada após camada de complexidade. E é um tema que parece interminável, porque as pessoas estão sempre encontrando novo debate e aplicações para esse conhecimento. (tradução nossa).
[7] Schütz, Ricardo. "História da Língua Inglesa." English Made in Brazil <http://www.sk.com.br/sk-enhis.html>. Online. 28 de março de 2008.
[8] Abreviação de anno Domini (no ano do Senhor), utilizada nas inscrições latinas e nos países anglo-saxões, correspondente à abreviação portuguesa d.C. (depois de Cristo). Dicionário Aurélio, versão CD ROM 3.0.

[9] Inglês, essencialmente, começou com a língua germânica dos anglo-saxões. A invasão anglo-saxã da Grã-Bretanha constituiu uma parte das maiores invasões germânicas do império romano. Os anglo-saxões, após a saída das legiões romanas, oprimiram os britânicos romanos e levou os celtas romanizados para o remoto oeste. Assim, o anglo-saxão, língua germânica, se tornou a base para o idioma Inglês. (Nossa tradução).

[10] Inglês é classificado como língua germânica. Ou seja, pertence ao grupo das línguas em que o alemão, o holandês, o neerlandês, o dinamarquês, o sueco e o norueguês também pertencem. Ele compartilha com estas línguas estrutura gramatical similar e muitas palavras comuns. Por outro lado, mais da metade de seu vocabulário é derivado do latim. (Nossa tradução).
[11] Lingüisticamente, tudo o que podemos fazer é reconstruir uma proto-língua germânica a partir do qual os nossos três ramos conhecidos de línguas germânicas surgiram. Esta língua proto-teutônica era (como a primitiva língua celta, o latim, o grego e o eslavo) ele próprio um ramo de um mais vasto sistema lingüístico indo-europeu, estendendo-se em tempos antigos, desde a Islândia e a Irlanda, a oeste, ao norte da Índia no leste. Isto significa que o nosso ocidente germânico Inglês é geneticamente relacionado, mais ou menos de perto, com tais línguas amplamente diversificadas como celta galês e irlandês, francês e espanhol, russo, polonês, eslavos e indo-iraniano, persa e hindu. Além disso, é mais estreitamente relacionado às línguas germânicas Kindred do ramo setentrional, como o sueco, norueguês, dinamarquês, islandês, e mais perto de todas as outras línguas germânicas ocidentais, alemão, holandês, flamengo e Frisão. (Nossa tradução).

[12] Celta foi provavelmente a primeira língua indo-européia a ser fragmentada na Inglaterra. Uma outra língua, o latim, foi falada bastante extensivamente por um período de cerca de quatro séculos antes da vinda da língua inglesa. Latim foi introduzido quando a Inglaterra se tornou uma província do Império Romano. (Nossa tradução).
[13] Este período inclui palavras emprestadas durante as aventuras inglesas de Júlio César (55 aC) e da conquista romana (43-449 dC), mas quase nenhuma delas sobreviveu às invasões Teutônicas e normandas. Na verdade, a maioria das palavras celtas em inglês moderno ou foram emprestados recentemente (slogan, shillelagh) ou continuaram como nomes de lugares (Kent, Devon, Cumberland). O mais interessante é o modo como o inglês-celta-latino se mostra, como chester, com suas variantes cester e caster, como encontrado em Manchester, em Gloucester, e Lancaster. No idioma celta é ceaster, do latim castra. (Nossa tradução).

[14] Entre as outras evidências da romanização deve ser incluído o uso do latim. Um grande número de inscritos foi encontrado, todos eles em latim. A maioria precedida, sem dúvida, a partir da classe militar e oficial, tendo a natureza de registros públicos, foi, portanto, a língua oficial. Eles em si não indicam um uso generalizado do latim pelas populações nativas. Latim não substitui a língua celta na Grã-Bretanha como fez na Gália. A sua utilização pelos britânicos nativos provavelmente foi confinado aos membros da classe alta e alguns moradores das cidades e vilas. (Nossa tradução).

[15] Em inglês britânico, o primeiro material novo a entrar em uso era uma grande quantidade de palavras aprendidas, principalmente tiradas de fontes em latim e grego, como resultado do renascimento do saber que já estava acontecendo em toda a Europa por ocasião do nascimento de Shakespeare. (Nossa tradução).

[16] Os invasores germânicos que invadiram o império romano no século V d.C. eram, portanto, relacionados com aos próprios romanos, bem como aos outros habitantes do mundo clássico, os gregos e os celtas. Suas línguas exibiam a mesma estrutura do latim, grego e celta, com substantivos e adjetivos declinados por gênero, número e caso, verbos indicando sua pessoa, terminações, por número, tempo e modo, e muitas palavras relacionadas, como ‘father’ (pai inglês), que corresponde ao pater "latim" grego "pater" e sânscrito "pita", ou ‘foot’ (pé), que corresponde a ‘ped’ latim, grego e ‘pod’ ‘pad’ sânscrito. É prova, no entanto, mesmo para esses poucos exemplos, que os germânicos tinham sofrido uma diferenciação especial das outras línguas, que consiste na substituição regular de certos sons consonantais para outros sons de qualidade semelhante: F para P, T para D, etc. (Nossa tradução).

[17] O idioma Inglês de hoje reflete muitos séculos de desenvolvimento. Os eventos políticos e sociais que têm no curso da história da língua Inglesa afetaram tão profundamente o povo inglês na vida nacional, que, em geral, teve um efeito reconhecível em sua língua. A cristianização normanda da Inglaterra em 597 levou a Inglaterra a ter contato com a civilização latina, que contribuiu significativamente para o nosso vocabulário. (Nossa tradução).
[18] Tudo o que poderia esperar de um período de contato cultural, a língua celta, dos britânicos romanos, influenciou severamente o inglês arcaico (...) o latim foi a principal influência na história da língua inglesa (...) e não há prova do seu papel desde o primeiro momento de contato. (Nossa tradução).

[19] A conquista romana da Grã-Bretanha não foi concluída até o momento da grande agrícola geral, mais de um século depois, e foi marcada por episódios de revolta selvagem, como a breve guerra desencadeada pela Rainha Boadicea em 61 d.C. e igualmente selvagem repressão. Mas, no final do primeiro século de nossa era, a Grã-Bretanha celta tinha deixado de existir como uma entidade política, uma Grã-Bretanha romana tinha tomado o seu lugar. (Nossa tradução).

[20] Se não aceitarmos a doutrina da predestinação, é a oportunidade que faz a história. O futuro panorâmico dos homens, nações, raças, religiões, línguas, muitas vezes depende de um elenco de morrer, da carta da vez, do capricho de um momento histórico (...) O fato de que você é você, e não outro alguém, depende de uma série de eventos concatenados que remonta aos primórdios da raça humana. Seus pais tiveram de se encontrar, e seus pais antes deles, por incontáveis gerações. (Nossa tradução).
[21] Nós não somos conscientes de que as palavras, ‘cruller’ (churros), ‘landscape’ (paisagem), ‘measles’ sarampo, aproar, e ‘wagon’ vagões, são do holandês. E assim em muitas outras palavras no uso diário (...) Do italiano vieram ‘balcony, canto, duet, granite, opera, piano, umbrella, volcano; do espanhol, alligator, cargo, contraband, cork, hammock, mosquito, sherry, stampede, tornado, vanilla; do grego, direta ou indiretamente, acme, acrobat, anthology, barometer, catarrh, catastrophe, chronology, elastic, magic, tatics, tantalize, e uma série de outros, do russo, steppe, vodka, ruble, troika, glasnost e ultimamente da língua persa jasmine, paradise, check, chess, lemon, lilac, turban, barox, and possibly spinach. (Nossa tradução).

[22] A sociedade afeta a língua (...) as pessoas pertencem a classes sociais diferentes, executa diferentes papéis sociais e desempenha diferentes ocupações. Seu uso da língua é afetado pelo sexo, idade, etnia e sua base educacional (...) o tempo afeta a língua (...) dando origem a vários processos altamente distintos e variados (...) a mudança numa língua e, é um processo inevitável e contínuo, cujo estudo é principalmente exercido por filólogos e lingüistas históricos (...) Geografia afeta a língua, tanto dentro do país e entre países, dando origem a dialetos e sotaques regionais, e aos ‘pidgins’ (pidgin é língua que é criada, normalmente de forma espontânea, de uma mistura de outras línguas, e serve como meio de comunicação entre os falantes de idiomas diferentes.) e crioulos que surgiram ao redor do mundo quando o idioma inglês entrou em contato com outras línguas pela primeira. (Nossa tradução).

[23] Há um conjunto de prefixos, radicais e sufixos, todos emprestados do latim ou grego, que são utilizados de forma quase idêntica em vários idiomas. Entre os prefixos, estes servirão como ilustrações: anti-, auto-, contra-, micro-, poli-, etc Radicais como calor, chrono, zoo geo, tele, e muitos outros. Sufixos como: -able,-ation,-ic,-logia, metros, etc. (Nossa tradução).

[24] TOM McARTHUR. "SAXON GENITIVE." Concise Oxford Companion to the English Language. 1998. Encyclopedia.com. 30 Jun. 2009 <http://www.encyclopedia.com>.
[25] Schütz, Ricardo. "História da Língua Inglesa." English Made in Brazil <http://www.sk.com.br/sk-enhis.html>. Online. 28 de março de 2008.
[26] O inglês antigo não era uma língua uniforme. Desde o início, tinha suas próprias variedades locais, assim como hoje, em uma escala muito maior do Inglês da Califórnia é diferente do Inglês de Auckland ou de Londres. As regiões do Inglês Arcaico correspondem com precisão com as principais variedades contemporâneas do Inglês falado nas ilhas britânicas. (Nossa tradução).

[27] Em Inglês Arcaico, o plural de ‘book’ era ‘bec’, mas isso não veio para o inglês moderno na forma ‘beek’: em Inglês, as forças da analogia assumiram, e causaram uma mudança regular para ‘books’ (...) ‘caseus’ em latim tornou-se cyse ‘cheese’  em Inglês Antigo, mas castellum tornou-se castel 'village’. (Nossa tradução).
[28] O latim não era do povo conquistado. Era o idioma da alta civilização, que o povo anglo-saxão queria aprender. O contato com a civilização, primeiramente comercial e militar, depois religiosa e intelectual, estendido ao longo de muitos séculos e foi constantemente renovado. Isso começou muito antes da vinda do povo anglo-saxão para a Inglaterra e continuou durante todo o período ‘Inglês Antigo’. (Nossa tradução).

[29] A introdução do cristianismo significou a construção de igrejas e do estabelecimento de mosteiros. Latim, a língua dos serviços e da aprendizagem eclesiástica, mais uma vez foi ouvida na Inglaterra. As escolas foram estabelecidas na maior parte dos mosteiros e igrejas maiores. Algumas ficaram famosas por causa de seus grandes mestres, e dos que delas saíram, treinados para administrar outras escolas em outros centros. (Nossa tradução).

[30] Para ter certeza, a extensão de uma influência externa é mais facilmente verificada através do número de palavras emprestadas. Como resultados da cristianização da Grã-Bretanha, cerca de 450 palavras em latim aparecem nos escritos do Inglês antes do encerramento do período do Inglês Antigo. (Nossa tradução).

[31] (...) A influência missionária resultou em centenas de novas palavras que entraram na língua, e motivou muitas formas derivadas. O novo vocabulário foi essencialmente voltado a Igreja e sua teologia de serviços e de aprendizagem, mas também havia muitas palavras biológicas, domésticas e gerais, a maioria sobreviveu em Inglês Moderno. (Nossa tradução).

[32] Depois da tempestade e stress da invasão anglo-saxônica ter acabado, a cristianização dos novos habitantes da Grã-Bretanha ocorreu por instrumentalidade precisamente o mesmo que tinha servido no caso de todos os outros bárbaros: missionários cristãos, vindos tanto de Roma quanto de países já convertidos (...) Próximo do final do ano 700, a maioria dos anglo-saxões eram cristãos. (Nossa tradução).

[33] (...) Certo número de palavras naturalizadas que a LI pegou emprestado do latim ou de outras fontes, como ‘street’ ( rua) de estrata, ‘cheese’ (queijo) de caseus, e ‘cheap’, a partir do ceapian verbo, que vem do latim caupo, ‘merchant’ (comerciante). Outros termos do anglo-saxão de origem latina deram lugar a novas importações do francês depois da Conquista; cirs e persoc, de cerasia e persica, foram suplantados por cereja e pêssego, que foram retirados do francês, que se desenvolveu a partir das mesmas fontes latinas. (Nossa tradução).

[34] Cerca de 85 por cento das palavras do Antigo Inglês já não estão em uso. Além disso, somente 3 por cento das palavras em Inglês Arcaico são palavras de empréstimo, em comparação com mais de 70 por cento hoje.  O vocabulário do Inglês Antigo foi, portanto, profundamente germânico, de uma forma que não é mais o caso. Quase metade do vocabulário geral do Inglês Moderno vem do latim ou do francês, como resultado do enorme afluxo de palavras no período do Inglês Médio. (Nossa tradução).

[35] Todas as grandes línguas literárias são derivadas de uma língua falada de comunidades particulares e que, consequentemente, os dialetos de outras regiões ou de outras classes sociais agora devem ser considerados, já que muitas vezes são, como castas inferiores, ou normas, da língua. (Nossa tradução).
[36] O primeiro grande influxo de empréstimos estrangeiros palavras em Inglês veio com o latim dos missionários, bem como através de relações culturais e comerciais com o continente. A última dá-nos 'queijo' caseus (em latim), 'Mint' (latim moneta), 'bispo' (anglo-saxão Biscop, de episcopus, originalmente em grego), "selo" (anglo-saxão Sigel, Sigillum em latim), abade "rua" estratos (em latim), 'caldeirão' (cytel anglo-saxão, de catillus latim), 'cozinha' (coquina latim), 'igreja' (...) ',' vela ',' capítulo '( ... celular) 'escola', 'mestre', (...) Na época de Alfred, palavras como ',' prime ', título' sotaque ',' papel ',' a ',' ', e «olmo», entrou Inglês do latim, e isso apesar do fato de que Alfred se diz "poucos sabem Latim. (Nossa tradução).

[37] (...) Na maioria dos casos, a palavra que substitui um equivalente francês Inglês Antigo, por exemplo, 'leod' deu lugar a pessoas, wlitig a bela, e arrumar lugar para outro. Centenas de palavras do Inglês Arcaico foram perdidas dessa forma. Mas, ao mesmo tempo, o Inglês Arcaico e as palavras em francês, muitas vezes ambos sobreviveram com sentidos ou conotação diferentes, como Doom (OE) e julgamento (F), almoço (OE) e cordial (F), e casa (OE) mansão ( F). (Nossa tradução).
[38] No entanto, o idioma Inglês seria uma coisa pobre, de fato, se as centenas de milhares de palavras emprestadas fossem eliminadas. Vimos a propriedade da língua antes do tempo de Chaucer. A escassa utilização como um meio literário pode ter sido uma a causa do efeito da propriedade. Apenas quando as ricas águas francesa, latina, grega e as outras grandes línguas ocidentais penetraram no rio do inglês, é que nossa língua começa a assumir o aspecto majestoso de um grande rio que flui tranquilamente em direção ao mar. (Nossa tradução).

[39] Esse período corresponde a um momento histórico que aconteceu na Europa durante os séculos XIV, XV e XVI, quando as pessoas passaram a se interessar por idéias e culturas antigas dos Gregos ou dos Romanos como, por exemplo, a arte, a literatura etc. (Nossa tradução).

[40] Se a suprir deficiências do vocabulário Inglês ou no seu próprio comando imperfeito do vocabulário, ou talvez apenas cedendo a um impulso natural para usar uma palavra muito familiar para eles e para aqueles que os destinatários, as classes superiores transitadas em Inglês uma surpreendente número de palavras em francês comum. Na mudança do Francês para Inglês que transferiu grande parte do seu vocabulário governamentais e administrativas, os seus termos eclesiásticos, jurídicos e militares, as suas palavras familiares de moda, alimentação e vida social, o vocabulário da arte, aprendizado e medicina. (Nossa tradução).

[41] Aldo Bizzocchi (USP), “GÊNESE LEXICAL NAS LÍNGUAS EUROPÉIAS OCIDENTAIS:
A INFLUÊNCIA GRECO-LATINA E O PERFIL IDEOLÓGICO DO LÉXICO”, em: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno03-07.html
[42] Estima-se que cerca de 450 palavras em latim entraram em Inglês Arcaico, antes da conquista normanda. Esta é uma grande surpresa para aqueles que pensam da era anglo-saxão como o período de puro germanismo na língua. Se a estas palavras adicionarmos aquelas que normalmente teriam entrado inglês de 1066 em diante, vemos que, mesmo sem as importações culturais do francês, o inglês moderno não seria totalmente uma Simon - língua germânica pura. (Nossa tradução).

[43] Sharon White, “Latin and Its Influence on English Language”, disponível em:

[44] Este período, datado da missão de Agostinho de 597, é dividido em dois principais sub-períodos, (Early – Inicio e Benedictine – Beneditino). O início do segundo período inclui palavras tomadas pelos ingleses para descrever a sua nova religião (missa, o papa, a partir do maesse Inglês Antigo, papa, e do latim missa, papa), mas as palavras também agregadas (cap e plant, a partir do Inglês Antigo caeppa , lante e do latim cappa, planta) e as relativas à educação (em latim ‘school’, a partir d scol Inglês Antigo, e o latin latinus, schola (...) nesta parte do segundo período, a tradução direta dos termos latinos é característica. Assim, o Trinitas latim tardio (três) é o Prines Inglês Arcaico (literalmente, trindade), e do latim tardio ‘resurrectio’ ressurreição é o aerist Inglês Arcaico, a partir Arisan (ergue-se). (Nossa tradução).

[45] EDWARD MOORE <http://corner.youth.cn/digest/baokan/200601/t20060112_45396.htm>. Acesso em 20 de agosto de 2008.

[46] O latim influenciou o desenvolvimento do Inglês Arcaico mais do que qualquer outra língua não-ocidental (línguas germânicas) com as quais o Inglês Antigo entrou em contato. A maioria dos estudiosos divide a influência do latim cronologicamente em três períodos de tempo. As preocupações período primeira vez influência como a que ocorreu no continente antes da chegada dos anglo-saxões na Inglaterra e que surgiu de contatos entre o Ocidente, povos germânicos e falantes do latim. O segundo período de influência se estende desde a chegada dos anglo-saxões na Inglaterra até à sua cristianização ca. 600/650. O último período de influência se estende desde o momento da cristianização até a chegada dos normandos em 1066. (Nossa tradução).

[47] Idem.

[48] (...) Cerca de 450 palavras em Inglês Antigo, na maior parte dos substantivos, foram emprestados do latim (Baugh, 106). Cerca de 170 dessas entrou no léxico do Inglês antigo durante o período continental (Hogg, 302; Williams, 57). Estas palavras dizem respeito principalmente às plantas, utensílios domésticos, roupas e materiais de construção. Como tal, elas representam a influência do latim Vulgar (isto é, falado), em vez de latim clássico (isto é, alfabetizado). É incerta a data em que muitas palavras entraram na LI a partir do segundo período de influência latina. Em geral, porém, os estudiosos afirmam que existem empréstimos ligeiramente menores neste período. (Nossa tradução).

[49] (...) A língua de uma nação poderosa vai adquirir importância como reflexo direto da força política, econômica, tecnológica e militar, assim será também as artes e ciências, expresso em que a linguagem tem vantagens, incluindo as possibilidades de propagação. A difusão das artes e das ciências por meio de uma linguagem particular, por sua vez, reforça o prestígio dessa língua. Déficits internos como um vocabulário inadequado para as necessidades não precisam limitar a propagação de uma língua. É normal que uma língua adquira, através de vários meios, incluindo, empréstimos de outras línguas, as palavras que ela precisa. (Nossa tradução).

[50] Aldo Bizzocchi (USP), “GÊNESE LEXICAL NAS LÍNGUAS EUROPÉIAS OCIDENTAIS:
A INFLUÊNCIA GRECO-LATINA E O PERFIL IDEOLÓGICO DO LÉXICO”, em: <http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno03-07.html>.

[51] Idem
[53]  Idem.

[54] A imprensa, que fez a disseminação da aprendizagem e conhecimento muito mais fácil, foi uma revolução na comunicação, a pedra angular do Renascimento Europeu, que introduziu uma torrente de palavras em latim para a língua. (Nossa tradução).

[55] Os elisabetanos haviam iniciado um renascimento no inglês escrito e falado. Sob os Jacobianos, esta conquista começou a ser padronizada e disseminada nas Ilhas Britânicas, e difundiu no exterior o Novo Mundo como a língua da nação unificada. (Nossa tradução).

[56] A Bíblia, de James o rei, foi publicada no ano que Shakespeare começou a trabalhar na sua última peça, A Tempestade. Tanto a peça e a Bíblia são obras-primas da LI, mas existe uma diferença crucial entre elas. Considerando que Shakespeare saqueou o léxico, a Bíblia, de James o rei, emprega um numero de 8.000 palavras - ensino de Deus na casa dos ingleses para todos.
[57] De acordo com Howatt (2000), “The dictionary was called Septem Linguarum”.

[58] (...), havia outros sinais de interesse crescente na aprendizagem de Inglês no início do século XVI. O dicionário poliglota e ‘phrasebooks’, que era um aparelho popular para a aquisição de uma "sobrevivência do conhecimento" de línguas estrangeiras nos tempos do Renascimento, começaram a incluir Inglês ao lado dos idiomas mais amplamente conhecidos, como o francês, italiano e latim. As primeiras listadas na Bibliografia Alston é um dicionário de sete línguas de 1540 (latim, francês, holandês, italiano, espanhol e holandês, assim como Inglês). (Nossa tradução).

[59] Não há consenso sobre quando começa o período mais recente da LI”. Alguns optam por uma data próxima, 1400-50, logo depois de Chaucer e o início da mudança de pronúncia, que identifica a principal barreira da inteligibilidade entre Oriente e Inglês Moderno. Alguns optam por uma data tardia, em torno de 1500, após os efeitos da revolução da imprensa que se tornou bem estabelecida. “Mas há o advento da impressão em si, que muitos consideram ser o fator chave, e isso começou em 1476, quando William Caxton montou a sua imprensa, em Westminster. (Nossa tradução).

[60] Tim Morris. History and Development of the English Language. “Latin, Greek, and their non-descendant English” <http://www.uta.edu/english/tim/courses/4301w99/lge.html>. Acesso em 20 de agosto de 2009.

[61] A Renascença ocidental (1300-1600), com sua ênfase na aprendizagem secular e da ciência, teve um efeito profundo sobre o vocabulário de uma linguagem de desenvolvimento, como o Inglês. Há muitos termos em latim no Antigo e Médio, refletindo o impacto da primeira cultura romana (vinho, queijo) e, em seguida, o impacto do latim cristão (Vésperas, Trindade), Inglês Moderno (após 1500 ou algo assim) revela um enorme afluxo de palavras de um "renascer" do latim clássico que se tornou mais uma vez a linguagem dos negócios literários e acadêmicos internacionais no Ocidente. (Nossa tradução).

[62] A razão básica para as muitas palavras em latim e grego no inglês moderno é que, em seu próprio tempo, as versões clássicas de línguas eram, como hoje, o inglês, línguas internacionais, com um efeito dominante sobre os sistemas de educação e cultura do resto de seu mundo. Assim como é difícil pensar em uma língua escapando mundo de hoje, pelo menos, alguma influência do Inglês, por isso é difícil pensar em qualquer língua ocidental européia que tenha evadido a influência do latim e do grego em algum momento de seu passado. (Nossa tradução).

[63] The Online Encyclopedia and Dictionary. “Latin influence in English”.

[64] Durante o Renascimento Inglês, 1500 -1650, cerca de 10.000 a 12.000 palavras entraram no léxico do Inglês, incluindo o ‘léxico’. Muitas dessas palavras foram emprestadas diretamente do latim, tanto em sua forma clássica quanto medieval. Alguns exemplos são: aberração, alusão, anacronismo, destreza democrático, entusiasmo, imaginário, juvenil, perniciosa, sofisticado. (Nossa tradução).
[65] A maioria das palavras que entrou na língua no momento foram retirados do latim, com um bom número de grego, francês, italiano espanhol, e Português. Então, como o período de exploração em larga escala no mundo estava em curso, as palavras entram no Inglês, de mais de 50 línguas, incluindo várias línguas indígenas da América do Norte, África e Ásia. Algumas palavras vieram diretamente em Inglês, outras vieram por meio de uma língua intermediária. Muitas entraram indiretamente do latim ou italiano através do francês. (Nossa tradução).

[66] Blair Mathis. “Origins of the English Language”.

[67] Um dos dois maiores fatores para a separação do Inglês Medieval e Moderno seria o ‘Great Vowel Shift’ (GVS). A principal diferença entre a língua de Chaucer e o Inglês moderno é a pronúncia das vogais longas. Os sons das vogais longas eram feitos mais altos na boca e a letra "e" no final das palavras não era mais pronunciada. Enquanto um pode decifrar Canterbury Tales visualmente, a leitura de sua obra reiteração oralmente seria completamente estranha para o falante moderno do idioma Inglês. (Nossa tradução).

[68] A visão própria de Mulcaster fez muito para acelerar o crescimento de regularização no final do século 16. Sua Elementarie forneceu uma lista de tabelas recomenda criar por quase 9.000 palavras, e influenciou toda uma geração de professores orthoepists (especialistas em pronúncia) e gramáticos. Várias outras obras do período centraram-se na gama dos problemas apresentados pelo sistema de escrita, e um clima que surgiu incentivada a normalização. (Nossa tradução).

[69] Essa tradição foi reforçada pelo 'reviver da aprendizagem’, no qual o registro da civilização grega tornou-se mais uma vez disponível no original. Latim e Grego não eram apenas a chave para o conhecimento do mundo, mas também das línguas em que muito estimada poesia, oratória e filosofia eram para ser lido. (Nossa tradução).
[70] Antes da chegada de Santo Agostinho, foi fácil para expressar a comum experiência de vida - o sol e a lua, mão e coração, o mar e a terra, calor e frio - em Inglês Antigo, mas muito mais difícil de expressar idéias, mais sutis, sem recorrer a ‘portmanteaux’ estilo alemão bastante elaborado, (frumweorc, fruma, começo, e weorc, trabalho = criação). Agora havia palavras do grego e do latim como: anjo, discípulo, ladainha, mártir, massa, confição, relíquia, santuário, e salmo prontos para executar bastante sofisticadas funções. (Nossa tradução).
[71] Todas as frases neste quadro foram retiradas da obra: “Oxford Advanced Learner’s Dictionary”. (Em CD-ROM, 2007).
[72] Frases criadas por nós para exemplificar o uso de construções latinizadas na LI.
[73] Vogel, Gretchen, ScienceNOW Daily News 23 July 2009, disponível em, http://sciencenow.sciencemag.org/cgi/content/full/2009/723/1.
[74] Em todos os campos da ciência pura e aplicada, tem havido, nos últimos dois séculos, a necessidade de milhares de novos termos. A grande maioria destes são palavras técnicas, conhecido apenas ao especialista, mas certo número deles, com o tempo, tornarem-se familiar para o leigo e passar para uso geral. (Nossa tradução).

[75] Galina Goumovskaya. .”Stylistic Differentiation of English Vocabulary.”  Disponivel em <http://eng.1september.ru/2007/16/8.html>. Online. 01 de agosto de 2009.

[76] A linguagem da ciência é regida pela finalidade do estilo funcional da prosa científica, que é para provar uma hipótese, para criar novos conceitos, para divulgar as leis internas da existência, o desenvolvimento das relações entre os fenômenos diferentes, etc. A língua, os meios usados, portanto, tendem a ser objetivo, preciso, sem emoção, e desprovida de qualquer individualidade, não há um esforço para a forma mais generalizada de expressão. (Nossa tradução).
[77] A linguagem da ciência e da tecnologia tem a distinção de ser de longe o mais produtivo de todas as línguas de classe. Metade das palavras em nossa língua (a metade menos freqüente e geralmente utilizadas, é claro) é de origem científica ou tecnológica. (Nossa tradução).

[78] Saki, Hector Hugh Munro. “Collected short stories of Saki”. Versão on-line em: <http://books.google.com.br/books?id=P9G3JvlGraMC&printsec=frontcover&dq=stories+of+saki>
[79]U.S. Constitution Online”: http://www.usconstitution.net/const.html#A1Sec1

Comments

  1. Professional development is essential for teachers of English to progress as teaching practitioners. Learning about the origin of the language is one of the best way to do so.

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